Professora do Colégio Marista alerta para os efeitos negativos do uso abusivo do videogame para o corpo

Marista

Muitas emissoras de televisão já exploraram de forma pouco profissional o tema videogames. É necessário, todavia, ter maturidade e entender que tudo em excesso faz mal, mesmo os jogos digitais. De acordo com a Prof. Juliana Speltri do Colégio Marista, a pandemia do Covid-19 fez com que as pessoas se voltassem cada vez mais para os videogames e isso pode trazer alguns prejuízos à saúde, quando utilizado em demasia.

Esse estudo ganha importância pois em 2020 todas as atividades migraram para o mundo virtual, e em consequência a indústria dos games viu seus usuários se multiplicarem e o número de acessos saltar exponencialmente. Segundo Juliana Speltri, é nesse período que os pais devem ficar mais alertas para os abusos.

“Muito tempo parado na frente do computador pode ser prejudicial, pois o corpo poderá sofrer consequências fisiológicas como: problemas circulatórios, aumento de peso, postura inadequada, dores no corpo, LER (Lesões por Esforço Repetitivo)”, diz a docente do Marista. Ela explica que o ideal é fazer pequenas interrupções a cada meia hora ou quarenta minutos e ir alongar-se, andar pelo espaço que está situado e mexer o corpo.

Atividade mental X física

O sedentarismo é a maior causa da obesidade e ficar muito tempo parado em frente à tela é uma rotina que está cada dia mais frequente. Os jogos on-line ativam a adrenalina do corpo em uma proporção muito alta, de acordo com Juliana. A adrenalina é um hormônio produzido pela glândula suprarrenal e é responsável pelas sensações de estresse e excitação.

“Os jogos que demandam um nível de atenção cada vez maior para vencer as fases, fazem com que o corpo injete mais adrenalina no sangue para dar conta do nível de excitação provocado pela ação do game. Nesse caso, jogar antes de ir dormir, é insônia na certa”, analisa a professora, que continua: “além disso, a ansiedade provocada pelo estímulo também favorece a insônia”.

Consequências

Dormir pouco ou dormir mal aumentam os níveis de cortisol fazendo com que a irritabilidade, depressão, mau humor, obesidade, falta de memória, visão turva, problemas cardíacos como palpitações, ansiedade, fadiga estejam presentes no dia a dia. Segundo a especialista, “uma noite mal dormida de vez em quando não vai causar grandes problemas, mas passar a noite em claro ou ir dormir tarde por muito tempo, pode causar consequências muito ruins principalmente para a saúde, estudos e tarefas diárias”.

Segundo um estudo realizado pela University School of Medicine, de Stanford (EUA), o número de horas de sono ideal para cada pessoa varia, de um modo geral, entre sete e nove horas por noite. É no sono profundo que todas as informações que adquirimos durante o dia são armazenadas e assimiladas no cérebro. Por isso esse momento é tão importante pois é quando o processo de aprendizagem acontece no organismo. Outro aspecto muito importante é o hormônio do crescimento, o GH. É durante o sono profundo que ele circula no corpo.

Por fim, a profissional da saúde do Marista dá algumas dicas para que as pessoas tenham uma boa qualidade do sono. Importante frisar que em nenhum momento é desaconselhado o uso do videogame, apenas recomenda-se a moderação.

      • Não praticar atividade física até três horas antes de dormir. É importante lembrar movimentar o corpo pode contribuir para a melhora do sono, desde que realizada fora desse período;
      • Ter horário para dormir e acordar;
      • Não se alimentar próximo ao horário de dormir;
      • Ter um ambiente tranquilo, longe de barulho e luz, principalmente de eletrônicos;
      • Alimentação saudável também é um fator importante para ter uma boa qualidade do sono.

Autor: Luiz Ricardo de Barros Silva

Luiz Silva, jornalista de games formado pela Universidade Paulista. Já escreveu para as revistas da Tambor Digital (EGW, Gameworld), para o site Player 2 entre outras coisas. "Sou um entusiasta por videogames, apesar de jovem já tive até um Atari, minha série favorita é Silent Hill".

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