Sampa Games – Prefeitura de São Paulo abre inscrições para investir R$ 50 mil em estúdios de games

A cidade de São Paulo está com inscrições abertas para a quarta edição do Sampa Games, iniciativa da Prefeitura que visa incentivar o setor nacional de jogos eletrônicos. O programa, coordenado pela Agência São Paulo de Desenvolvimento (Ade Sampa), vai selecionar até 25 projetos e conceder um aporte financeiro de R$ 50 mil a cada um.

Empreendedores e representantes de estúdios interessados têm até às 11h50 do dia 14 de maio para submeter sua proposta. A inscrição deve ser feita exclusivamente por meio do site oficial da iniciativa.

Voltado para negócios que tenham a tecnologia como base de suas atividades, o Sampa Games busca fomentar o desenvolvimento de jogos e experiências interativas com potencial de impacto social e econômico.

Para que as empresas possam ser selecionadas, é necessário que desenvolvam produtos ou serviços com base tecnológica. Serão ainda priorizados os projetos que se enquadrem nas seguintes áreas:

        • Negócios que se enquadrem dentro dos eixos de jogos aplicados (serious games): digitais ou analógicos com tecnologia complementar;
        • Jogos de entretenimento: digitais ou analógicos com tecnologia complementar;
        • Experiências interativas: em dispositivos de realidades imersivas como aumentada ou virtual.

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o foco do programa está em apoiar empreendedores criativos que transformem ideias em produtos concretos. Além do investimento direto, os estúdios selecionados terão acesso a capacitações, mentorias e conexões com redes estratégicas do setor.

“Sampa Games é uma política pública que acelera esse movimento, oferecendo apoio financeiro, capacitação e acesso a redes estratégicas” e que o objetivo do programa “é impulsionar negócios inovadores, gerar emprego, renda e ampliar as oportunidades e transformar ideias em negócios com impacto real”, disse Rodrigo Goulart, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

Com essa iniciativa, a Prefeitura de São Paulo pretende fortalecer a economia criativa da cidade, gerar empregos e posicionar o município como referência no desenvolvimento de jogos digitais. O Sampa Games também se alinha ao esforço de ampliar a presença de estúdios independentes no mercado nacional, muitas vezes impedidos de crescer por falta de incentivo financeiro e técnico.

A edição anterior do programa já demonstrou resultados positivos, com estúdios participantes expandindo seus projetos e conquistando visibilidade no setor. O programa integra uma série de ações da Prefeitura voltadas ao incentivo da economia criativa e tecnológica na capital paulista. Para saber mais e se inscrever, basta acessar o site do Sampa Games até a data limite.

Review – South of Midnight é videogame em sua essência

São tempos difíceis para jogos mainstream. A ambição por gráficos realistas e mundos abertos com dezenas de horas de gameplay pode facilmente cansar o público que não quer um jogo chato, mas também não quer algo longo demais. Em uma era em que Final Fantasy VII Rebirth leva 80 horas para ser concluído, Dragon Age: Veilguard e outros seguem o mesmo caminho. Ver um jogo como South of Midnight traz uma nostalgia de 2008 a 2012.

Na época do PS3 e Xbox 360, tivemos jogos como Alice: Madness Returns, Remember Me, Devil May Cry 4, o reboot de Devil May Cry, Vanquish, Enslaved, entre outros que tinham uma coisa em comum: uma jogabilidade com, no máximo, 14 horas. Eram os AAA ou AA da época, com ambição suficiente para garantir diversão em um período curto, mas com qualidade que podia ser considerada muito boa.

A Compulsion Games trouxe uma joia rara para a indústria — uma surpresa positiva, principalmente para quem não esperava algo tão bom. Depois do mediano Contrast e do desastroso We Happy Few, o terceiro jogo do estúdio é South of Midnight, um jogo de ação e aventura com elementos de plataforma e foco narrativo. Ele faz um pouco de tudo — e faz muito bem. Pode soar improvável, mas mostra que um estúdio pode dar a volta por cima e entregar grandes surpresas. South of Midnight é uma delas.

No jogo, você controla Hazel, uma garota com problemas familiares que testemunha um evento misterioso envolvendo um furacão e o desaparecimento de sua mãe. Em seguida, o mundo real começa a se fundir com um mundo de fantasia, e Hazel descobre que é uma “Tecelã”, uma entidade com poderes capazes de restaurar o mundo e trazer sua mãe de volta.

Sua história é baseada no folclore da região sul dos Estados Unidos. Você encontrará diversas criaturas desse imaginário — muitas delas são personagens carismáticos e divertidos, como Bagre, um peixe gigante contador de histórias, além de outros seres igualmente interessantes.

De modo geral, é uma história que funciona e é bastante sólida. Tem carisma e prende o jogador logo de cara. O ritmo é bom, sem enrolação, com bastante conteúdo e uma conclusão satisfatória. Não deixa um gancho explícito, mas abre espaço para uma possível sequência.

O jogo não é isento de problemas. O que mais incomoda é a limitação no combate: Hazel utiliza apenas duas agulhas e os combos são praticamente os mesmos durante todo o jogo. É possível alternar entre diferentes poderes para criar vantagens nas batalhas, mas, no geral, o modo de atacar os inimigos muda pouco.

