Review – South of Midnight é videogame em sua essência

São tempos difíceis para jogos mainstream. A ambição por gráficos realistas e mundos abertos com dezenas de horas de gameplay pode facilmente cansar o público que não quer um jogo chato, mas também não quer algo longo demais. Em uma era em que Final Fantasy VII Rebirth leva 80 horas para ser concluído, Dragon Age: Veilguard e outros seguem o mesmo caminho. Ver um jogo como South of Midnight traz uma nostalgia de 2008 a 2012.

Na época do PS3 e Xbox 360, tivemos jogos como Alice: Madness Returns, Remember Me, Devil May Cry 4, o reboot de Devil May Cry, Vanquish, Enslaved, entre outros que tinham uma coisa em comum: uma jogabilidade com, no máximo, 14 horas. Eram os AAA ou AA da época, com ambição suficiente para garantir diversão em um período curto, mas com qualidade que podia ser considerada muito boa.

A Compulsion Games trouxe uma joia rara para a indústria — uma surpresa positiva, principalmente para quem não esperava algo tão bom. Depois do mediano Contrast e do desastroso We Happy Few, o terceiro jogo do estúdio é South of Midnight, um jogo de ação e aventura com elementos de plataforma e foco narrativo. Ele faz um pouco de tudo — e faz muito bem. Pode soar improvável, mas mostra que um estúdio pode dar a volta por cima e entregar grandes surpresas. South of Midnight é uma delas.

No jogo, você controla Hazel, uma garota com problemas familiares que testemunha um evento misterioso envolvendo um furacão e o desaparecimento de sua mãe. Em seguida, o mundo real começa a se fundir com um mundo de fantasia, e Hazel descobre que é uma “Tecelã”, uma entidade com poderes capazes de restaurar o mundo e trazer sua mãe de volta.

Sua história é baseada no folclore da região sul dos Estados Unidos. Você encontrará diversas criaturas desse imaginário — muitas delas são personagens carismáticos e divertidos, como Bagre, um peixe gigante contador de histórias, além de outros seres igualmente interessantes.

De modo geral, é uma história que funciona e é bastante sólida. Tem carisma e prende o jogador logo de cara. O ritmo é bom, sem enrolação, com bastante conteúdo e uma conclusão satisfatória. Não deixa um gancho explícito, mas abre espaço para uma possível sequência.

O jogo não é isento de problemas. O que mais incomoda é a limitação no combate: Hazel utiliza apenas duas agulhas e os combos são praticamente os mesmos durante todo o jogo. É possível alternar entre diferentes poderes para criar vantagens nas batalhas, mas, no geral, o modo de atacar os inimigos muda pouco.

Tirando isso, o jogo apresenta uma estrutura repetitiva, mas funcional: explorar o mapa, coletar pontos de experiência para melhorar habilidades, encontrar documentos que aprofundam a história, lutar contra inimigos e viver momentos musicais misturados com plataforma.

Quase todas as fases (ou capítulos) seguem essa estrutura. O jogo não tem medo de ser linear — e isso funciona muito bem. Sempre que se encontra um caminho alternativo, vale explorá-lo, pois geralmente há algo útil e logo o jogador retorna à trilha principal. O ritmo é ótimo, a progressão é rápida e a sensação de aproveitar ao máximo a experiência é real.

O sistema de combate é semelhante ao de jogos character action como Devil May Cry, com arenas fechadas onde surgem ondas de inimigos. As variações incluem inimigos corpo a corpo, tanques resistentes, atiradores e aqueles que fortalecem os demais. O jogador não tem itens de cura, mas pode restaurar parte da vida ao derrotar inimigos ou usar um orbe disponível em quase todas as arenas (utilizável apenas uma vez por combate). Isso incentiva o jogador a se dedicar ao máximo em cada luta, sabendo que terá recuperação ao final.

O combate tem seus desafios. Em dificuldades mais altas, o jogo é bastante punitivo. Na dificuldade padrão, o equilíbrio é muito bom, exigindo do jogador todo o aprendizado adquirido ao longo da campanha. Há um ciclo eficaz entre entender o comportamento dos inimigos e enfrentá-los em combinações cada vez mais desafiadoras.

Também há batalhas contra chefes — personagens ligados diretamente à narrativa e com pequenos arcos próprios. Cada chefe tem uma mecânica específica, e aprender os padrões não é difícil. No entanto, falta um chefe que exija o uso completo das mecânicas do jogo. Ainda assim, as batalhas são divertidas. E, para quem busca desafio, há troféus por vencer cada chefe sem tomar dano.

Um dos aspectos que mais chamam atenção é o visual. Desde o anúncio, South of Midnight impressiona com animações que simulam stop motion e uma direção de arte única. A ambientação em regiões pantanosas é ricamente detalhada e sempre oferece algo novo para observar. Apesar de não ser um jogo com gráficos de ponta, o uso da Unreal Engine aliado à direção de arte entrega um visual belíssimo.

A trilha sonora é um show à parte. Jazz e blues permeiam toda a jornada. Cada chefe tem sua própria música, e as letras fazem referência direta ao personagem em questão. Para aproveitar o jogo da melhor forma, vale a pena jogar com o volume alto e apreciar essa trilha fantástica.

