Game brasileiro Master Lemon ganha o G4C América Latina Award

Durante o mês de novembro rolou o X Festival Games for Change e dentro do evento oito projetos de jogos independentes concorreram ao prêmio G4C América Latina Award na competição  “Pitch for Change”. O grande vencedor da competição foi o game Master Lemon, da desenvolvedora Pepita Digital.

A etapa competitiva do X Festival Games for Change América Latina colocou oito projetos concorrentes, em fase de desenvolvimento ou já no mercado, para disputar o “G4C América Latina Award” na competição “Pitch for Change”, realizada em modo remoto durante a tarde do domingo, 21 de novembro. “Master Lemon”, da Pepita Digital, ganhou o grande prêmio. O game ainda está em desenvolvimento e tem como propósito estimular o auto-conhecimento, a aprendizagem de línguas e a estimulação da memória.

Durante o evento foram concedidas outras duas premiações: na categoria “Impacto” houve empate entre “PoN: A Ilha dos Tatus”, do estúdio de desenvolvimento de games brasileiro Ilex Games e “demonumentaRA”, um projeto coletivo de imersão virtual realizado por Luis Felipe Abbud a partir de ideias da artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Ubanismo (FAU) da USP, Giselle Beiguelman, apresentada no “pitch” de 15 minutos. Na categoria “Criatividade”, o prêmio também foi para “Master Lemon”.

“O Festival insiste na ênfase em games com criatividade e impacto transformador com alta qualidade estética e audiovisual”, explica o presidente da G4C América Latina, Gilson Schwartz. O líder da rede G4C na União Europeia, Jean-Michel Blottière, deu ênfase à diferença entre jogo transformador e jogo sério. “Não se trata de criar jogos para treinar enfermeiras ou cirurgiões cardíacos remotos, mas de buscar um forte impacto social, cultural e ético que vai além do propósito sério, por exemplo, de treinar um trabalhador”, afirma. “Com a crise climática, a pandemia, as migrações e guerras, as empresas, os governos e os cidadãos começam a perceber a diferença e a urgência de jogos criativos que nos ajudem a mudar hábitos, ser mais tolerantes ou empáticos com outras pessoas, coisas e o próprio meio-ambiente”, conclui Blottière.

A quarta edição da competição “Pitch for Change” oferece aos vencedores uma conexão imediata à plataforma global de captação de investimentos em inovação “Trampoline”, uma aceleradora de investimentos com forte ênfase em desenvolvimento humano e inovações de impacto em ciência e tecnologia pela sustentabilidade.

O game “demonumentaRA” é de autoria coletiva, ressalva Luis Felipe Abbud. O ponto de partida é uma intervenção artística e política sobre monumentos, usando tecnologias de realidade aumentada e “gamificando” a relação dos cidadãos com os monumentos da cidade. “Fizemos ações que lembram o Pokemon Go envolvendo a estátua do Borba Gato e houve hostilidade por parte de quem achava que era uma forma digital de afetar a simbologia dos bandeirantes, com ameças mesmo”, revela Abbud.

Para o presidente da Games for Change América Latina, Gilson Schwartz, a realização da décima edição anual do Festival e da quarta rodada de “pitching” com desenvolvedores e “start-ups” representa uma oportunidade para o empreendedorismo e a inovação na área social com alto potencial de internacionalização.

“Conectar estudantes, artistas e desenvolvedores de games ao mercado internacional, a novas possibilidades de monetização e captação de investimentos é uma missão possível, necessária e proposital em todos os capítulos regionais da rede Games for Change.

Festival Games for Change celebra o Dia da Consciência Negra debatendo a cartilha “Lula Play”

Durante a campanha presidencial, uma das promessas de campanha do candidato eleito, Luiz Inácio “Lula” da Silva, foi o Lula Play, uma cartilha para fomentar o mercado de games do Brasil. Pois é justamente essa cartilha que será debatida na décima edição do Festival Games for Change América Latina. Este será o primeiro debate público sobre políticas públicas para a indústria de jogos no governo Lula, ao mesmo tempo em que engaja desenvolvedores de jogos e as indústrias criativas com questões educacionais e ambientais.

