Alunos do Marista aprendem química com Minecraft

Você já sabia que os videogames estão sendo utilizados em tratamentos médicos e em escolas para aprendizado de matemática, certo? Pois bem, o Colégio Marista Champagnat de Ribeirão Preto teve a ideia de elevar ainda mais o uso dos games para o aprendizado. A instituição tem utilizado jogos eletrônicos em atividades para alunos do 1º ao 9º. O sucesso vem da utilização dos jogos como ferramenta de ensino: a chamada gamificação do aprendizado.

“Estamos utilizando o sistema da Lego, Minecraft Education e também o scratch e os resultados têm sido muito positivos tanto por parte dos professores como também por parte dos alunos que aprendem interagindo, criando e se divertindo ao mesmo tempo”, conta Moisés Mota Vieira, analista de Tecnologia Educacional do Colégio.

Para o Marista, a gamificação é eficiente, pois proporciona que a aprendizagem seja mais significativa. Os especialistas em gamificação asseguram que utilizar os jogos juntamente com o conteúdo informativo e educacional faz com que o aluno aprenda de maneira interativa e mais divertida. Os desafios, missões a cumprir, pontuações e prêmios engajam os estudantes e até a pessoa mais tímida pode participar ativamente. Além disso, os jogos mantêm a atenção do aluno por mais tempo.

“Como professor percebo que aulas que fogem do convencional sem dúvida trazem mais engajamento”, diz Marcos César Bissaro Júnior, professor de Ciências, 6° ao 9° ano, do Marista Champagnat de Ribeirão Preto. “Tive uma nítida percepção de que os estudantes, ao finalizarem as atividades propostas no Minecraft Education, trocaram informações, compararam resultados e estratégias para alcançar os objetivos traçados. A aprendizagem é mais significativa quando encarada como troca de experiências. Gostei tanto do resultado que incorporei o Minecraft definitivamente nos meus métodos de ensino-aprendizagem.”, complementa Marcos.

Segundo o professor, um exemplo prático é o entendimento da molécula de água. Para ele, Minecraft permite a produção de átomos por meio da escolha do número de elementos subatômicos, garantindo uma melhor compreensão da distribuição dos elétrons, por exemplo. Vale lembrar que o jogo ainda permite a produção de compostos e a decomposição de alguns materiais nos átomos que os compõem na “vida real”, conforme explica o professor Marcos.

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Dia da Matemática: Projetos e jogos ensinam e divertem

Adorada por alguns, temida por outros, a Matemática é uma das matérias mais importantes do período escolar. No Brasil, o dia 6 de maio foi escolhido como Dia da Matemática, em homenagem ao escritor e educador brasileiro Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan. Cercada de números e operações, a matemática está presente no dia a dia de todas as pessoas. No período de isolamento social, com atividades remotas e híbridas, muitos projetos, jogos e atividades contribuíram com o ensino e colocaram a família toda para aprender. Hoje vamos falar de alguns!

Tornar a Matemática cada vez mais próximo da realidade dos alunos é uma das tarefas mais importantes nesse período. “Quando realizamos uma atividade contextualizada aproximamos a situação para realidades que estão presentes na rotina dos alunos. E quando falamos de crianças e adolescentes, é claro que o brincar, os jogos e games fazem parte da desse dia a dia”, explica o professor Luiz Filipe Trovão, do Marista Escola Social Ir Rui.

Matemática no dia a dia

Para o professor, as atividades e os projetos proporcionam momentos de experiências entre as disciplinas. “O conhecimento é amplo, e quando integramos a realidade, os estudantes podem compreender mais do que os números”, reforça Luiz Filipe. Um dos projetos do Marista Escola Social Ir Rui, que atende crianças e adolescentes gratuitamente em Ribeirão Preto (SP) é o Juntos Somos Mais. O objetivo da ação é aprender matemática por meio dos gastos diários de consumo, de energia, água, o tempo do banho ou de escovar os dentes. “Com base nessas anotações criamos cálculos e fórmulas para aliar os números e o consumo consciente”, relata.

Outro projeto da professora Adriana Ezequiel é o Redescoberta, os alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental receberam em casa, kits com diversos jogos de tabuleiros, criados por ela, que ensinam as principais operações matemáticas. “A ideia é entender que as operações que aprendemos no início da nossa caminhada na escola, nos acompanham a vida toda e podem ser aprendidas de uma forma divertida, principalmente nesse período em que vivemos”, revela Adriana.

Aprendizado para toda família

Para a mãe de Sabrina, Vitória Souza de Freitas, aluna do 5º ano, essas ações contribuem para momentos de aprendizado e diversão de toda família. “Muitas coisas mudaram na forma de ensinar, eu não tive a oportunidade de terminar meus estudos, então junto com ela, aprendemos muito também”, reforça Maira Sousa Mendes.

A estudante de apenas 8 anos confessa as dificuldades na disciplina. “Não é minha matéria favorita, eu demoro mais para entender, mas com esse jogos, a gente nem sente, fica muito mais divertido de aprender”, revela.

Para celebrar o Dia da Matemática, os professores da disciplina revelam dicas de atividades que podem ser feitas em casa. O lema é aprender brincando:

Crie jogos de tabuleiro

No lugar de comprar aquele jogo pronto, que tal criar o próprio jogo de tabuleiro? Uma atividade com as famílias que envolve a imaginação e a criatividade. As crianças podem criar regras e os pais auxiliam na confecção de dados, trilhas, números para as peças e etc. O momento além de ensinar, vai garantir muita diversão.

Utilize materiais recicláveis

Garrafas, papelão, folhas utilizadas, embalagens de leite e outros produtos. Utilizar materiais recicláveis para criar o próprio jogo é uma das formas de aprender a sustentabilidade e a matemática.

Use ações da rotina

Muitas das atividades do dia a dia incluem a matemática, cozinhar, por exemplo, inclui somar, dividir ingredientes, contar o tempo de preparo. Assim como andar de bicicleta, patins, ou de carro. “Em casa, os pais e responsáveis podem criar tabelinhas na geladeira, contabilizando o tempo do banho, da água na hora de escovar os dentes, da luz acesa no quarto. Algumas famílias criam até uma competição saudável, que pode conscientizar e ensinar muito, brincando”, reforça Luiz Filipe.

Professora do Colégio Marista alerta para os efeitos negativos do uso abusivo do videogame para o corpo

Muitas emissoras de televisão já exploraram de forma pouco profissional o tema videogames. É necessário, todavia, ter maturidade e entender que tudo em excesso faz mal, mesmo os jogos digitais. De acordo com a Prof. Juliana Speltri do Colégio Marista, a pandemia do Covid-19 fez com que as pessoas se voltassem cada vez mais para os videogames e isso pode trazer alguns prejuízos à saúde, quando utilizado em demasia.

Esse estudo ganha importância pois em 2020 todas as atividades migraram para o mundo virtual, e em consequência a indústria dos games viu seus usuários se multiplicarem e o número de acessos saltar exponencialmente. Segundo Juliana Speltri, é nesse período que os pais devem ficar mais alertas para os abusos.

“Muito tempo parado na frente do computador pode ser prejudicial, pois o corpo poderá sofrer consequências fisiológicas como: problemas circulatórios, aumento de peso, postura inadequada, dores no corpo, LER (Lesões por Esforço Repetitivo)”, diz a docente do Marista. Ela explica que o ideal é fazer pequenas interrupções a cada meia hora ou quarenta minutos e ir alongar-se, andar pelo espaço que está situado e mexer o corpo.

Atividade mental X física

O sedentarismo é a maior causa da obesidade e ficar muito tempo parado em frente à tela é uma rotina que está cada dia mais frequente. Os jogos on-line ativam a adrenalina do corpo em uma proporção muito alta, de acordo com Juliana. A adrenalina é um hormônio produzido pela glândula suprarrenal e é responsável pelas sensações de estresse e excitação.

“Os jogos que demandam um nível de atenção cada vez maior para vencer as fases, fazem com que o corpo injete mais adrenalina no sangue para dar conta do nível de excitação provocado pela ação do game. Nesse caso, jogar antes de ir dormir, é insônia na certa”, analisa a professora, que continua: “além disso, a ansiedade provocada pelo estímulo também favorece a insônia”.

Consequências

Dormir pouco ou dormir mal aumentam os níveis de cortisol fazendo com que a irritabilidade, depressão, mau humor, obesidade, falta de memória, visão turva, problemas cardíacos como palpitações, ansiedade, fadiga estejam presentes no dia a dia. Segundo a especialista, “uma noite mal dormida de vez em quando não vai causar grandes problemas, mas passar a noite em claro ou ir dormir tarde por muito tempo, pode causar consequências muito ruins principalmente para a saúde, estudos e tarefas diárias”.

Segundo um estudo realizado pela University School of Medicine, de Stanford (EUA), o número de horas de sono ideal para cada pessoa varia, de um modo geral, entre sete e nove horas por noite. É no sono profundo que todas as informações que adquirimos durante o dia são armazenadas e assimiladas no cérebro. Por isso esse momento é tão importante pois é quando o processo de aprendizagem acontece no organismo. Outro aspecto muito importante é o hormônio do crescimento, o GH. É durante o sono profundo que ele circula no corpo.

Por fim, a profissional da saúde do Marista dá algumas dicas para que as pessoas tenham uma boa qualidade do sono. Importante frisar que em nenhum momento é desaconselhado o uso do videogame, apenas recomenda-se a moderação.

      • Não praticar atividade física até três horas antes de dormir. É importante lembrar movimentar o corpo pode contribuir para a melhora do sono, desde que realizada fora desse período;
      • Ter horário para dormir e acordar;
      • Não se alimentar próximo ao horário de dormir;
      • Ter um ambiente tranquilo, longe de barulho e luz, principalmente de eletrônicos;
      • Alimentação saudável também é um fator importante para ter uma boa qualidade do sono.