Conclusão

South of Midnight é exatamente o tipo de jogo que faz falta na indústria: pequeno em escopo, mas com uma história boa e divertida, mecânicas bem aplicadas ao seu conceito e uma experiência única. Não precisa ser excelente — apenas bom o suficiente para entreter sem exigir dezenas de horas diante da tela. Suas 14 horas (ou menos) provam que ainda é possível criar algo de qualidade com foco, ritmo e personalidade. Se o mercado voltasse a olhar para jogos assim, viveríamos tempos muito melhores na indústria.

South of Midnight está disponível para Steam, Windows e Xbox por R$199,00 — um preço justo para um jogo claramente AA. Caso o jogador seja assinante do Game Pass Ultimate, pode jogá-lo por lá, sendo essa a maneira mais acessível de conhecê-lo.

Texto por: Victor Candido

Bionic Bay chega em abril com demo e modo online competitivo

Os estúdios independentes Mureena e Psychoflow Studio anunciaram que Bionic Bay, seu próximo jogo de plataforma em pixel art, será lançado em 17 de abril de 2025 para PlayStation 5 e PC via Steam. O título, que combina uma ambientação biomecânica intrigante com mecânicas inovadoras baseadas em física, teve seu lançamento adiado para que os desenvolvedores possam realizar ajustes finais.

Antes da estreia, os jogadores terão a oportunidade de testar uma nova demo, que será disponibilizada no Steam nas próximas semanas. Entre as novidades, a versão experimental incluirá um modo online focado em desafios de speedrun, permitindo que os usuários compitam contra fantasmas de outros jogadores e disputem posições nos rankings globais.

Em Bionic Bay, os jogadores assumem o papel de um cientista perdido em um mundo misterioso, onde a tecnologia avançada se mistura a elementos biomecânicos de aparência alienígena. A jogabilidade se destaca pelo uso de três habilidades principais: The Swap, que permite a troca de posição instantânea com objetos do cenário; Time Freeze, que congela temporariamente o ambiente para facilitar a navegação; e Power Fist, um poderoso golpe que pode quebrar barreiras e impulsionar o jogador.

Além dessas mecânicas inovadoras, o jogo conta com elementos clássicos do gênero plataforma, como cordas para balançar, explosivos para abrir passagens e tubos metálicos enferrujados que podem ser explorados. O mundo de Bionic Bay também apresenta fenômenos peculiares, como raios de força saltitantes, superímãs, anomalias temporais e líquidos antigravitacionais, que desafiam constantemente a lógica do jogador.

O projeto tem recebido reconhecimento internacional e foi premiado como Melhor Design de Jogo no Taipei Game Show. Combinando inovação e nostalgia, Bionic Bay promete ser uma experiência marcante para os fãs do gênero. Para mais informações, acompanhe o site oficial.

SteamDolls chega ao Acesso Antecipado no Steam com ação brutal e furtividade

O jogo “SteamDolls”, desenvolvido pelo estúdio franco-belga The Shady Gentleman, chega ao Acesso Antecipado do Steam nesta segunda-feira (11), a partir das 15h (horário de Brasília). O título, que mescla ação e furtividade em um universo steampunk inspirado em quadrinhos, conta com dublagem de David Hayter, conhecido por dar voz a Solid Snake na franquia “Metal Gear Solid”. O jogo está disponível por R$ 99,90 (ou equivalente regional) e tem um desconto de 15% nas duas primeiras semanas.

No controle de Whisper, um personagem sanguinário e sarcástico, os jogadores devem equilibrar ataques brutais com estratégias furtivas para sobreviver em uma cidade caótica à beira da anarquia. A versão em Acesso Antecipado inclui seis capítulos, com uma estimativa de 5 a 7 horas de conteúdo. O jogo pode ser jogado em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol. Uma demonstração gratuita também está disponível na plataforma.

O projeto, que teve sua primeira exibição pública em 2019 e passou por uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo, conta com um elenco de dubladores renomados, incluindo Christopher Randolph e Jennifer Hale, além de Hayter. O estúdio pretende usar o período de Acesso Antecipado para coletar feedback da comunidade e aprimorar mecânicas, equilíbrio e novos conteúdos antes do lançamento oficial.

Com um estilo visual que combina elementos 2D e 3D, “SteamDolls” oferece um mundo vasto e sombrio para explorar, repleto de zonas únicas, como uma capela abandonada e tomada pela vegetação, um subterrâneo infernal, um bunker industrial eletrificado e uma cidade infectada por criaturas insetoides. Além do combate intenso e furtividade, o jogo traz um sistema de personalização da base do protagonista, onde itens coletados podem ser utilizados para desbloquear melhorias e descobrir mais sobre a história do universo do jogo.

“SteamDolls” promete uma experiência diferenciada ao misturar plataforma, ação e furtividade com uma narrativa envolvente. Os interessados podem conferir o trailer de lançamento e experimentar a demo disponível no Steam.

Abaixo tem o trailer de SteamBolls: