Greenpeace e gamers se unem contra desmatamento da Amazônia

Se há um fenômeno inegável no Brasil 2019 – 2020 é o aumento alarmante do desmatamento da floresta Amazônica, mesmo que os maiores partidários do governo tentem maquiar a situação. Segundo o Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – apenas em abril o aumento dos alertas foi de 62%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. E, de acordo com estudos da ONU – Organização das Nações Unidas, a degradação ambiental facilita a transmissão de doenças, como a Covid-19. Pensando nisso e de olho no futuro, o Greenpeace decidiu se aproximar ainda mais do público gamer para mostrar a importância da preservação da Amazônia para o equilíbrio no planeta.

Deste modo, foi criada pela Y&R a ação “Streamers Em Extinção”, em parceria com a Gamers Club. São três os objetivos principais da ação: alertar sobre o atual cenário ambiental da Amazônia, abrir um canal de diálogo com os jovens e criar uma nova forma de arrecadação para lutar pela conservação da maior floresta tropical do mundo. Durante um streaming, com lançamento em 22 de maio – Dia Internacional da Biodiversidade – os fãs que já realizam doações para que seus gamers favoritos continuem se dedicando ao e-sport também ajudarão na causa ambiental. Isso porque profissionais como NoBru, Gaules, FalleN, The Darkness e Takeshi terão suas imagens trocadas pelas de animais que estão ameaçados pelo desmatamento da Amazônia.

Além de passar importantes dados sobre a floresta e sua biodiversidade, os gamers vão competir entre si para ver qual deles consegue arrecadar mais doações em prol da proteção da biodiversidade da região. Os streamers vão conversar e interagir com seus fãs através de um avatar animal e se tornarão porta-vozes da grave situação da Amazônia – tanto pela preservação do meio ambiente quanto pela proteção da saúde dos seres humanos. Os primeiros jogos acontecem no dia 22 de maio, sexta-feira, com as participações de Takeshi (League Of Legends), The Darkness e Gaules (Counter Strike) e a partir das 10h. As transmissões poderão ser vistas nos canais dos gamers e também do Greenpeace na Twitch TV.

“É com muito orgulho que recebemos a ideia da Y&R e Greenpeace para juntos construir um projeto tão importante para a Amazônia. Temos certeza que quanto mais o assunto for falado, maior a chance dos nossos jovens entenderem a gravidade e começarem a colocar em práticas atitudes que poderão mudar o futuro da nossa floresta”, diz Yuri Uchiyama, CEO da Gamers Club.

Até o dia fim de maio, o total arrecadado na iniciativa será destinado ao Greenpeace para projetos de pesquisas da biodiversidade da floresta, monitoramento do desmatamento e das queimadas e campanhas de proteção da Amazônia.

Abaixo você confere o filme do projeto envolvendo o Greepeace:

Conheça “Poracy: As Sombras da Natureza”, jogo inspirado em tribos da Amazônia

Nosso grande destaque do dia é mais um projeto brasileiro que presta homenagem ao folclore nacional. Trata-se de Poracy: As Sombras da Natureza, criado pelo desenvolvedor Kazuhira Mark. O título é uma ode ao folclore indígena com uma ambientação toda inspirada nas matas amazônicas e o jogador deve enfrentar sete bosses assustadores.

A trama leva o jogador ao passado, centenas de anos após um dos filhos de Taú e Kerana ser morto e o mal ser enfraquecido como um todo. Eis que a luz da lua é roubada do céu, o símbolo da derrocada do mal, e as forças da escuridão ganham força. Cabe a Poracy a árdua missão de derrotar as sete forças malignas que assombram as matas amazônicas e trazer a paz de volta a sua terra.

“Os povos indígenas da América Latina tem um folclore e um imaginário único e rico repleto de histórias e criaturas fantásticas que podem ser exploradas, em nosso jogo utilizamos de vários elementos de toda essa gama, além de traços do imaginário amazônico como um todo para construir um mundo rico em personagens e objetos para o jogador explorar e conhecer mais sobre a cultura dos povos pré-colombianos”, diz Marcus Paz, desenvolvedor de Poracy: As Sombras da Natureza.

O título tem inspiração nas criaturas e mitos da cultura guarani e da cultura Amazônica e cabocla. O mundo do jogo é fictício, bem como o povo retratado na aventura, que é inspirado em várias culturas como marajoara, tupinambá e assurini, contando com reimaginações de conceitos retirados dessas culturas. O objetivo foi construir um universo novo com base na cultura nacional.