Tirando isso, o jogo apresenta uma estrutura repetitiva, mas funcional: explorar o mapa, coletar pontos de experiência para melhorar habilidades, encontrar documentos que aprofundam a história, lutar contra inimigos e viver momentos musicais misturados com plataforma.

Quase todas as fases (ou capítulos) seguem essa estrutura. O jogo não tem medo de ser linear — e isso funciona muito bem. Sempre que se encontra um caminho alternativo, vale explorá-lo, pois geralmente há algo útil e logo o jogador retorna à trilha principal. O ritmo é ótimo, a progressão é rápida e a sensação de aproveitar ao máximo a experiência é real.

O sistema de combate é semelhante ao de jogos character action como Devil May Cry, com arenas fechadas onde surgem ondas de inimigos. As variações incluem inimigos corpo a corpo, tanques resistentes, atiradores e aqueles que fortalecem os demais. O jogador não tem itens de cura, mas pode restaurar parte da vida ao derrotar inimigos ou usar um orbe disponível em quase todas as arenas (utilizável apenas uma vez por combate). Isso incentiva o jogador a se dedicar ao máximo em cada luta, sabendo que terá recuperação ao final.

O combate tem seus desafios. Em dificuldades mais altas, o jogo é bastante punitivo. Na dificuldade padrão, o equilíbrio é muito bom, exigindo do jogador todo o aprendizado adquirido ao longo da campanha. Há um ciclo eficaz entre entender o comportamento dos inimigos e enfrentá-los em combinações cada vez mais desafiadoras.

Também há batalhas contra chefes — personagens ligados diretamente à narrativa e com pequenos arcos próprios. Cada chefe tem uma mecânica específica, e aprender os padrões não é difícil. No entanto, falta um chefe que exija o uso completo das mecânicas do jogo. Ainda assim, as batalhas são divertidas. E, para quem busca desafio, há troféus por vencer cada chefe sem tomar dano.

Um dos aspectos que mais chamam atenção é o visual. Desde o anúncio, South of Midnight impressiona com animações que simulam stop motion e uma direção de arte única. A ambientação em regiões pantanosas é ricamente detalhada e sempre oferece algo novo para observar. Apesar de não ser um jogo com gráficos de ponta, o uso da Unreal Engine aliado à direção de arte entrega um visual belíssimo.

A trilha sonora é um show à parte. Jazz e blues permeiam toda a jornada. Cada chefe tem sua própria música, e as letras fazem referência direta ao personagem em questão. Para aproveitar o jogo da melhor forma, vale a pena jogar com o volume alto e apreciar essa trilha fantástica.

Conclusão

South of Midnight é exatamente o tipo de jogo que faz falta na indústria: pequeno em escopo, mas com uma história boa e divertida, mecânicas bem aplicadas ao seu conceito e uma experiência única. Não precisa ser excelente — apenas bom o suficiente para entreter sem exigir dezenas de horas diante da tela. Suas 14 horas (ou menos) provam que ainda é possível criar algo de qualidade com foco, ritmo e personalidade. Se o mercado voltasse a olhar para jogos assim, viveríamos tempos muito melhores na indústria.

South of Midnight está disponível para Steam, Windows e Xbox por R$199,00 — um preço justo para um jogo claramente AA. Caso o jogador seja assinante do Game Pass Ultimate, pode jogá-lo por lá, sendo essa a maneira mais acessível de conhecê-lo.

Texto por: Victor Candido

Football Life Simulator – Novo simulador mergulha na rotina de um jogador de futebol dentro e fora dos campos

Lançado em 11 de abril na plataforma Steam, Football Life Simulator é um jogo que vai muito além das quatro linhas. Desenvolvido pelo estúdio independente Ludu Arts, sediado em Istambul, na Turquia, o título aposta em uma proposta diferenciada: simular não apenas a carreira, mas toda a vida de um jogador de futebol profissional.

Desde o início, o jogador assume o papel de um atleta já atuando profissionalmente. O grande desafio, no entanto, está fora do gramado. O game convida os usuários a administrarem todas as áreas da vida de um jogador moderno: contratos, treinos, entrevistas, fama, redes sociais, relacionamentos, festas, hobbies, investimentos e até decoração da casa.

Com mecânicas inspiradas em jogos de simulação de vida, Football Life Simulator oferece um sistema de progressão aberto, em que as escolhas feitas durante a jornada têm impacto direto no rumo da carreira. É possível sair para bares, adotar animais de estimação, cuidar da forma física, conceder entrevistas e até jogar partidas de futebol de rua. Há ainda atividades como assistir televisão, ler revistas e se divertir em cassinos.

O jogo também apresenta um sistema econômico detalhado, que permite controlar gastos, investir o dinheiro ganho e contratar empregados domésticos. Além disso, inclui minijogos de treinamento, gestão de lesões, personalização de personagem e momentos de lazer, como viagens e descanso entre partidas.

A versão em acesso antecipado já está disponível e, segundo os desenvolvedores, será expandida gradualmente com base no retorno da comunidade. A proposta é oferecer uma experiência completa, com profundidade e liberdade para que cada jogador crie sua própria trajetória.

Voltado a quem busca uma abordagem mais realista e completa da vida de um atleta, o jogo se destaca pela riqueza de detalhes e pela variedade de possibilidades. Para mais informações, acesse a página do game na Steam.

Abaixo você confere o trailer de Football Life Simulator: