Estúdio brasileiro lança My Monsters, jogo em realidade virtual que explora saúde mental

O estúdio Ludact anunciou o lançamento de My Monsters, jogo em realidade virtual já disponível na Meta Quest Store e na Steam VR. A produção chama atenção pela direção artística, inteiramente pintada à mão, e pela narrativa que coloca o jogador diante de desafios emocionais como ansiedade, solidão e medo.

Ambientado em Onirium, um mundo dos sonhos vibrante e surreal, o título apresenta o protagonista em jornada ao lado de seu monstro interior, Moti, personagem que simboliza a força necessária para enfrentar sentimentos complexos. A experiência combina combate em primeira pessoa, resolução de puzzles e momentos narrativos, resultando em aproximadamente cinco horas de jogo divididas em três atos.

My Monsters

O visual artesanal é um dos principais diferenciais do projeto: todos os cenários e objetos foram criados com pinceladas digitais que simulam uma pintura feita à mão. Além disso, o jogo chega ao público com dublagem integral em português, um cuidado que reforça a acessibilidade e a imersão.

Segundo o estúdio, My Monsters foi pensado como uma aventura que alia diversão e reflexão. A proposta é tratar de saúde mental e autoconhecimento de maneira leve, ao mesmo tempo em que oferece mecânicas típicas dos jogos de ação e exploração.

My Monsters

O título tem preço sugerido de US$ 19,99 para Meta Quest e R$ 59,90 na Steam VR. Sua produção contou com financiamento da Lei Paulo Gustavo (2023), via Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, recurso que foi fundamental para viabilizar o projeto e reconhecer seu valor cultural.

Com a chegada de My Monsters às plataformas, o estúdio Ludact busca firmar seu nome no mercado internacional de realidade virtual e ampliar a presença de jogos brasileiros com temáticas inovadoras e universos autorais. Para mais informações, acesse a página oficial do game.

Abaixo tem o trailer de My Monsters:

Games deixam de ser estigma e se consolidam como espaços de socialização e inovação

Apesar de décadas de debates sobre violência e comportamentos agressivos, estudos recentes reforçam que não há evidências científicas de que jogos digitais promovam ações violentas na vida real. A indústria, alvo frequente de críticas que vão desde vício até impactos na saúde mental, tem mostrado cada vez mais seu potencial positivo, oferecendo experiências de socialização, inclusão e desenvolvimento cognitivo.

Dados da Pesquisa Gamer Brasil 2025 apontam que 82,8% dos brasileiros jogam algum tipo de jogo digital, especialmente nas faixas etárias entre 15 e 44 anos. O público gamer se mostra diversificado, engajado e economicamente ativo, com mais da metade apresentando renda entre R$2.824,01 e R$14.120,00.

Segundo a psicóloga e pesquisadora de psicologia nos games, Rachel Kowert,“as pessoas querem desesperadamente se apegar a uma solução fácil para problemas complexos, como tiroteios em massa ou delinquência juvenil. Culpam os jogos porque é mais simples do que enfrentar questões estruturais.”

Já o Dr. Vicente Martin Mastrocola, mais conhecido como Vince Vader, professor e publicitário, argumenta que “nós somos muito mais complexos do que só os jogos que a gente joga”, apesar de entender que também fazem parte do que constitui uma pessoa. Para ele, culpar um jogo por causar um comportamento violento “é reduzir demais a complexidade do nosso self”.

Para os jogadores, os games representam mais do que entretenimento: são espaços de expressão pessoal, conexão social e inovação. Marcas e empresas têm aproveitado esse cenário para desenvolver oportunidades de engajamento e criatividade.

Especialistas reforçam que o debate sobre “violência e games” deve ser pautado em dados e contextualizado culturalmente, reconhecendo o papel educativo e social dos jogos digitais, além do seu potencial para fortalecer comunidades e relacionamentos.

Jogo indie “The Prisoning: Fletcher’s Quest” ganha demo gratuita no Steam Next Fest

O estúdio sueco Elden Pixels, conhecido por títulos como Alwa’s Legacy e A Void Hope, acaba de lançar a demo de seu novo jogo, The Prisoning: Fletcher’s Quest, como parte do festival Steam Next Fest. A demonstração já está disponível gratuitamente na plataforma, permitindo aos jogadores uma primeira incursão nesse metroidvania cômico e introspectivo.

Na pele de Fletcher Howie Jr., um desenvolvedor de jogos à beira do colapso físico e mental, os jogadores embarcam em uma jornada ambientada dentro da mente do protagonista. O ponto de partida é uma sessão de terapia que dá muito errado, aprisionando Fletcher em seu subconsciente — um espaço surreal repleto de traumas, monstros internos e até tubarões literais.

Com fortes inspirações autobiográficas, o jogo satiriza a cultura de exaustão no desenvolvimento de jogos e oferece uma experiência que mistura humor, crítica e ação. A proposta é explorar os desafios da saúde mental de forma sensível, porém leve, em meio a combates frenéticos e elementos clássicos de metroidvania, como fases interconectadas, habilidades desbloqueáveis e segredos escondidos.

A demo apresenta uma zona inicial e uma fase completa, incluindo um chefe inusitado e diversos atalhos e surpresas. Logo no início, o jogador recebe um pulo duplo e uma munição extra, um mimo dos desenvolvedores que assumem o bom humor como parte essencial do projeto.

The Prisoning: Fletcher's Quest Demo

De acordo com o estúdio, The Prisoning nasceu como um protótipo ainda em 2020, durante a pandemia. O projeto foi temporariamente engavetado, mas agora retorna em uma versão mais ambiciosa e com muito mais personalidade.

Ainda sem data de lançamento definida, o título está previsto para chegar ao PC em 2025. Enquanto isso, os interessados já podem baixar a demo no Steam e explorar esse mergulho satírico na mente de um desenvolvedor esgotado, uma mistura de pesadelo criativo e metalinguagem bem-humorada. Para mais informações, acesse a página do game na Steam.

Abaixo tem o trailer de The Prisoning: Fletcher’s Quest: