“Undivine” promete uma jornada sombria e desafiadora em novo metroidvania com toques de RPG

Exploração, combate e mistério se unem em “Undivine”, novo título indie que aposta em uma ambientação sombria e um mundo repleto de segredos. Inspirado nos clássicos do gênero metroidvania, o jogo entrega uma experiência não linear, em que o jogador decide como e quando avançar, enquanto mergulha em uma narrativa envolvente e cheia de nuances.

No controle de um personagem enigmático conhecido apenas como “o viajante”, o jogador chega a uma vila marcada pela tragédia. Um enorme abismo surgiu no centro do vilarejo e engoliu boa parte da população. Sem respostas e com poucos sobreviventes, resta apenas descer ao desconhecido. A partir daí, se abre um vasto mundo subterrâneo, interconectado e recheado de perigos, onde cada passo pode revelar um novo fragmento da história ou despertar um inimigo letal.

“Undivine” investe em uma jogabilidade dinâmica, baseada em combates rápidos e personalização profunda. Relíquias místicas, espadas, armaduras e acessórios influenciam diretamente o estilo de jogo, permitindo combinações variadas de ataques e habilidades. O jogador também conta com um sistema de talentos que permite evoluir em áreas como alquimia, demonologia e cartografia, o que traz ainda mais profundidade ao desenvolvimento do personagem.

Apesar de apresentar um caminho principal, boa parte do conteúdo é opcional, recompensando os mais curiosos com itens únicos, missões secundárias e até referências a clássicos que inspiraram o título. São mais de 30 colecionáveis que ampliam a lore e oferecem recompensas para os mais atentos.

Com diferentes níveis de dificuldade e um sistema de progressão que respeita o ritmo do jogador, “Undivine” promete agradar tanto veteranos quanto novatos no gênero. A promessa é de uma experiência densa, onde cada escolha molda a jornada em um universo que mistura fantasia sombria, liberdade de exploração e desafios constantes. Para mais informações, acesse a página do game na Steam.

Abaixo tem o trailer de Undivine:

Review – Clair Obscur mostra que um jogo não precisa ser AAA para ser nota 10

Em tempos em que jogos AAA custam 350 reais — e agora estão chegando aos 500, como Mario Kart World —, olhar para jogos com escopo mais simples e, consequentemente, mais baratos é o caminho ideal para o apreciador de games trilhar. Esses jogos podem oferecer experiências divertidas, mas às vezes carecem de um bom polimento ou de uma qualidade impressionante — embora, atualmente, até os gigantes da indústria falhem nesses aspectos. Hoje vamos falar de Clair Obscur, a nova sensação do momento.

Mas e se algum desses jogos mais simples for uma joia extremamente lapidada? E se esse jogo for um RPG inspirado em grandes sucessos do passado, mas moderno o suficiente para competir com os maiores títulos da atualidade? Esse jogo existe e se chama Clair Obscur: Expedition 33, o primeiro título do estúdio francês Sandfall Interactive, formado por 30 veteranos da indústria.

Em um mundo onde há uma contagem regressiva indo de 100 a 0 — e a cada ano pessoas com a idade correspondente morrem, ao melhor estilo do estalo do Thanos, aqui causado por uma misteriosa entidade chamada Artífice —, você assume o papel de Gustave. Ele faz parte da Expedição 33, grupo de pessoas que têm no máximo 32 anos de idade, cuja missão, ao lado de seus companheiros, é algo aparentemente simples, mas que nunca foi realizado antes: derrotar a criatura e interromper o evento anual conhecido como Gonmage.

À medida que você avança na história, encontra diários que são os últimos relatos de algum membro de outra expedição. Os textos vão de algo engraçado a melancólico — e melancolia é o sentimento que define esse jogo.

Com uma premissa simples, porém eficaz, especialmente pela forma como é apresentada ao jogador, você rapidamente mergulha no universo de Clair Obscur. O jogo te lança diretamente em um RPG por turnos que exige não só estratégia, mas também reflexos rápidos.

Combate: fácil de aprender, difícil de dominar

O combate evolui à medida que o jogo avança. No início, parece ser um RPG por turnos tradicional, no qual você escolhe entre atacar, usar itens ou habilidades. Logo é apresentado o sistema de defesa, em que defender um ataque inimigo permite contra-atacar — e isso é altamente recompensador. Em seguida, o jogo introduz o sistema de esquiva, uma forma mais fácil de se defender, mas que oferece menos recompensas.

Com a adição de personagens com mecânicas únicas, nenhum deles é jogado da mesma forma. Gustave, por exemplo, é o mais simples, mas sua mecânica permite acumular eletricidade para realizar um ataque poderoso. Já Lune trabalha com elementos e uma runa dividida em quatro partes. Cada parte representa um elemento, e combiná-los da forma certa garante vantagens no combate. Existem também personagens que alternam entre posturas ofensivas e defensivas, um personagem claramente inspirado em hack and slash, como Devil May Cry — que ganha classificação de D a S —, e até um personagem que imita os inimigos.

Essas variações tornam o combate de Clair Obscur único. A fluidez das batalhas impede que o jogo se torne monótono. É o tipo de jogo que consegue convencer até os jogadores que não gostam de RPGs por turno a dar uma chance. Ele é acessível desde o início e, rapidamente, passa a exigir muita atenção. Cada batalha pode ser vencida utilizando todos os recursos disponíveis. Os inimigos estão sempre tentando te superar — e, às vezes, uma boa defesa vale mais do que um ataque planejado. Conseguir executar um parry com sucesso pode mudar o rumo do combate. A esquiva é mais segura, mas não gera a mesma recompensa. Sendo assim, o jogo exige estratégia e coragem do jogador.

Sistema de RPG: eficaz e criativo

Ao fim do combate vêm as recompensas. Em Clair Obscur, a quantidade de experiência adquirida é alta por dois motivos. Primeiro, você precisa subir de nível rapidamente para enfrentar inimigos mais fortes. Segundo, é necessário desbloquear habilidades essenciais. A cada nível, o jogador recebe três pontos para distribuir em atributos que vão de Força até Sorte — cada um importante para diferentes estilos de jogo e armas ou pictos.

Os pictos são equipamentos que aumentam certos atributos ou adicionam habilidades passivas, como bônus no ataque básico ou mais dano em contra-ataques. Cada personagem pode equipar até três pictos e, como são únicos, é necessário montar builds específicas para aproveitar melhor cada personagem.

Como o jogo praticamente não exige grinding — ou seja, não há necessidade de repetir batalhas para evoluir —, o jogador tem a falsa sensação de que está tudo indo bem. De repente, sente-se fraco e percebe que esqueceu de equipar os luminas. Esses são habilidades passivas que o personagem aprende com o tempo em que permanece com determinado picto. Existe, então, uma rotatividade natural desses equipamentos. O jogador não precisa se apegar a uma única habilidade: basta aprendê-la e depois equipar algo melhor.

Por ser um RPG influenciado por jogos como Legend of Dragoon, Chrono Trigger, Final Fantasy e Lost Odyssey, o título entrega três elementos essenciais: um mapa grandioso, personagens icônicos e uma trilha sonora impecável.

Mapa que resgata a nostalgia da exploração

O jogador tem em mãos um mapa-múndi ao estilo dos clássicos do PS1, com personagens em escala gigante e cenários pequenos. Você caminha por esse mapa, encontra inimigos posicionados em locais fixos, visita cidades e explora cavernas. Nada de batalhas aleatórias. Algumas áreas estão disponíveis logo no início e podem conter inimigos muito fortes. Outras trazem boas recompensas. A nostalgia é intensa, especialmente para quem viveu os RPGs antigos, nos quais cada descoberta era única. Ao longo da jornada, você desbloqueia habilidades que permitem explorar novas áreas e alcançar locais que antes pareciam inacessíveis.

Personagens: a cereja do bolo

Alguns personagens envolvem spoilers, então serei breve. Basta saber que os personagens são o ponto alto do jogo. Há muito tempo não se via um elenco tão cativante. Em muitos RPGs, você se apega a um ou outro personagem. Aqui, todos são importantes e emocionam. Suas histórias variam entre tristes, engraçadas e cativantes. O jogo ainda oferece um sistema de afinidade com esses personagens, que, ao ser desenvolvido, rende habilidades extras.

