Porque Silent Hill 4: The Room merecia mais amor

Lançado em 2004, Silent Hill 4: The Room foi recebido com críticas mistas na época. Alguns elogiaram sua atmosfera única e inovadora, enquanto outros criticaram sua jogabilidade e narrativa complexa. No entanto, nos últimos anos, o jogo ganhou um culto de seguidores e é considerado por muitos como um dos melhores da série Silent Hill.

Mergulhando em um Abismo Atmosférico:

Ao contrário de seus irmãos, Silent Hill 4: The Room te prende em um abraço macabro dentro do apartamento de Henry Townshend. Essa prisão claustrofóbica se torna um portal para o Outro Mundo, um reino distorcido onde a realidade se desintegra em pesadelos vívidos. Cada cômodo pulsa com uma vida própria, sussurrando segredos e carregando o peso de uma história macabra. Luzes bruxuleantes lançam sombras dançantes nas paredes, enquanto sons perturbadores ecoam pelos corredores, como sussurros de um passado assombroso.

Desvendando os Segredos de uma Narrativa Enigmática:

A história de Silent Hill 4: The Room é um labirinto de enigmas, onde cada peça se encaixa como um quebra-cabeça macabro. A culpa, a redenção e a tênue linha entre a sanidade e a loucura tecem uma narrativa complexa que desafia suas percepções. Henry Townshend, o protagonista atormentado, carrega o fardo de um passado sombrio, enquanto Eileen Galvin, uma figura angelical, surge como um raio de esperança em meio à escuridão. Juntos, eles embarcam em uma jornada para desvendar os segredos que os assombram, confrontando monstros grotescos e os próprios fantasmas de seus passados.

Habitando um Mundo de Personagens Inesquecíveis:

Silent Hill 4: The Room te convida a conhecer um elenco de personagens memoráveis, cada um com suas próprias histórias e motivações. Henry Townshend, com sua culpa e conflito interno, te leva a questionar a própria natureza da redenção. Eileen Galvin, com sua pureza e compaixão, representa um farol de esperança em meio à escuridão. Jasper Gein, um personagem enigmático e perturbador, te confronta com os lados mais sombrios da mente humana. Cada personagem tece uma teia de relações complexas, aprofundando a narrativa e te convidando a mergulhar em seus dramas pessoais.

Uma Sinfonia de Terror que Toca a Alma:

A trilha sonora de Silent Hill 4: The Room é uma obra-prima composta por Akira Yamaoka. As melodias melancólicas e os sons ambientes criam uma atmosfera de suspense e terror que te prende do início ao fim. Cada nota ecoa como um lamento fantasmagórico, enquanto os sons distorcidos dos monstros amplificam o medo e a tensão. A música se torna um personagem crucial na experiência, elevando o terror a um nível sensorial visceral.

Um Legado que Resiste ao Tempo:

Com o passar dos anos, Silent Hill 4: The Room conquistou o reconhecimento que merecia, se tornando um clássico cult entre os fãs da série. Sua atmosfera única, narrativa complexa, personagens memoráveis ​​e trilha sonora impecável o elevam à posição de um dos melhores jogos da franquia. Se você busca uma experiência de terror imersiva e desafiadora, que te fará questionar a própria realidade, Silent Hill 4: The Room é uma obra-prima que te espera para ser descoberta.

Explorando os Elementos em Detalhes:

Atmosfera:

        • O apartamento de Henry se transforma em um microcosmo do terror, com cada cômodo assumindo uma personalidade própria.
        • A iluminação陰影e os sons ambientes criam uma atmosfera densa e claustrofóbica.
        • O uso de simbolismo e referências religiosas contribui para a sensação de horror e mistério.

História:

        • A narrativa não linear te convida a desvendar os mistérios de forma gradual, juntando as peças do quebra-cabeça.
        • Finais múltiplos e eventos opcionais aumentam a rejogabilidade e recompensam a exploração minuciosa.
        • Temas como culpa, redenção e a natureza da realidade são explorados de forma profunda e complexa.

Terror que Transcende o Assustador:

Silent Hill 4: The Room não se limita a ser apenas um jogo assustador. O terror aqui transcende o “assustador” e se manifesta em uma experiência visceral que te acompanha muito além do fim da jogatina. A atmosfera claustrofóbica do apartamento, os monstros grotescos e a narrativa permeada por simbolismo macabro criam uma sensação de pavor constante que se instala na mente do jogador.

Um Jogo Dentro de um Jogo:

Ao contrário dos outros jogos da série, Silent Hill 4: The Room te coloca na pele de Henry Townshend, mas, de certa forma, você não está jogando a história dele. A verdadeira história que você acompanha é a do assassino serial Walter Sullivan. O jogo te convida a desvendar a mente distorcida de Sullivan, testemunhando seus traumas e motivações através de flashbacks e eventos macabros.

