Nos dias 6 e 7 de dezembro, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, será palco do Artcode Summit, evento dedicado ao desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil. A iniciativa reúne profissionais renomados do setor para palestras, workshops e networking, enquanto destaca o potencial criativo de desenvolvedores independentes da capital federal.
A programação inclui temas como game design, marketing, publicação de jogos e uso de engines de desenvolvimento, com palestrantes de destaque como Bo Andersson, criador da franquia Payday, Esteban Maldonado, especialista da Unity, e André Castro, artista 3D conhecido por trabalhos em Warcraft. Além disso, Wenes Soares, influenciador e entusiasta do mercado de games, traz sua visão sobre tendências e oportunidades do setor.
Um dos pontos altos do evento será a exposição organizada pela Associação de Desenvolvedores de Jogos do Distrito Federal (Abring). O público poderá experimentar jogos de estúdios locais, como Retro Arsenal (Time Eclipse), Legacy of Evil (Uruca Game Studio) e Cat City (Instal Entretenimento). A mostra reforça a importância dos desenvolvedores independentes na cena nacional, setor que cresce continuamente.
O Artcode Summit também busca fomentar a internacionalização do mercado brasileiro, criando um espaço para troca de conhecimentos e parcerias. Com transmissão online para quem não pode comparecer presencialmente, o evento amplia seu alcance e reforça o compromisso de transformar o Brasil em um dos principais polos de desenvolvimento de jogos no mundo.
Sobre a Abring
A Associação de Desenvolvedores de Jogos do Distrito Federal (ABRING) é uma OSC sem fins lucrativos formada por empresas e profissionais da indústria distrital de games. Seu foco é mapear, promover e criar conexões valiosas em meio ao ecossistema local, unindo empresas, prestadores de serviço, instituições e escolas rumo ao crescimento da produção de games do Distrito Federal.
As inscrições já estão abertas no site oficial do evento. Para mais detalhes sobre a programação e os jogos em destaque, acesse o site oficial.
Serviço – Artcode Summit
Quando: 6 e 7 de dezembro de 2024 – Sexta-feira, das 16h às 20h. E sábado, das 9h às 20h
Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) generativa tem emergido como uma das tecnologias mais transformadoras no campo dos jogos eletrônicos. Capazes de criar desde imagens e sons até roteiros completos, essas IAs oferecem oportunidades fascinantes, mas também apresentam riscos significativos para os profissionais da indústria. Este artigo explora os impactos e desafios que esses avanços tecnológicos impõem aos diversos setores envolvidos na criação de jogos eletrônicos, com exemplos reais que ilustram essas mudanças.
Ilustradores e Artistas Visuais: Um Setor em Transformação
A ilustração digital e o design de personagens sempre foram áreas centrais na criação de jogos eletrônicos. No entanto, com a ascensão de IAs generativas capazes de criar artes de alta qualidade em questão de segundos, muitos ilustradores estão enfrentando desafios sem precedentes. Um exemplo concreto desse impacto é o caso da ilustradora Lúcia Lemos, que relatou recentemente uma queda significativa em sua renda devido à competição com artes geradas por IA.
Lúcia, que há anos trabalhava com ilustrações para jogos independentes e materiais promocionais, viu uma parte considerável de seus clientes migrando para soluções mais baratas oferecidas por plataformas de IA. Essas ferramentas permitem que desenvolvedores criem artes de alta qualidade por uma fração do custo, o que torna difícil para profissionais humanos competir. O caso de Lúcia é apenas um exemplo do que muitos artistas visuais estão enfrentando, e levanta questões importantes sobre a sustentabilidade dessa profissão no futuro.
“A gente já está perdendo emprego, tendo nosso trabalho roubado para treinar essas ferramentas”, diz Lúcia Lemos.
Roteiristas e Escritores: Criatividade Sob Ameaça
Outra profissão que enfrenta riscos devido à IA generativa é a de roteiristas e escritores de jogos. A criação de narrativas envolventes e diálogos autênticos é uma habilidade que sempre foi altamente valorizada na indústria de jogos. No entanto, com a IA sendo capaz de gerar diálogos e roteiros complexos, a demanda por roteiristas humanos pode diminuir.
Empresas como a Latitude, criadora do AI Dungeon, já utilizam IAs para gerar narrativas dinâmicas, permitindo que jogadores experimentem histórias personalizadas em tempo real. Enquanto essas ferramentas oferecem uma nova forma de imersão para os jogadores, elas também reduzem a necessidade de contratar escritores para criar conteúdo específico. Esse cenário pode levar a uma diminuição de oportunidades para roteiristas, especialmente aqueles que trabalham em jogos menores ou independentes.
Desenvolvedores e Programadores: Automação de Tarefas
Embora desenvolvedores e programadores pareçam estar em uma posição mais segura, a automação de certas tarefas através da IA também pode impactar esse setor. IAs como a Codex, desenvolvida pela OpenAI, já são capazes de gerar códigos de programação a partir de descrições textuais, o que pode reduzir a necessidade de programadores para tarefas repetitivas ou menos complexas.
