The QuarterCade chega ao Kickstarter com proposta de console acessível e aberto

O estúdio independente LB’n’Mie lançou no Kickstarter o projeto The QuarterCade, um híbrido de console e PC criado para tornar os jogos digitais mais acessíveis. Idealizado pelo desenvolvedor e artista DJ Jones, conhecido como Last BeNeVoLeNcE, o dispositivo busca oferecer uma alternativa econômica aos sistemas tradicionais, eliminando custos elevados, assinaturas e restrições de ecossistemas fechados.

O The QuarterCade será montado sob demanda e entregue pronto para uso, unindo a praticidade dos consoles à liberdade de um computador pessoal. Basta conectar, baixar os jogos e começar a jogar. O modelo também aposta na personalização: os compradores poderão ajustar gráficos, instalar mods e configurar controles via USB ou Bluetooth.

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A campanha apresenta metas acessíveis e oferece recompensas que vão de descontos antecipados e brindes digitais até versões especiais com componentes aprimorados, como processadores de alto desempenho e armazenamento NVMe. O design visual é inspirado nos clássicos portáteis da linha Game Boy, reforçando a proposta nostálgica e artesanal do projeto.

Mais do que um simples financiamento coletivo, The QuarterCade pretende se tornar um movimento em prol de um mercado de jogos independente e sustentável. O objetivo é apoiar criadores menores, preservar títulos antigos e mostrar que é possível construir experiências de qualidade fora dos grandes conglomerados da indústria.

Principais características:

        • Híbrido de PC e console, com bom desempenho em formato compacto;
        • Acesso a milhares de jogos, sem taxas ou assinaturas;
        • Plataforma aberta para instalação de softwares e jogos livres;
        • Compatibilidade com títulos novos e antigos;
        • Biblioteca voltada a games independentes e gratuitos;
        • Estrutura portátil e versátil, pronta para jogar em qualquer lugar.

Hell Clock: roguelite brasileiro desafia tempo, história e habilidades do jogador

Hell Clock se destaca como uma das surpresas mais singulares do cenário de roguelites e ARPGs recentes, fundindo um universo original, estrutura desafiadora e mecânicas inovadoras em torno do conceito do tempo. Concebido pelo estúdio brasileiro Rogue Snail, o jogo entrega não apenas uma ode à história nacional, mas uma experiência que tensiona decisões a cada segundo. A seguir, uma análise aprofundada, com explanação detalhada dos pontos fortes e problemáticos que moldam a jornada.

Pajeú e o Relógio do Inferno

O sertão arde. O sol queima a terra e o sangue que nela escorre. Canudos, a cidade de barro e fé, jaz em ruínas. Foi ali que homens e mulheres, pobres, ex-escravizados, retirantes, resistiram ao peso do mundo — e ao peso do Estado. Foi ali que Antônio Conselheiro pregou esperança e construiu uma comunidade livre, até que o exército da jovem República decidiu apagá-la do mapa.

Quando a última bala silenciou a última voz, quando a fumaça se misturou às preces e às chamas, algo se partiu no tempo. É desse ponto que Hell Clock começa: no instante em que a história termina. Pajeú, desperta não no sertão, mas no inferno — um purgatório feito de poeira, ossos e demônios.

Cada inimigo que enfrenta não é apenas um monstro, mas um fragmento da memória. Eles são os gritos dos mortos, os soldados que marcharam, a fome que consumiu o povo, os preconceitos que chamaram aquele povo de bárbaro e fanático. O relógio que rege esse inferno gira sem parar, repetindo o ciclo de dor e luta — e a cada volta, Pajeú desce de novo, mais forte, mais marcado, mais perto de libertar a alma de Conselheiro.

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Ambientação para um universo brutal

Um dos aspectos mais notáveis de Hell Clock é, sem dúvida, sua narrativa, que utiliza a Guerra de Canudos (1896-1987) como pano de fundo. A história acompanha o trágico Pajeú, na busca de recuperar a alma de seu mentor, enquanto a morte ronda cada decisão e fracasso tem consequências palpáveis. No entanto, a escolha de usar um momento histórico real é mais do que mero gatilho narrativo: insere camadas de esperança, luta e, surpreendentemente, otimismo, mesmo com a densidade temática do inferno literal e metafórico ao qual Pajeú retorna incessantemente.

Essa abordagem histórica se soma a um tom visual bastante expressivo. A arte de traços vibrantes e detalhes grotescos, mergulha o jogador num pesadelo inacabável, potencializado por uma trilha sonora que alterna entre o sombrio e o épico, criando coesão para um jogo de ação frenética. A dublagem é um ponto forte e potencializa o drama; personagens quebrados, vozes marcadas por sofrimento, encaixam-se ao contexto de guerra e resistência.

É preciso pontuar, porém, que a narrativa perde o foco em meio a ação, como é esperado. A velocidade exigida pelo relógio de Hell Clock pode fazer com que trechos da história acabem sendo rapidamente esquecidas ou ignoradas. Há quem perceba Pajeú como enigmático demais, quase impenetrável, o que pode gerar distanciamento emocional — principalmente após maratonas de sessões onde a progressão se sobrepõe à narrativa.

Em contrapartida, cutscenes, diálogos e frases de determinados personagens são capazes de apontar para um momento histórico trágico e sem esperança; a escolha de ambientar Hell Clock em uma espécie de purgatório, inferno, com um período de guerra e massacre é acertado para passar sua mensagem.

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Além do relógio

O centro gravitacional de Hell Clock é seu sistema de tempo, que limita cada run a poucos minutos— embora a possibilidade de expandir o limite —; tal escolha resulta numa tensão constante, favorecendo estratégias rápidas e experimentais. Inicialmente, essa mecânica pode soar restritiva, mas logo mostra seu valor: acelera o ciclo de tentativa e erro, incentiva experimentação de builds e cria um senso permanente de urgência. O relógio para apenas em chefes e eventos especiais, demandando decisões cruciais sobre qual caminho tomar, qual recurso arriscar, ou se vale a pena explorar.

Cada morte serve como plataforma para novos upgrades. Coletando Soulstones, o jogador pode investir na evolução permanente de Pajeú, seja ampliando o tempo disponível, desbloqueando portais que pulam andares, ou liberando novas habilidades. As relíquias, equipáveis conforme o espaço no inventário, surgem com bônus e poderes variados — algumas transformadoras de gameplay, outras triviais. Embora o sistema de builds permita alguma variação, o meta acaba favorecendo poucos estilos realmente eficientes, algo notado sobretudo em runs avançadas e modos de maior dificuldade.

O jogo oferece alternativas que expandem a acessibilidade. Há modos Relax, que aliviam a pressão do relógio, e modo Hardcore, onde morrer apaga todo o progresso, elevando o nível de desafio. Servem para adaptar a experiência tanto para iniciantes quanto para aqueles em busca de desafio extremo — um acerto notável no design, embora a variedade de caminhos ainda dependa do equilíbrio das relíquias disponíveis nas runs.

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Estrutura, Conteúdo e Repetição

A estrutura de Hell Clock é desenhada para partidas rápidas, mas não superficiais. O jogo conta com três atos principais, cada um com biomas, inimigos e chefes distintos — o suficiente para evitar o desgaste inicial, embora o repeteco das runs seja inevitável a médio e longo prazo. A geração procedural dos mapas, como acontece em boa parte dos roguelites, entrega resultados mistos: cenários com boa atmosfera, mas layouts repetitivos após algumas horas, o que pode cansar quem busca inovação constante na arquitetura dos níveis.

A base central, ou hub, evolui junto com o progresso do jogador. Este espaço não serve apenas como área de descanso, mas como ponto de personalização — novos equipamentos, aumento de slots de relíquias e o desbloqueio de perks via constelações tornam cada retorno ao hub recompensador, diminuindo a frustração das derrotas sequenciais. Essa sensação de avanço persistente é reforçada pelo sistema de memória, que permite redistribuir pontos e experimentar novas abordagens a cada ciclo.