A Jornada Obscura de Walter Sullivan:

Ao longo do jogo, você é confrontado com os crimes horríveis de Sullivan, presenciando as reencenações de seus assassinatos através do “Ritual do Quarto”. Cada reencarnação te leva mais fundo na mente do assassino, te forçando a confrontar os lados mais sombrios da natureza humana.

Um Convite ao Abismo:

Silent Hill 4: The Room não é um jogo para todos. É uma experiência desafiadora que te convida a descer ao abismo da mente humana e confrontar os seus próprios medos. Se você busca um jogo de terror que te fará questionar a realidade e te deixará com um frio na espinha, este é o jogo para você.

Explore os Elementos:

Terror Transcendental:

        • O jogo explora o terror psicológico, te levando a questionar a própria sanidade de Henry.
        • A atmosfera densa e claustrofóbica contribui para a sensação de pavor constante.
        • Os monstros grotescos são representações físicas dos medos e traumas de Henry e Walter.

A História de Walter Sullivan:

        • Os flashbacks e eventos macabros te permitem conhecer a mente distorcida do assassino.
        • O “Ritual do Quarto” te leva a presenciar as reencenações dos crimes de Sullivan.
        • O jogo te convida a refletir sobre os motivos que levam alguém a cometer atos tão horríveis.

 

Conclusão:

Silent Hill 4: The Room é uma experiência única e perturbadora que te leva a explorar os cantos mais sombrios da mente humana. Um jogo que te fará questionar a realidade, confrontar seus medos e, quem sabe, até mesmo se perder nas profundezas do abismo.

Análise – Super Mario Bros. Wonder é tudo isso mesmo!

O primeiro jogo de plataforma 2D da franquia Super Mario Bros. foi lançado em 1985 e logo se tornou um clássico, definindo o gênero e se tornando uma referência para diversos outros jogos que seguiram seus passos. Uma das características da franquia sempre foi a inventividade e as novidades trazidas para cada jogo. Após 38 anos de história e dezenas de jogos, a franquia precisava claramente de um frescor novo, e esse frescor veio na forma de Super Mario Bros. Wonder.

Durante a estratégia de divulgação do novo jogo, a Nintendo fez questão de frisar que um dos pontos principais de Super Mario Bros. Wonder é a criatividade, e eles não mentiram. A jogabilidade, música, design de fases e até de personagens estão visivelmente mais modernos e cheios de vida, com certeza alçando o carisma da franquia 2D para um novo patamar.

 

Power-Ups

Os power-ups são – sem sombra de dúvidas – a característica mais tradicional e reconhecível em qualquer jogo do Mario e cia. Aqui não poderia ser diferente. Em Super Mario Bros. Wonder, temos três novos power-ups e o power-up especial de duração limitada – e uma das estrelas do jogo – a Wonder Flower. Se nos jogos anteriores os power-ups representavam uma ligeira – mas vital – mudança de jogabilidade, promovendo mais essencialmente uma vantagem ao jogador. Em Wonder, a mudança de jogabilidade e a possibilidade de uso dessas melhorias são muito maiores e mais significativas durante as fases.

Elephant Fruit

O power-up que é o grande rosto propaganda de Wonder é a Elephant Fruit. Esse item transforma Mario e cia. em elefantes extremamente carismáticos e engraçados, o que fez com que essa transformação parasse a internet quando foi revelada. A transformação em elefante dá uma série de habilidades e vantagens para os heróis, como golpear os inimigos com a tromba, regar flores especiais, destruir blocos e até resistir a certos inimigos. Mas, em contrapartida, Mario e cia. ficam mais lentos e com saltos ligeiramente menores.

 

Bubble Flower

Assim como os power-ups mais tradicionais da franquia, visualmente a Bubble Flower altera apenas o esquema de cores dos personagens. Mas a melhor parte está em suas habilidades. Com a Bubble Flower, os personagens disparam bolhas que aprisionam e derrotam os inimigos, mas além disso, as bolhas podem ser usadas como plataformas para saltos, aprimorando a movimentação e o alcance.

Drill Mushroom

Muito similar a um power-up visto em Super Mario Galaxy 2, o Drill Mushroom adiciona um chapéu broca aos personagens, permitindo que eles escavem tanto no chão quanto no teto das fases, fazendo com que vários obstáculos possam ser ultrapassados (ou destruídos) e como uma ótima forma de escapar de enrascadas, além de alcançar plataformas mais difíceis.