Por exemplo, em fases iniciais de desenvolvimento de jogos, onde são necessárias inúmeras linhas de código para estabelecer mecânicas básicas, a IA pode assumir essas tarefas, permitindo que as equipes sejam menores ou que o trabalho seja feito em menos tempo. Embora isso possa parecer uma vantagem, também significa que a demanda por programadores em tarefas básicas pode diminuir, forçando os profissionais a se adaptarem e a buscarem especializações em áreas mais avançadas da programação.
O Futuro dos Profissionais de Jogos na Era da IA
A IA generativa oferece inovações incríveis, mas também representa uma ameaça real para muitos profissionais da indústria de jogos eletrônicos. Ilustradores, roteiristas e até desenvolvedores podem ver suas funções transformadas ou até reduzidas devido à automação e à capacidade das IAs de realizar tarefas criativas e técnicas com rapidez e eficiência.
O caso de Lúcia Lemos é um exemplo claro de como essa tecnologia pode afetar a renda e a carreira de profissionais que, até recentemente, eram indispensáveis na indústria. À medida que a IA continua a evoluir, será crucial que os profissionais da área de jogos se adaptem, buscando novas formas de agregar valor e mantendo-se à frente das mudanças tecnológicas.
O desafio agora é encontrar um equilíbrio onde a tecnologia possa ser utilizada como uma ferramenta de apoio, em vez de substituir completamente o talento humano. Somente assim será possível preservar a diversidade e a criatividade que fazem dos jogos eletrônicos uma das formas de arte mais dinâmicas e emocionantes da atualidade.
Profissionais envolvidos com games devem temer as IAs?
Essa é uma questão é complexa e depende de vários fatores. Ao mesmo tempo que é óbvio que as IAs, especialmente as generativas, trazem desafios, elas também podem trazer oportunidades para a indústria.
Prós:
Ferramentas de Apoio: As IAs também podem ser vistas como ferramentas que ajudam a otimizar o trabalho, permitindo que os profissionais foquem em tarefas mais complexas e criativas, onde a intervenção humana ainda é indispensável.
Novas Oportunidades: A evolução da IA pode criar novas áreas de atuação, como o desenvolvimento de IA customizada para jogos, a curadoria de conteúdo gerado por IA, ou a supervisão criativa sobre as produções automatizadas.
Adaptação e Evolução: A história da tecnologia mostra que, com a adaptação, novas oportunidades surgem. Profissionais que se mantêm atualizados e buscam se especializar em áreas que complementam as IAs têm a chance de se destacar e até ampliar seu campo de atuação.
Contras:
Automatização de Tarefas: IAs estão cada vez mais capazes de realizar tarefas antes realizadas por humanos, como a criação de artes, roteiros e até códigos. Isso pode levar à redução de oportunidades de emprego em determinadas áreas, especialmente para tarefas repetitivas ou básicas.
Concorrência Desigual: A IA pode oferecer soluções mais rápidas e baratas, o que pode colocar profissionais humanos em desvantagem, como no caso de ilustradores que veem seu trabalho ser substituído por arte gerada por IA.
Desvalorização de Habilidades: Com a IA assumindo certas funções criativas, habilidades que antes eram altamente valorizadas podem ser desvalorizadas, levando a uma possível redução de salários e oportunidades para os profissionais.
A Substituição do Trabalho Humano pela IA
As IAs generativas estão cada vez mais aptas a realizar tarefas que antes eram exclusivas de seres humanos. Artistas visuais, roteiristas, compositores e até programadores estão começando a sentir o impacto dessas tecnologias, que oferecem soluções rápidas e econômicas para desafios criativos e técnicos. A tendência é que, à medida que essas IAs se tornam mais sofisticadas, elas possam assumir ainda mais responsabilidades, levando à potencial substituição de empregos em larga escala.
Esse cenário é uma expressão clara dos princípios do capitalismo, onde a eficiência e o lucro prevalecem sobre as considerações sociais e humanas. Se uma IA pode fazer o trabalho de um artista em uma fração do tempo e custo, é natural que empresas, em busca de competitividade, optem por essa alternativa. Contudo, isso pode resultar em uma desvalorização das profissões criativas, tornando essencial que os profissionais da indústria de games busquem se especializar e adaptar suas habilidades para se manterem relevantes.
Áreas em Que a IA Ainda Não Substitui o Trabalho Humano
Apesar dos avanços significativos das IAs, há aspectos do desenvolvimento de jogos que ainda dependem fortemente da intervenção humana. A criatividade humana, por exemplo, é uma área onde as IAs, até o momento, têm limitações significativas. Embora possam gerar conteúdo original com base em padrões e dados existentes, a capacidade de inovar, criar algo verdadeiramente novo e rompedor, ainda reside no domínio humano.