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No conteúdo pós-campanha, Hell Clock aposta em uma variedade respeitável: modos ascendentes (ascension) mudam as regras, dificultam runs e alimentam o ciclo para veteranos, enquanto eventos e side-quests fornecem camada extra à aventura. A presença de modos Hardcore e Relax reforça a longevidade. No entanto, a ausência de variedade substancial nos layouts e o design procedural pouco inspirado prejudicam o engajamento de longo prazo.

Performance, Técnica e Polimento

Apesar do design artístico bem resolvido, Hell Clock apresenta problemas técnicos que não podem ser ignorados. A performance em PCs modestos e principalmente no Steam Deck é inconsistente: quedas de FPS são comuns, especialmente nos atos finais e em cenas com muitos inimigos simultâneos. Bugs pontuais, como missões presas e problemas de colisão em chefes, também aparecem, embora não sejam impeditivos para a experiência geral. O suporte a controles é vasto e funciona bem, um ponto positivo para a acessibilidade.

O jogo impressiona em iluminação e clima, com cenas visualmente poderosas que compensam limitações na modelagem de cenários. Entretanto, a ausência de recursos básicos como escalonamento de fonte pode atrapalhar a leitura em portáteis. A trilha é competente e o mix de sons cria tensão, mesmo em momentos onde o gameplay repete padrões. A equipe responsável promete atualizações frequentes — especialmente no campo de otimização e balanceamento –, atenuando parte da preocupação técnica para o futuro.

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Embora seu conjunto técnico não prejudique severamente o valor do jogo, é importante ressaltar que a experiência ideal só acontece em máquinas mais potentes, ou para jogadores tolerantes a soluços ocasionais. Bugs de missões inacabadas e freezes em situações de combate intenso podem gerar frustração, mas dificilmente comprometem o todo para os obstinados pelo loop de run-and-upgrade.

 

Um dos melhores títulos nacionais

Hell Clock consolida-se como uma experiência intensa, desafiante e inovadora para quem aprecia roguelites e ARPGs, sobretudo aqueles abertos a experimentação, contexto histórico e desafios que vão além do mero grind. Embora a performance inconstante, o procedural repetitivo e a limitação nas builds sejam pedras no sapato, a criatividade do design, a força da ambientação e a estrutura de progresso recompensador tornam o jogo uma adição distinta e memorável ao gênero.

 

Texto por: Fernando Paixão Rosa

Afinal, vale a pena investir em mouses gamers?

No mundo dos pc gamers, os periféricos como teclado e mouse são essenciais, afinal muitos jogos, em especial Mobas e FPS, eles garantem uma melhor precisão. E o entusiasmo sobre os periféricos é tão grande quanto a quantidade desses produtos, voltados especificamente para os jogadores dos mais diversos perfis, do casual ao profissional.

Pensando nisso, hoje vamos conversar sobre as diferenças entre os mouses gamers e os mouses convencionais, destacando características como formato, DPI, ergonomia e customização. Além disso, vamos discutir se investir em um mouse gamer é sempre necessário ou se um mouse convencional pode ser suficiente em determinadas situações.

 Formato: A Ergonomia Além da Estética

Os mouses gamers não apenas primam pela estética, mas também pela funcionalidade. Seus designs ergonômicos buscam proporcionar não apenas conforto durante as longas sessões de jogo, mas também uma aderência firme que permite movimentos precisos. A escolha do formato do mouse pode ser crucial para jogadores casuais que buscam uma experiência mais envolvente e também para aqueles que encaram o jogo de forma mais séria.

Os mouses gamers oferecem opções avançadas de ajuste ergonômico. Possibilidades como a alteração da inclinação, do peso e da textura da superfície elevam a personalização a um novo patamar. Para jogadores casuais, esse nível de ajuste pode ser percebido como um luxo, enquanto para os gamers mais sérios, representa um investimento em conforto e controle que impacta diretamente na performance.

Profissionais, que frequentemente passam horas ininterruptas jogando, podem encontrar nos mouses gamers um aliado indispensável para prevenir fadiga e garantir uma consistência no desempenho ao longo do tempo.