A missão principal do jogo gira em volta do mito de Tau e Kerana onde a protagonista deverá derrotar os 7 bosses para completar a sua missão e restaurar a paz em sua terra. Há outras missões secundárias durante a aventura e o jogador estará ocupado durante muito tempo.

De acordo com o time de criação, Poracy terá um “story-telling” semelhante a “Metal Gear Solid Peace Walker” e “Valiant Hearts” em que as “cutscenes” da história são em quadrinhos separados da “Gameplay” em si. Além disso, a jogabilidade será de RPG em terceira pessoa como no vídeo em anexo.

Poracy: As Sombras da Natureza ainda está em fase de crowdfunding via Catarse e deverá ser publicado mesmo que a meta não seja batida. A expectativa é que a meta de R$ 10 mil seja arrecadada para aumentar a qualidade da produção e agilizar todo o processo criativo. O game tem previsão de lançamento para dezembro de 2018.

Abaixo você confere um trailer de Poracy: As Sombras da Natureza:

 

Huni Kuin – game desenvolvido por índios conta lendas de tribo da Amazônia

Hoje vamos falar sobre um dos jogos que tem a cara e o espírito do Brasil: Huni Kuin: os caminhos da jibóia, um título desenvolvido pela tribo Kaxinawá que conta as memórias dos pagés da tribo originária do coração da Amazônia. O game foi desenvolvido com o intuito de mostrar a cultura indígena para aqueles que têm interesse em conhecer mais sobre as lendas indígenas e seu modo de vida.

Sim, voce não leu errado, a tribo Huni Kuin (ou Kaxinawá) desenvolveu um jogo eletrônico, que pode ser baixado gratuitamente. Trata-se de um jogo de plataforma 2D dividido em cinco episódios (Yube Nawa Aibu, Siriani, Shumani, Kui Dume Teneni e Hua Karu Yuxibu), onde os jogadores devem encarnar um jovem indio e enfrentar desafios como enfrentar cobras, salvar irmãos índios e desbravar as matas fechadas. Cada fase conta uma antiga história do povo Huni Kuin.

Mulheres da tribo Huni Kuin

“Um casal de gêmeos kaxinawá foram concebidos pela jiboia Yube em sonhos e herdaram seus poderes especiais. Um jovem caçador e uma pequena artesã, ao longo do jogo, passarão por uma série de desafios para se tornarem, respectivamente, um curandeiro (mukaya) e uma mestra dos desenhos (kene). Nesta jornada, eles adquirirão habilidades e conhecimentos de seus ancestrais, dos animais, das plantas e dos espíritos; entrarão em comunicação com os seres visíveis e invisíveis da floresta (yuxin), para se tornarem, enfim, seres humanos verdadeiros (HuniKuin).”

A proposta é propiciar uma imersão no universo HuniKuin, em que os jogadores possam entrar em contato com saberes indígenas – como os cantos, grafismos, histórias, mitos e rituais deste povo – possibilitando uma circulação destes conhecimentos por uma rede mais ampla. Inclusive a equipe de programadores auxiliou os índios a construir painéis solares para que os jovens Kaxinawá também pudessem ter acesso ao game.

O título possui gráficos cartunescos e uma jogabilidade simples, de modo que qualquer um pode apreciar o jogo, que é exclusivo para PCs. A equipe de desenvolvimento foi liderada pelo antropólogo e game designer Guilherme Meneses, que acredita que a tecnologia deve ser utilizada como ferramenta para preservação cultural do povo indígena Kaxinawá. Voce pode baixar o game exclusivamente para PCs aqui.

Sobre a tribo Huni Kuin

O jogo Huni Kuin foi possível graças aos esforços da equipe Beya Xinã Bena, grupo formado por indígenas em 2014 com o objetivo de reunir, fomentar e difundir as produções audiovisuais dos Huni Kuin do Rio Jordão.

A tribo é adepta da chamada Dau Kauin (medicina verdadeira), que mostra o conhecimento das plantas de cura do povo Huni Kuin através de ayahuasca, chacrona e rapé. A tribo é uma das mais respeitadas na fronteira entre o Acre e o Peru.

Abaixo tem um vídeo falando mais sobre o projeto Huni Kuin: