Microsoft celebra Xbox Showcase 2025 com anúncios, novidades e trailers

A Microsoft encerrou ontem, 8 de junho de 2025, o Xbox Showcase 2025 com um conjunto robusto de anúncios que envolvem desde grandes lançamentos até novas aquisições de hardware. Abaixo, o que se destacou durante o evento:

Destaques de jogos

The Outer Worlds 2 – Início potente com trailer de gameplay exibindo novos ambientes, fendas interplanetárias, seres hostis e discurso crítico ao capitalismo. O título chega em 29 de outubro de 2025 para Xbox Series X|S, PC e PS5.

 

High on Life 2 – Revelado com humor e ritmo característicos, o novo trailer divulga boas doses de ação, embora ainda não inclua gameplay. Estreia neste inverno (hemisfério norte) para Xbox, PC e PS5.

 

Resonance: A Plague Tale Legacy – Trailer cinematográfico anuncia chegada próxima à série, disponível em breve para Xbox, PS5 e PC.

 

Hollow Knight: Silksong – Confirmado em lançamento ainda em 2025, segundo anúncio feito ao vivo, gerando grande expectativa.

 

The Blood of Dawnwalker – Trailer de jogo de ação vampírica promete combate visceral. Lançamento previsto para 2026 em Xbox Series X|S, PC e PS5.

 

Super Meat Boy 3D – A franquia recebe adaptação em 3D, prevista para início de 2026 nas mesmas plataformas.

 

Ninja Gaiden 4 – Trailer de gameplay mostra combates intensos, combos elaborados e estética sangrenta. O game chega em 21 de outubro de 2025 para Xbox Series X|S, PS5 e PC.

 

Indiana Jones and the Great Circle: The Order of Giants – Aventura será enriquecida com DLC em 4 de setembro de 2025 para Xbox, PS5 e PC.

 

Beast of Reincarnation – Novo título de ação em terceira pessoa, com parceria inusitada entre herói e cão, produzido pela Game Freak. Estreia em breve no Xbox, PS5 e PC.

 

Clockwork Revolution – Trailer de gameplay com ação e elementos de construção. Sem data definida, previsto “a seu tempo”.

 

Grounded 2 – Revelado com trailer e lançamento marcado para 29 de julho de 2025 em Game Preview, Xbox Series X|S e PC.

 

Cronos: The New Dawn – Jogo de terror e sobrevivência em terceira pessoa ambientado na ficção científica chega no outono de 2025 para a mesma faixa de plataformas.

 

The Elder Scrolls Online: Seasons of the Worm Cult – Novo arco do MMO chega em 18 de junho de 2025, seguido de evento de servidor em outubro.

 

Aphelion – Trailer revela jogo de sobrevivência sci-fi da Dontnod, com lançamento em breve para Xbox, PS5 e PC.

 

No Ghosts at the Grand – Estreia mundial apresenta título de decoração e mistério paranormal, com protagonista felina. Estreia prevista para breve nas plataformas Xbox, PS5 e PC.

 

Age of Mythology: Retold – Heavenly Spear – Expansão de RTS clássico adiciona panteão japonês. Lançamento: outono de 2025.

 

Mudang: Two Hearts – Novo trailer intenso e chegada próxima confirmada para Xbox, PS5 e PC.

 

Planet of Lana 2: Children of the Leaf – Sequência linda de plataforma chega em 2026 para Xbox, PS5 e PC.

 

Fallout 76: Gone Fission – Atualização temática de pesca lançada imediatamente, disponível em todas as plataformas.

 

Solo Leveling Arise: Overdrive – Adaptação em jogo do popular anime, com trailer revelado; previsão para 2026 (PC).

 

Aniimo – Título com criaturas fofas e batalhas, lançamento previsto para 2026 em Xbox e PC.

 

Tony Hawk Pro Skater 3+4 – Trailer de lançamento disponível, com mapas remasterizados e novos personagens como Doom Guy; demo já disponível. Lançamento completo em 11 de julho de 2025 para Xbox, PlayStation e PC.