Profissionais, em especial, encontram nos mouses gamers uma vantagem técnica notável. A oportunidade de poder escolher entre os mais diversos mouses gamers no formato para se adequar perfeitamente à mão do jogador pode fazer toda a diferença em competições acirradas, onde cada milissegundo conta.

DPI: A Sensibilidade como Diferencial

A medida DPI, que determina a sensibilidade do mouse, é um diferencial marcante nos mouses gamers. Com níveis ajustáveis consideravelmente mais altos, esses dispositivos oferecem a capacidade de adaptação a diferentes estilos de jogo. Para jogadores casuais, isso pode significar uma precisão extra em momentos críticos, enquanto para jogadores profissionais, a sensibilidade ajustável é praticamente uma necessidade para se destacar em competições.

A influência do DPI na performance é particularmente visível em gêneros como FPS e MOBA, onde movimentos rápidos e precisos são essenciais. Nesse contexto, a escolha de um mouse gamer pode elevar a qualidade do desempenho, proporcionando vantagens decisivas. E é exatamente aqui onde mouses (e teclados) gamers brilham, jogos de alta precisão.

Customização

A customização é uma área em que os mouses gamers se destacam. Botões programáveis, iluminação RGB personalizável e software dedicado para ajustes finos são elementos comuns nesse tipo de mouse. A capacidade de adaptar o dispositivo de acordo com as preferências individuais não apenas adiciona um componente estético, mas também proporciona uma funcionalidade extra em jogos que demandam comandos específicos e rápidos.

Em contraponto, mouses convencionais podem oferecer menos opções nesse aspecto. Para muitos usuários, essa simplicidade é mais do que suficiente, mas para os entusiastas que desejam ter o controle total sobre cada detalhe, os mouses gamers oferecem uma gama mais extensa de possibilidades.

A influência da customização na escolha de um mouse gamer é particularmente significativa para jogadores sérios e profissionais. A capacidade de adaptar o dispositivo de acordo com as necessidades específicas de cada jogo pode ser a diferença entre a vitória e a derrota em competições de alto nível.

Mas vale lembrar que a capacidade de customização seja física, seja através de softwares varia de mouse para mouse. Alguns mouses gamers terão menos botões, funções e configurações que outros, visto que há uma imensa variedade desses produtos, bem como de preços.

 

Quando Optar por um Mouse Gamer? Estratégias para Perfis Diferentes de Jogadores

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A decisão entre um mouse gamer e um convencional é altamente influenciada pelo perfil do jogador. Para o público casual, que busca uma experiência imersiva e aprimorada, o investimento em um mouse gamer pode ser justificado pelos benefícios adicionais de ergonomia, sensibilidade e customização.

Jogadores mais sérios, que dedicam considerável tempo ao jogo, encontram nos mouses gamers uma ferramenta que vai além do entretenimento, sendo uma extensão essencial de suas habilidades. A vantagem técnica proporcionada por esses dispositivos pode ser crucial para alcançar um desempenho consistente, seja em partidas ranqueadas ou em competições profissionais.

Para os jogadores profissionais, a escolha de um mouse gamer é praticamente inevitável. A necessidade de uma performance excepcional e a customização específica para diferentes jogos tornam esses dispositivos uma ferramenta indispensável para atletas digitais de alto nível.

No entanto, para jogadores mais casuais ou aqueles com orçamento restrito, um mouse convencional pode ser uma escolha mais sensata. A decisão entre um mouse gamer e um mouse convencional vai muito além da estética.

 

E então, investir ou não em um mouse gamer?

A consideração cuidadosa das necessidades individuais, tipo de jogos, estilo de jogo e orçamento é essencial para tomar a melhor decisão. Se você não joga com frequência jogos de alta precisão e velocidade como MOBAs e FPS, você pode acabar gastando com algo do qual não se beneficiará de verdade, e poderia investir em outros periféricos. Em um mundo gamer diversificado, a escolha é personalizada, e a tecnologia está disponível para atender desde jogadores casuais até profissionais de elite. O importante é encontrar o dispositivo que se alinhe perfeitamente ao seu modo de jogar e eleve sua experiência a um novo patamar.

Texto por: Fernando Paixão Rosa