 

Wonder Flower

Um dos itens mais divertidos e malucos de toda a franquia, a Wonder Flower transforma completamente tanto as fases, tanto na aparência como na jogabilidade. Cada fase terá uma reação diferente aos efeitos da Wonder Flower que, não raro, também transforma o próprio personagem. Sob o efeito do item, as fases que em geral já são superdivertidas por si só se tornam em um carnaval, é como se o jogo começasse a festejar com o jogador.

 

Insígnias!

E por falar em mudança de jogabilidade, em Super Mario Bros. Wonder, temos a inclusão das insígnias desbloqueáveis. As insígnias aprimoram e modificam a jogabilidade, servindo como facilitadores ou simplesmente modificadores da ação dos personagens. As insígnias são divididas em três categorias, sendo elas, insígnias de ação (action badges), insígnias de impulsionamento (boost badges) e insígnias especialistas (expert badges), com um total de 24 insígnias.

Esses itens são outra grande surpresa agradável e podem ser usados como facilitadores para aqueles jogadores que tiverem mais dificuldade – o que o torna bem mais acessível para iniciantes –, bem como para mudar a forma de jogar, o que com certeza vai promover um fator replay muito grande dentro do jogo. Os jogadores poderão, por exemplo, se desafiar a jogar o jogo com determinadas insígnias ou mesmo sem utilizá-las.

 

Um novo dinamismo para a franquia

Muitas pessoas têm relacionado Super Mario Bros. Wonder ao clássico do SNES, Super Mario World, e de fato em Wonder há várias referências e retornos a aspectos e personagens de World. Na verdade, Wonder parece pegar o melhor dos clássicos e o melhor do que o presente tem a oferecer e fundi-los em uma nova experiência de Mario 2D. Ainda, Wonder parece se inspirar em diversos jogos de plataforma 2D mais “recentes”, como a fluidez e musicalidade tanto de Rayman Legends e Donkey Kong Country Returns, pegando características desses games e aplicando na fórmula Super Mario Bros. de ser.

E isso criou uma experiência única dentro da franquia Mario 2D. Além disso, o novo modelo de level design aplicado tanto nas fases quanto no mundo, deram muito mais vida e graça ao novo jogo. Pelos 5 mundos do jogo – o que pode parecer pouco à primeira vista, mas não é – há uma variedade de fases, várias delas fugindo do padrão conhecido da franquia. Aqui o jogador se depara com fases que oferecem diversos desafios e possibilidades de término, além de algumas fases que são focadas apenas em desafios seja para ganhar novas insígnias, itens ou mais Wonder Seeds. Aliando essas características à nova jogabilidade, a possibilidade de uso das insígnias e os Power-Ups mais dinâmicos, acabamos tendo uma experiência Super Mario (quase) totalmente nova.

Novo design, mais carisma

Outra novidade que acabou por trazer mais frescor para a série foi o novo design feito para os personagens. Os modelos e animações foram retrabalhados para dar um ar ainda mais cartoonesco e expressivo para os personagens. Expressões essas que podem ser observadas com mais facilidade na maioria das ações dos personagens, deixando tudo ainda mais divertido. Essas mudanças e novas escolhas de design não se limitaram apenas aos personagens jogáveis e alguns inimigos.

Todos os personagens, dos mais antigos e tradicionais que retornam, aos mais novos, receberam bastante atenção ao serem criados, e talvez principalmente os mais novos. Os novos inimigos encontrados nas fases, em sua maioria, são muito divertidos e com personalidade que faz com que tenhamos interesse em vê-los e interagir com eles. Aliando isso aos mundos e fases bem tematizados e o efeito da Wonder Flower torna a experiência de jogar Wonder um show à parte.

Mas o visual não foi o único elemento de Wonder a ter recebido um tratamento especial. Os sons e músicas do jogo são belos e divertidos, com retorno de melodias clássicas, mas, em especial, a inclusão das novas trilhas e efeitos sonoros acabam revitalizando também essa característica do jogo.

 

Agora em português

Um ponto em especial que vale a pena ressaltar é que pela primeira vez um jogo da franquia tradicional de Mario recebeu legendas e algumas dublagens em português. O trabalho de dublagem das flores que estão por todas as fases está incrível, divertido e engraçado, assim como as legendas. Super Mario Bros. Wonder não é o primeiro jogo da Nintendo a receber algum conteúdo em português, mas a empresa tem dado atenção a adicionar nosso idioma em certos jogos – a passos vagarosos, é verdade –, principalmente àqueles com menor quantidade textual e de voz. Mas talvez possamos ver isso como um sinal de que cada vez mais a empresa faça a tradução e legendagem em pt-br em jogos com mais complexidade e conteúdo narrativo – o que, convenhamos, já deveria estar fazendo há anos.

