Festival Games for Change celebra o Dia da Consciência Negra debatendo a cartilha “Lula Play”

Durante a campanha presidencial, uma das promessas de campanha do candidato eleito, Luiz Inácio “Lula” da Silva, foi o Lula Play, uma cartilha para fomentar o mercado de games do Brasil. Pois é justamente essa cartilha que será debatida na décima edição do Festival Games for Change América Latina. Este será o primeiro debate público sobre políticas públicas para a indústria de jogos no governo Lula, ao mesmo tempo em que engaja desenvolvedores de jogos e as indústrias criativas com questões educacionais e ambientais.

O evento será transmitido ao vivo entre os dias 18 e 20 de novembro, culminando com a quarta edição do concurso “Pitch for Change” que vai premiar jogos voltados à transformação social.

“Pela primeira vez na história do Brasil, as eleições presidenciais integraram as artes, a cultura e os jogos como uma questão política fundamental. Não é por acaso, pois o governo atual implementou políticas destrutivas na área social, da ciência, contra a cultura e o meio-ambiente, além de favorecer a desregulamentação do controle de armas, a destruição da Amazônia e o desmantelamento radical da educação pública”, afirma o Presidente da Games for Change América Latina, Gilson Schwartz.

“A pandemia também trouxe à tona o racismo estrutural, por isso temos o orgulho de comemorar o Dia da Consciência Negra no Brasil na cerimônia de encerramento, após o anúncio da premiação dos melhores jogos do ano”, completa Schwartz.

“Lula Play” foi publicado por um grupo de desenvolvedores independentes no início da campanha e foi integrado ao programa do presidente eleito. Há esperança de que novas políticas reconstruam os investimentos do país em políticas sociais, educação e cultura alavancadas por jogos voltados para crianças e jovens.

O Festival também apresentará os premiados do Cross-Cultural Impact Jam, co-promovido com a Games for Change de Nova York e a empresa UNITY (desenvolvedora de software para a criação de games), ocorrida na primeira semana de novembro.

Novos jogos digitais como “Master Lemon” (Pepita Digital), “PoN” (Ilex Games) e jogos não digitais como “Macunaíma” (Coletivo Lúdico) e “Purposyum” (United Nations Office on Drugs and Crime) serão apresentados pelos criadores e propostos como parte de práticas pedagógicas inovadoras.

Sessões com foco na internacionalização de projetos de jogos de impacto social trarão líderes da indústria latino-americana e dos capítulos regionais da rede “Games for Change” para uma avaliação de novas estratégias de cooperação. A rede atua na América Latina, União Européia, África, Ásia e Oriente Médio.

O Festival também destaca abordagens mais filosóficas em mesas redondas sobre jogos e educação, alegoria e questões de gênero. A palestra de encerramento será proferida por Eric Zimmerman, um célebre autor e colaborador de longa data da cena “G4C”.

Mais informações estão disponíveis no site da “G4C Latam”, todas as sessões serão transmitidas entre 18 e 20 de novembro. A festa de confraternização final e inclui um “talk show” e começa às 19h (horário de Brasília) do dia 20 de novembro, organizado pela “Frente Nacional das Mulheres do Hip Hop”, fundada em 2010. Artistas como Priscila Fenics, Lunna Rabetti, Sharylaine e Meire D´Origem, do Estado de São Paulo, Andreia Felix, de Minas Gerais, Iza Negratcha, de Sergipe, e Udi, da Bahia, apresentarão e debaterão o futuro da arte e do entretenimento para a mudança no Brasil e na América Latina.

O Festival Games for Change América Latina 2022 conta com o seguintes apoios: Cidade do Conhecimento,  CTR-ECA-USP e Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Humanidades,  Direitos e Outras Legitimidades, FFLCH.

Lula lança cartilha com propostas para o setor de games no Brasil

Os videogames certamente são um mercado promissor para investimentos e como área profissional. Contudo, ouvimos isso o tempo todo, mas pouco investimento foi realizado a fim de transformar o país em um mercado maior para os games. Para que o mercado seja aquecido é necessário que políticas públicas sejam retomadas a fim de atrair o investimento estrangeiro. Neste sentido o candidato a presidência da república, Luiz Inácio “Lula” da Silva, fez um importante aceno para o setor.

Lançada a poucos dias, a cartilha “Lula Play” conta com diversas propostas de políticas públicas para o setor de jogos eletrônicos no Brasil. O documento foi elaborado por uma comissão formada por profissionais de diferentes áreas ligadas ao videogame. O texto reúne informações de um setor que faz parte não apenas da cultura digital, como também possibilita o desenvolvimento tecnológico e a geração de emprego e renda.

A iniciativa de criar a cartilha partiu do Instituto Lula, que em maio deste ano convidou especialistas para discutirem a questão. Entre as demandas apresentadas pelos gamers está a regulamentação da profissão, com garantia de direitos para os trabalhadores da indústria indie, a criação de cursos técnicos e de ensino superior para desenvolvedores de jogos – para que cada vez mais homens e mulheres possam desenvolver jogos digitais –, a revisão da legislação de banda larga, extinguindo o limite de dados e melhorando a velocidade de conexão entregue pelas operadoras de telecomunicação, entre outras.

Caso o Lula seja eleito e as propostas consigam apoio dos parlamentares, espera-se ver um avanço significativo do setor de jogos eletrônicos em poucos anos. Afinal, muito do que impacta o setor é a burocracia e a falta de visão de muitas pessoas de que os videogames sejam uma arte inferior. Nos últimos meses vimos que lideranças políticas estão mais atentas ao setor.

A cartilha Lula Play pode ser baixada gratuitamente aqui.