 

At Fate’s End – Jogo indie belíssimo anunciado, 2D, visual exuberante; chega em 2026 para Xbox, PS5 e PC.

 

Gears of War: Reloaded – Remake do clássico com gráficos aprimorados chega em 26 de agosto de 2025 para Xbox, PS5 e PC.

 

Persona 4 Revival – Teaser rápido, sem data, mas confirmado para Xbox, PS5 e PC. Ainda sem detalhes adicionais.

 

Sea of Thieves: Smugglers’ Tide (temporada 17) – Expansão com contrabando como tema, lançamento previsto para agosto de 2025.

 

Invincible VS – Jogo de luta bruto baseado na série animada, confirmada para 2026 em todas as plataformas.

 

Final Fantasy 7 Remake – Intergrade e Final Fantasy 16 – Intergrade chega ao Xbox neste inverno, enquanto FF16 já foi lançado na plataforma.

 

Keeper – Jogo de mundo aberto inusitado com temática de casa viva chega em 17 de outubro de 2025 para Xbox e PC.

 

Call of Duty: Black Ops 7 – Revelado no fim do Show, com retorno de Mason e narrativa intensa. Ainda sem data definida.

 

Novidades em hardware e declarações da Microsoft

ROG Xbox Ally e Ally X – Apresentadas pela primeira vez as novas portáteis. A versão Ally X oferece Ryzen 7 “Extreme”, 24 GB de RAM e 1 TB de armazenamento; a Ally padrão traz Ryzen Z2A, 16 GB de RAM e 512 GB. Alternativa forte para jogos no estilo Steam Deck.

No palco, o chefe da Xbox, Phil Spencer, anunciou que em 2026 a marca celebrará os 25 anos do Xbox com o lançamento de novos jogos das franquias Fable, Forza, Gears of War: E‑Day e um clássico misterioso no universo Halo.

Review – South of Midnight é videogame em sua essência

São tempos difíceis para jogos mainstream. A ambição por gráficos realistas e mundos abertos com dezenas de horas de gameplay pode facilmente cansar o público que não quer um jogo chato, mas também não quer algo longo demais. Em uma era em que Final Fantasy VII Rebirth leva 80 horas para ser concluído, Dragon Age: Veilguard e outros seguem o mesmo caminho. Ver um jogo como South of Midnight traz uma nostalgia de 2008 a 2012.

Na época do PS3 e Xbox 360, tivemos jogos como Alice: Madness Returns, Remember Me, Devil May Cry 4, o reboot de Devil May Cry, Vanquish, Enslaved, entre outros que tinham uma coisa em comum: uma jogabilidade com, no máximo, 14 horas. Eram os AAA ou AA da época, com ambição suficiente para garantir diversão em um período curto, mas com qualidade que podia ser considerada muito boa.

A Compulsion Games trouxe uma joia rara para a indústria — uma surpresa positiva, principalmente para quem não esperava algo tão bom. Depois do mediano Contrast e do desastroso We Happy Few, o terceiro jogo do estúdio é South of Midnight, um jogo de ação e aventura com elementos de plataforma e foco narrativo. Ele faz um pouco de tudo — e faz muito bem. Pode soar improvável, mas mostra que um estúdio pode dar a volta por cima e entregar grandes surpresas. South of Midnight é uma delas.

No jogo, você controla Hazel, uma garota com problemas familiares que testemunha um evento misterioso envolvendo um furacão e o desaparecimento de sua mãe. Em seguida, o mundo real começa a se fundir com um mundo de fantasia, e Hazel descobre que é uma “Tecelã”, uma entidade com poderes capazes de restaurar o mundo e trazer sua mãe de volta.

Sua história é baseada no folclore da região sul dos Estados Unidos. Você encontrará diversas criaturas desse imaginário — muitas delas são personagens carismáticos e divertidos, como Bagre, um peixe gigante contador de histórias, além de outros seres igualmente interessantes.