O texto de Clair Obscur dialoga com temas como legado, luto e futuro. Cada personagem tem motivações claras, bem apresentadas ao jogador. A localização está excelente e ajuda na imersão. E sim, em alguns momentos, eu chorei.

Clair Obscur

Trilha sonora: melodias que emocionam

Lorien Testard é o compositor de Clair Obscur, e seu trabalho é memorável. As composições são doces e melancólicas, transmitindo perfeitamente a atmosfera do jogo. O clima de urgência e última esperança está presente em todos os ambientes, e a trilha sonora reforça isso com maestria. Em pouco tempo, você estará cantarolando algumas músicas e, quem sabe, adicionando-as à sua playlist do Spotify.

Visual: Belle Époque com Unreal Engine


O visual de Clair Obscur é inspirado na Belle Époque, período de paz e prosperidade na Europa entre 1871 e 1914. Elementos do Impressionismo, Art Nouveau e Simbolismo estão presentes em tudo — desde o figurino e paleta de cores até os cenários e os monstros, chamados de Nevrons. Muitos cenários misturam arquitetura realista com abstrações visuais. Tudo isso é lindamente trabalhado na Unreal Engine. A direção de arte é quase perfeita, principalmente considerando que o escopo do projeto é modesto. O resultado é impressionante.

Se não é AAA, o que é então?

Clair Obscur custa 200 reais na Steam e está disponível no Game Pass. Isso o torna um jogo AA? Não exatamente. O que revela seu orçamento médio são detalhes perceptíveis como expressões faciais pouco trabalhadas, animações de corrida um pouco estranhas e mapas com design linear, onde geralmente há apenas um caminho principal. Se você encontrar outro caminho, ele provavelmente leva a um item, mas nunca altera a rota. Os mapas também, por muitas vezes, são poluídos e não oferecem um bom senso de direção. Esses aspectos não prejudicam a experiência, mas indicam as limitações do projeto.

Mesmo assim, fica claro que o estúdio soube escolher suas batalhas. E venceu todas. O resultado é o melhor jogo possível, dentro do possível. Clair Obscur está disponível na Steam.

Nota: 10

Texto por: Victor Candido

Remasterização de The Elder Scrolls IV: Oblivion é lançada de surpresa e já pode ser jogada em 4K

Lançado originalmente em 2006 e aclamado como Jogo do Ano, The Elder Scrolls IV: Oblivion acaba de ganhar uma versão remasterizada. O anúncio, feito de forma inesperada, pegou os fãs de surpresa e trouxe uma novidade empolgante: o título já está disponível para Xbox Series X|S, PlayStation 5, PC e também para os assinantes do Xbox Game Pass.

Com gráficos atualizados para resolução 4K e desempenho a 60 quadros por segundo, a remasterização é fruto de uma colaboração entre a Bethesda Game Studios e o estúdio Virtuous. O objetivo da nova edição foi modernizar a experiência original sem perder a essência que consagrou o jogo como um dos grandes nomes do gênero RPG. As mudanças não se limitam à parte visual: os menus foram redesenhados, as animações de combate estão mais fluidas, e os sistemas de progressão e criação de personagem foram ajustados para tornar a jogabilidade mais acessível e dinâmica.

O enredo de Oblivion continua o mesmo: os jogadores devem enfrentar as forças de Oblivion que ameaçam destruir Cyrodiil, um reino vasto e detalhado que serve de cenário para a aventura. O jogo permite a exploração de cidades, florestas, masmorras e reinos alternativos, sempre com liberdade para seguir múltiplas linhas narrativas.

Além da campanha principal, a nova edição inclui as expansões The Shivering Isles e Knights of the Nine, que adicionam dezenas de horas de conteúdo extra, novos personagens, locais e desafios.

Com uma narrativa rica, personagens marcantes e um universo aberto cheio de possibilidades, The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered resgata um clássico e o apresenta com a tecnologia e o polimento que os tempos atuais exigem. Para os fãs de longa data ou novos aventureiros, é uma chance de viver — ou reviver — uma das maiores jornadas do mundo dos games. Para mais informações sobre The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered, visite o site oficial aqui.