Outro ponto crucial é a compreensão profunda de contextos culturais e emocionais. Jogos não são apenas produtos técnicos; eles são obras de arte que carregam significados, narrativas e experiências que ressoam de maneiras complexas e sutis com os jogadores. Profissionais humanos trazem empatia, emoção e uma conexão cultural que as IAs, por mais avançadas que sejam, ainda não conseguem replicar de forma genuína.
Além disso, a colaboração e a comunicação dentro das equipes de desenvolvimento são aspectos que dependem da interação humana. A capacidade de compreender nuances, trabalhar em equipe, resolver problemas e negociar soluções são habilidades inerentes aos seres humanos, que as IAs ainda não possuem. Isso significa que, enquanto as IAs podem automatizar tarefas específicas, o desenvolvimento de um jogo completo e bem-sucedido ainda exige a visão e a coordenação humana.
A Especialização Como Caminho para a Relevância
Diante desses desafios, a especialização e a adaptação tornam-se imperativas para os profissionais da indústria de games. Aqueles que se dedicam a aprimorar suas habilidades em áreas onde a intervenção humana é indispensável estarão mais preparados para enfrentar o futuro. Isso pode significar focar em aspectos de design e criação que dependem da inovação, da criatividade e da compreensão emocional e cultural, ou ainda em funções que envolvam a supervisão e integração de processos automatizados.
A especialização também pode abrir novas oportunidades em áreas emergentes, como a curadoria e moderação de conteúdo gerado por IA, desenvolvimento de IA customizada para jogos, ou até mesmo a educação e treinamento de IA em processos criativos. A chave é entender que, enquanto o mercado de trabalho evolui, há sempre espaço para aqueles que conseguem adaptar suas habilidades às novas realidades.
Com a crescente influência da Era Digital e suas inovações, os jogos eletrônicos, uma vez considerados meras formas de diversão e lazer, têm se transformado em oportunidades de sucesso e mesmo em casos bilionários de empreendedorismo. O mundo dos jogos eletrônicos, que engloba o ecossistema gamer e de Esports, tem visto um crescimento exponencial, proporcionando novas carreiras e estabelecendo recordes de receita.
De acordo com projeções da consultoria PwC, a indústria global de jogos atingiu a marca de US$ 196,8 bilhões em receitas somente em 2022, com o Brasil liderando entre os países da América Latina, contribuindo com R$ 12 bilhões desse montante. Espera-se que o valor global atinja a impressionante marca de US$ 321 bilhões até 2026.
Reconhecendo a importância crescente desse setor, a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), por meio de sua Comissão Especial de Mídia, Entretenimento e Cultura, está organizando um evento presencial intitulado “Games e Esports com Bruno PlayHard: Conteúdo, Competição e Negócios.” O evento ocorrerá no próximo dia 11 de novembro, das 10h30 às 13h00, na sede da Secional, localizada na rua Maria de Paula, 35.
O anfitrião do evento será Bruno “PlayHard” Bittencourt, um empresário influente no mundo dos jogos eletrônicos, cuja jornada de sucesso começou na adolescência. Atualmente, ele é conhecido como pioneiro nos jogos mobile no Brasil e fundador da plataforma LOUD de jogos eletrônicos. Além disso, em 2019, ele foi reconhecido pela Forbes Brasil como um dos “30 Under 30,” um destaque na lista de jovens empreendedores de sucesso.
Juntamente com Bruno PlayHard, o evento contará com a participação de renomados profissionais do direito, que proporcionarão debates e insights inovadores. José Maurício Fittipaldi, presidente da Comissão organizadora do evento e advogado premiado na área de Mídia e Entretenimento, compartilhará sua experiência como executivo especialista na indústria. Ele receberá outros membros destacados da entidade, incluindo Eric Rocha, presidente da Comissão de Direitos da Mídia na OAB Campinas, Adriana Saltarini, especializada em mídia, eSports e entretenimento, e Ingrid Sguassabia Ferreira, especialista em propriedade intelectual.
José Maurício Fittipaldi expressou a importância deste evento ao afirmar: “Mesmo já estabelecido em um patamar bilionário, o ecossistema gamer ainda é um ramo pouco explorado pela advocacia paulista e muito promissor para jovens profissionais. Por isso, queremos conectar talentos nesse encontro da OAB SP e mostrar que, para além dos conhecimentos do direito, o advogado ou advogada que ingressar nesse setor precisa dominar os méritos e desafios da indústria do entretenimento. E não há meio mais eficiente para isso do que a partir de quem entende e vive o assunto todos os dias.”
As inscrições para o evento presencial “Games e Esports com Bruno PlayHard: Conteúdo, Competição e Negócios – A bilionária indústria dos games na visão de um dos mais influentes empresários do setor” já estão abertas e podem ser acessadas por meio deste link. No entanto, é importante observar que as vagas são limitadas.
SERVIÇO – Games e Esports com Bruno PlayHard: Conteúdo, Competição e Negócios
Quando: dia 11 de novembro de 2023, das 10h30 às 13h
Onde: Plenário da OAB São Paulo (Rua Maria de Paula, 35)