De modo geral, é uma história que funciona e é bastante sólida. Tem carisma e prende o jogador logo de cara. O ritmo é bom, sem enrolação, com bastante conteúdo e uma conclusão satisfatória. Não deixa um gancho explícito, mas abre espaço para uma possível sequência.

O jogo não é isento de problemas. O que mais incomoda é a limitação no combate: Hazel utiliza apenas duas agulhas e os combos são praticamente os mesmos durante todo o jogo. É possível alternar entre diferentes poderes para criar vantagens nas batalhas, mas, no geral, o modo de atacar os inimigos muda pouco.

Tirando isso, o jogo apresenta uma estrutura repetitiva, mas funcional: explorar o mapa, coletar pontos de experiência para melhorar habilidades, encontrar documentos que aprofundam a história, lutar contra inimigos e viver momentos musicais misturados com plataforma.

Quase todas as fases (ou capítulos) seguem essa estrutura. O jogo não tem medo de ser linear — e isso funciona muito bem. Sempre que se encontra um caminho alternativo, vale explorá-lo, pois geralmente há algo útil e logo o jogador retorna à trilha principal. O ritmo é ótimo, a progressão é rápida e a sensação de aproveitar ao máximo a experiência é real.

O sistema de combate é semelhante ao de jogos character action como Devil May Cry, com arenas fechadas onde surgem ondas de inimigos. As variações incluem inimigos corpo a corpo, tanques resistentes, atiradores e aqueles que fortalecem os demais. O jogador não tem itens de cura, mas pode restaurar parte da vida ao derrotar inimigos ou usar um orbe disponível em quase todas as arenas (utilizável apenas uma vez por combate). Isso incentiva o jogador a se dedicar ao máximo em cada luta, sabendo que terá recuperação ao final.

O combate tem seus desafios. Em dificuldades mais altas, o jogo é bastante punitivo. Na dificuldade padrão, o equilíbrio é muito bom, exigindo do jogador todo o aprendizado adquirido ao longo da campanha. Há um ciclo eficaz entre entender o comportamento dos inimigos e enfrentá-los em combinações cada vez mais desafiadoras.

Também há batalhas contra chefes — personagens ligados diretamente à narrativa e com pequenos arcos próprios. Cada chefe tem uma mecânica específica, e aprender os padrões não é difícil. No entanto, falta um chefe que exija o uso completo das mecânicas do jogo. Ainda assim, as batalhas são divertidas. E, para quem busca desafio, há troféus por vencer cada chefe sem tomar dano.

Um dos aspectos que mais chamam atenção é o visual. Desde o anúncio, South of Midnight impressiona com animações que simulam stop motion e uma direção de arte única. A ambientação em regiões pantanosas é ricamente detalhada e sempre oferece algo novo para observar. Apesar de não ser um jogo com gráficos de ponta, o uso da Unreal Engine aliado à direção de arte entrega um visual belíssimo.

A trilha sonora é um show à parte. Jazz e blues permeiam toda a jornada. Cada chefe tem sua própria música, e as letras fazem referência direta ao personagem em questão. Para aproveitar o jogo da melhor forma, vale a pena jogar com o volume alto e apreciar essa trilha fantástica.

Conclusão

South of Midnight é exatamente o tipo de jogo que faz falta na indústria: pequeno em escopo, mas com uma história boa e divertida, mecânicas bem aplicadas ao seu conceito e uma experiência única. Não precisa ser excelente — apenas bom o suficiente para entreter sem exigir dezenas de horas diante da tela. Suas 14 horas (ou menos) provam que ainda é possível criar algo de qualidade com foco, ritmo e personalidade. Se o mercado voltasse a olhar para jogos assim, viveríamos tempos muito melhores na indústria.

South of Midnight está disponível para Steam, Windows e Xbox por R$199,00 — um preço justo para um jogo claramente AA. Caso o jogador seja assinante do Game Pass Ultimate, pode jogá-lo por lá, sendo essa a maneira mais acessível de conhecê-lo.

Texto por: Victor Candido