O evento será transmitido ao vivo entre os dias 18 e 20 de novembro, culminando com a quarta edição do concurso “Pitch for Change” que vai premiar jogos voltados à transformação social.

“Pela primeira vez na história do Brasil, as eleições presidenciais integraram as artes, a cultura e os jogos como uma questão política fundamental. Não é por acaso, pois o governo atual implementou políticas destrutivas na área social, da ciência, contra a cultura e o meio-ambiente, além de favorecer a desregulamentação do controle de armas, a destruição da Amazônia e o desmantelamento radical da educação pública”, afirma o Presidente da Games for Change América Latina, Gilson Schwartz.

“A pandemia também trouxe à tona o racismo estrutural, por isso temos o orgulho de comemorar o Dia da Consciência Negra no Brasil na cerimônia de encerramento, após o anúncio da premiação dos melhores jogos do ano”, completa Schwartz.

“Lula Play” foi publicado por um grupo de desenvolvedores independentes no início da campanha e foi integrado ao programa do presidente eleito. Há esperança de que novas políticas reconstruam os investimentos do país em políticas sociais, educação e cultura alavancadas por jogos voltados para crianças e jovens.

O Festival também apresentará os premiados do Cross-Cultural Impact Jam, co-promovido com a Games for Change de Nova York e a empresa UNITY (desenvolvedora de software para a criação de games), ocorrida na primeira semana de novembro.

Novos jogos digitais como “Master Lemon” (Pepita Digital), “PoN” (Ilex Games) e jogos não digitais como “Macunaíma” (Coletivo Lúdico) e “Purposyum” (United Nations Office on Drugs and Crime) serão apresentados pelos criadores e propostos como parte de práticas pedagógicas inovadoras.

Sessões com foco na internacionalização de projetos de jogos de impacto social trarão líderes da indústria latino-americana e dos capítulos regionais da rede “Games for Change” para uma avaliação de novas estratégias de cooperação. A rede atua na América Latina, União Européia, África, Ásia e Oriente Médio.

O Festival também destaca abordagens mais filosóficas em mesas redondas sobre jogos e educação, alegoria e questões de gênero. A palestra de encerramento será proferida por Eric Zimmerman, um célebre autor e colaborador de longa data da cena “G4C”.

Mais informações estão disponíveis no site da “G4C Latam”, todas as sessões serão transmitidas entre 18 e 20 de novembro. A festa de confraternização final e inclui um “talk show” e começa às 19h (horário de Brasília) do dia 20 de novembro, organizado pela “Frente Nacional das Mulheres do Hip Hop”, fundada em 2010. Artistas como Priscila Fenics, Lunna Rabetti, Sharylaine e Meire D´Origem, do Estado de São Paulo, Andreia Felix, de Minas Gerais, Iza Negratcha, de Sergipe, e Udi, da Bahia, apresentarão e debaterão o futuro da arte e do entretenimento para a mudança no Brasil e na América Latina.

O Festival Games for Change América Latina 2022 conta com o seguintes apoios: Cidade do Conhecimento,  CTR-ECA-USP e Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Humanidades,  Direitos e Outras Legitimidades, FFLCH.

AvantGarden – Game brasileiro de impacto ambiental será destaque no Games for Change 2022 em Nova York

Imagine um game multiplayer social de estratégia em rede que proponha uma visão transdisciplinar das áreas verdes urbanas para fomentar a reflexão sobre o meio ambiente nas cidades e sua manutenção participativa. Pois bem, essa é a proposta de AvantGarden, título que será destaque na Games for Change 2022.

O título será jogado por jovens lideranças em 17 CEUs de São Paulo e nos campi da USP da Cidade Universitária e da Zona Leste para acelerar a transformação da Capital numa rede de jardins, parques e hortas; outro distribui decks de cartas para promover a campanha “educação para a justiça” da ONU com foco em estado de direito e apoio à diversidade; ações no metaverso que promovem a cura pela meditação, a superação de traumas e até de dependência química são projetos que a representação brasileira da rede mundial Games for Change apresenta em Nova York, no festival anual que acontece entre os dias 13 e 16 de julho.

A abertura de oportunidades para criadores brasileiros e o anúncio dos primeiros projetos em destaque aconteceu no último sábado, 9 de julho, no BIG Festival, o mais importante evento nacional voltado para jogos independentes e tendências de mercado.

“Para a Games for Change, que atua na América Latina desde 2010, o BIG Festival é também uma oportunidade única de diálogo com a indústria brasileira, os criadores, patrocinadores e investidores em games voltados a acelerar a superação da crise atual”, afirma Gilson Schwartz, Presidente da G4C América Latina e professor livre-docente de produção de games no Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP. “Nossa missão é apoiar projetos alinhados às ODS que através da gamificação acelerem a superação da crise em áreas como educação, saúde individual, coletiva e ambiental, cidadania e direitos humanos e até mesmo conforto espiritual no metaversos”, conclui Schwartz.

 

Vanguarda Lúdica

A Games for Change América Latina é parceira do game “AvantGarden”, que propõem ações de mapeamento via crowdsourcing, ocupando 17 CEUs de São Paulo e ainda os dois “campi” da USP, no Butantã e na Zona Leste. Paulo Hartmann, o criador do jogo, é um designer e ativista de inciativas de fomento ao pensamento crítico, captou pela startup Incentiv.me 100% dos recursos junto ao PROMAC, a “lei Rouanet” da prefeitura paulistana.

“Em parceria com a G4C Latam, grupos de pesquisa da USP e parceiros estratégicos no setor privado, vamos renovar por meio de atividades lúdicas o cuidado com as áreas verdes da cidade de São Paulo onde elas existem, e também promover que novos espaços sejam provocados a refletir e aplicar a 10 dos 17 ODSs da ONU”, informa Hartmann.

Thiago Coser, que já atuou na produção de Festivais da G4C América Latina nos últimos anos, decidiu criar um jogo voltado a meditação e superação ou cura de traumas, “Healing Child”. Coser criou um game design que ativa em alguns momentos certos gatilhos que impedem aos participantes criar dependência ou vício no próprio jogo.

“O game design ético e alinhado a princípios de responsabilidade e respeito à individualidade deve evitar o uso de truques como “loot boxes” e outros softwares que geram artificialmente um vício ou dependência”, alerta Coser.

O meio-ambiente e a cultura gamer são o foco de outra proposta: um concurso de audiogames em parceria com Antonio Teoli, usando o banco de sons de instrumentos amazônicos do projeto https://www.theamazonic.com/ em homenagem a todos os que defendem e tantos já sacrificados em defesa dos povos da floresta. Por meio de oficinas oferecidas no segundo semestre no ciclo “Jogos Online, Infância e Adolescência” (JOIA 2022), escolas e outros interessados serão orientados a criar jogos com temas de alto impacto nas suas realidades locais, regionais, nacionais ou mesmo globais.

Game designers, start-ups e demais participantes do BIG Festival puderam saber mais sobre AvantGarden na sessão ocorrida no último sábado (09) ou através de contato direto com a Games for Change América Latina.

Entre a “verdificação” de São Paulo e a “gamificação” da Amazônia, passando pela luta democrática pelo Estado de Direito e a legalidade, meditação e desenvolvimento local, a Games for Change América Latina propõe uma ampla mobilização pela superação da crise de forma organizada, por meio de mais conhecimento, inclusão e sustentabilidade.