BGS 2013: “Os brasileiros são apaixonados por games”, diz executivo da Game Insight

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Outra empresa que marcou presença na Brasil game Show 2013 foi a Game Insight. A empresa é famosa por seus games de celulares  e Web e já apareceu aqui no GameReporter. Durante a feira, a empresa montou um estande cheio de jogos para iPads a fim de apresentar seus produtos para o mercado brasileiro como Ilha Paraíso, Meu País, Dragon Eternity, Meu Aeroporto, entre outros. Esta foi a primeira participação da empresa em um evento de games brasileiro e para marcar a ocasião a empresa montou um estande todo estilo.

Como não poderia deixar de ser, alguns executivos da companhia vieram da Rússia só para conhecer de perto os gamers brasileiros e como é o nosso país. Um desses visitantes ilustres foi Konstantin Kamenev, diretor de desenvolvimento, que concedeu uma entrevista exclusiva para o GameReporter. Detalhe: nossa entrevista foi celebrada com vodka russa original.

 

GameReporter: Como a game insight conheceu o Brasil, e o que despertou o interessa da empresa em nosso país?

Konstantin Kamenev: A princípio conhecemos o Brasil através de novelas e futebol. Posteriormente fizemos pesquisa e descobrimos que o Brasil tem a maior audiência móbile dentre os países da América Latina. Além disso, descobrimos que no país as pessoas jogam todos os tipos de games, ou seja, há tantos jogadores que há mercado para todos os gêneros de jogos. Nossas análises mostraram acima de tudo que os brasileiros são apaixonados por games. O número de usuários de plataformas móveis no Brasil continua crescendo, assim como o número de downloads de jogos e aplicativos. Temos muito orgulho de ser a única desenvolvedora russa no brasil.

 

Como vocês chegaram ao Brasil? Vocês se estabeleceram da mesma forma que fazem em outros países?

Chegamos ao Brasil em 2012 e quando resolvemos fazer negócios por aqui escolhemos três diferentes tipos de jogos diferentes dentro do nosso catálogo para serem localizados porque queríamos saber qual tipo de jogo os brasileiros mais se identificavam e com isso pudemos definir um plano de ação para nos estabelecermos melhor por aqui. Não entramos na mesma forma nos outros países localizados, pois o mercado brasileiro tem suas peculiaridades, apesar de não ser muito diferente do mercado russo.

 

Qual a maior dificuldade que a Game Insight enfrentou para lançar seus games no Brasil.

Com certeza tivemos muitos problemas para conseguir uma boa localização dos nossos títulos, porque o Brasil tem um jeito diferente em termos de localização, do que em outros países. A tradução não pode ser literal. Além disso, houve um medo muito grande na questão de como os brasileiros iriam ver nossos jogos por causa do modelo europeu de negócios e o estilo dos jogos que produzimos, mas esse medo desapareceu assim que iniciamos os trabalhos.  Passamos a colocar elementos que os brasileiros gostam.

 

O mercado de games é vantajoso no Brasil para a Game Insight?

Sim, sem dúvidas. Vimos que alguns tipos de jogos despertam mais interesses que outros e a adição de objetos escondidos atraem a atenção de jogadores mais dedicados. O Espelho de Londres, por exemplo, é um dos nossos jogos mais bem sucedidos. Ele é do gênero “objetos escondidos”, que se mostraram bastante rentáveis no iPads. Por causa do sucesso de Espelhos de Londres, queremos localizar mais jogos deste gênero para o Brasil. Vale citar ainda que um dos motivos do nosso sucesso é que nossos jogos contem gráficos de alta qualidade e o conteúdo que disponibilizamos são criados justamente para agradar nossos clientes.

 

DSCF1925Jogos free to play vêm crescendo a cada ano, você acha que esse tipo de jogos vai dominar o mercado algum dia?

Acreditamos muito no modelo freemium e investimos nesse negócio porque eles apresentam a possibilidade de sucesso maior que o encontrado em outros gêneros. Além disso, acreditamos que os melhores jogos são aqueles que são gratuitos.

 

Quantos usuários vocês já possuem em nosso país e como é a recepção deles?

Temos cerca de 400 mil usuários, o que é um número muito bom. Todos os nossos jogos são gratuitos o que ajuda a disseminá-los mais rapidamente e conseguir um bom número de feedbacks. Estamos sempre atentos para atender as expectativas desses usuários. Quando um jogo sai sempre verificamos os reviews na App Store e sabemos que o usuário está satisfeito quando vemos comentários como “muito legal” ou ”muito bom”. Nossa equipe esta ganhando um pouco de português com as reviews dos usuários.

 

Como a empresa se vê daqui a cinco anos.

Em termos de jogos o Brasil é parecido com a Rússia e percebemos que a tendência é que o crescimento de usuários vai continuar. Esperamos assim, criar jogos crossplataforma, ou seja, presentes em diferentes lugares como mobile, internet, plataformas sociais, etc. Acreditamos que o Brasil continuará consumindo muito conteúdo móbile, pois sabemos que os brasileiros jogam muito videogame e que eles gostam de acompanhar os hardwares e softwares – cada vez mais evoluídos. Em São Paulo percebemos que os dispositivos moveis são muito utilizados e com este conhecimento acreditamos que, assim os russos, os brasileiros irão jogar muito mais jogos em dispositivos móveis.

 

Quer deixar uma consideração final?

Bom, vocês podem mencionar alguma coisa sobre a vodka russa.

Autor: Luiz Ricardo de Barros Silva

Luiz Silva, jornalista de games formado pela Universidade Paulista. Já escreveu para as revistas da Tambor Digital (EGW, Gameworld), para o site Player 2 entre outras coisas. "Sou um entusiasta por videogames, apesar de jovem já tive até um Atari, minha série favorita é Silent Hill".

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