 

Multiplayer online, mas nem tanto

O ponto menos interessante em Wonder é justamente seu modo online. Nesse modo, há uma pequena interação entre os jogadores baseando-se basicamente em save points e compartilhamento de itens, no entanto, os jogadores não fazem muito mais além disso. Os companheiros de jogatina online só são visualizados nas fases em uma forma semitransparente para representar sua presença nas áreas, mas não é possível interagir diretamente com eles como no modo co-op local.

Essa escolha talvez esteja baseada na ideia de impedir problemas de conexão, comuns em alguns jogos como Super Mario Maker 2, em que o multiplayer online existe, mas não funciona bem na prática. Ou seja, é um ponto que a Nintendo precisa urgentemente melhorar em seus jogos.

 

Conclusão

Em resumo, Super Mario Bros. Wonder é um jogo com uma jogabilidade incrível, visual e trilha sonora impecáveis, sendo sem sombra de dúvidas um dos melhores jogos da franquia de plataforma 2D de Super Mario. O time de desenvolvimento claramente não teve receio nenhum em apresentar variações de jogabilidade para atingir diversos públicos, dos amadores aos mais experientes, dos casuais até os que querem se aventurar de forma veloz e técnica pelas fases.

Além disso, o jogo parece retomar a leveza da jogabilidade e arrisca ser diferente de seus antecessores, como aconteceu em Super Mario World, ao mesmo tempo que abraça a modernidade e um lado mais cômico presente em alguns plataformers da última década, e essas novas características combinaram muito bem com o bigodudo e sua turma. Talvez Super Mario Bros. Wonder abra caminho para uma nova tendência em Super Marios 2D.

Curiosamente, Wonder é um dos únicos jogos grandes dos anos a saírem completos e sem apresentarem grandes bugs, o que mostra o quanto o jogo foi trabalhado com esmero. Infelizmente o modo multiplayer online do jogo não é tão interessante, mas esse parece ser uma falta tão pequena que não tira em nada o brilho do jogo.

Por fim, é impossível dizer que Super Mario Bros. Wonder é um dos melhores jogos do ano, e ele com certeza merece ser jogado, tanto pelos amantes de Super Mario e jogos de plataforma, como deveria ser experimentado por todos os amantes de jogos em geral. Wonder é com certeza uma aula de inventividade, criatividade e como se fazer videogame, e ainda prova como um gênero com mais de 40 anos ainda tem muito mais a oferecer.

Texto por Fernando Paixão

BGS 2023 – Super Mario Wonder: O Retorno Triunfal da Jogabilidade Clássica

A Nintendo provou anteriormente com “New Super Mario Bros” e suas sequências que é possível revigorar um clássico e mantê-lo igualmente divertido. No entanto, com “Super Mario Wonder”, a intenção é ser ambicioso, criativo e, ainda mais importante, proporcionar uma experiência ainda mais cativante.

Na Brasil Game Show deste ano, o jogo está disponível para testes, e a demo deixou uma impressão extremamente positiva. Com um elenco de personagens substancial e fases que exploram muitas possibilidades de interação, além de um visual deslumbrante que revitaliza o já conhecido estilo das fases “New”, “Super Mario Wonder” promete muito.

As maiores inovações incluem a transformação em elefante, semelhante ao cogumelo gigante visto no “New Super Mario” do Nintendo DS. No entanto, aqui, o controle e a duração da transformação foram significativamente aprimorados. Além disso, as “Wonder Flowers” (Flores Fenomenais na tradução) que podem ser encontradas durante as fases alteram todo o comportamento do cenário de maneira surpreendente e quase alucinante.

Os personagens disponíveis para jogar incluem os favoritos de longa data, como Mario, Luigi e Peach, entre outros. Para os novatos nesse tipo de jogo, há a opção de jogar com Yoshi ou Ledrão, personagens que oferecem uma jogabilidade mais acessível e são destinados a um público iniciante, pois não tomam dano de inimigos e só podem morrer caso caiam em abismos.

Em resumo, as primeiras impressões são extremamente positivas, demonstrando que, em um ano em que a Nintendo já brilhou com “Zelda”, ainda há muito espaço para o nosso icônico bigodudo. “Super Mario Wonder” mostra que o personagem icônico ainda tem um vasto potencial de jogos e que a criatividade no desenvolvimento deste título ultrapassa todas as barreiras. Tudo isso sem tirar qualquer característica do que faz Super Mario ser um clássico.

O jogo final será lançado exclusivamente para o Nintendo Switch em 20 de outubro de 2023. Para mais informações, clique aqui.

Texto por: Victor Cândido