O estúdio Tocha Games lançou há pouco tempo seu mais novo game. Nomeado Crazy Pump, trata-se de um título casual para Android que busca claras referências à franquia Donkey Kong Country a fim de entreter os jogadores. A produção é obra dos designers Gustavo Florindo e Renato Sousa, além da colaboração do design Robério de Lima.
Basicamente você deve controlar um tatu e fazê-lo chegar até o fim do cenário, passando por barris, que funcionam mais ou menos como canhões. É bastante parecido com algumas das fases de DKC, sendo que o jogador deve pressionar a tela para disparar ao próximo barril no momento exato. Durante os cenários, o jogador deve coletar cajus e desviar de obstáculos espalhados entre os barris.
O game já está disponível gratuitamente para usuários de Android. Ainda não há confirmação se haverá uma versão iOS. Além da jogabilidade fácil e viciante, o game chama a atenção pelo design simples e colorido dos cenários e personagens.
Para quem não conhece, a Tocha Games é a mesma produtora por trás de games como CrazyDynno, CrazyTyller e a aplicação NotaBaixa (todas para Android).
Foram quatro anos em desenvolvimento! Após toda essa espera, Toren finalmente chegou ao mercado para PC e PS4. Valeu a pena? Em resumo: o jogo do estúdio Swordtales possui grades acertos, mas comete alguns erros que não justificam a longevidade da produção.
Os maiores destaques de Toren é a narrativa e o visual que elevam o jogo para um status “cult”. Diferente de muitos jogos AAA, Toren esbanja um visual diferenciado com um cenário artisticamente bem trabalhado, vivo e bonito com muitos efeitos visuais e elementos do cenário se movendo o tempo todo como a vegetação, os pássaros etc. Os poucos personagens do game também são muito bem desenhados. Neste aspecto Toren é um prato cheio para os olhos.
Toren conta a historia da “Criança da Lua”, cujo objetivo é subir a torre (que dá nome ao jogo), a fim de salvar a humanidade de seu fim certo. A garota é guiada por uma espécie de entidade espiritual chamada “Mago”, que também acaba proporcionando muitos momentos filosóficos e poéticos ao jogador. Naturalmente esses momentos filosóficos foram influenciados pelas obras de Fumito Ueda (Ico é a mais clara).
A historia é contada de maneira não linear, de modo que ela passa por diversas fases da vida da criança, começando como um bebe até a sua fase adulta, com muitas nuances envolvendo flashbacks e sonhos deveras confusos. Mesmo assim, a narrativa não deixa de ser interessante, pois tudo é poetizado com textos escritos de maneira enigmática e com diversos significados. As animações do jogo também são belas. O destaque vai para a cena que mostra o nascimento da Árvore da Vida no início do jogo, a cena é uma das mais bonitas do jogo.
Na parte sonora o jogo possui um acervo que se encaixa bem com as animações tristes e para as cenas mais animadas. Entretanto, há momentos em que simplesmente há falta de sonoplastia no jogo. Há alguns momentos, por exemplo, em que você golpeia um inimigo e ouve-se o som da espada acertando o oponente, mas inexplicavelmente há momentos em que você bate nas criaturas e nenhum som é emitido.
Toren possui um visual bonito, mas cai na armadilha de muitos jogos atuais: foram quatro anos de desenvolvimento e ainda assim é notória a falta de polimento final. Existem bugs preocupantes em Toren, como no caso em que após uma derrota a personagem estava flutuando no cenário ao invés de retomar a aventura. Outro bug ocorrido (muito irritante, por sinal) foi durante uma das batalhas contra o dragão: o jogo entende que você foi alvejado e perdeu a vida, mas na realidade a personagem sequer havia sido atingida pela rajada da criatura. Além desses, há outros erros bisonhos que senão atrapalham a jogatina, servem para tirar a paciência do jogador.
A jogabilidade do game é muito simples, ela consiste em utilizar a espada para lutar contra inimigos e resolver alguns puzzles, até aí é uma fórmula que muitos outros jogos seguem. O problema é que Toren se atrapalha com a sua própria física: o combate corpo a corpo é pouco trabalhado e na maioria das vezes você bate no vazio, pois a movimentação da personagem não ajuda em nada. O problema é multiplicado devido à bugs de colisão. Outro problema é a falta de desafio: você termina Toren com um pouco menos de 2 horas e, acredite, termina-lo não é nem um pouco difícil. Os puzzles possuem objetivos diferenciados, mas podem ser descritos como simplistas: em geral você empurra objetos como plataformas e contorna símbolos no chão com um pó místico durante as passagens nos sonhos.
Ao final a pergunta é: Toren é um jogo que vale a pena ser jogado?
O objetivo de se tornar um jogo fora do normal, com um estilo gráfico bonito e uma história fantástica demonstram o potencial da Swordtales e sem dúvidas são os pontos fortes do jogo. Contudo se você é desses que joga algo esperando perfeição saiba que a experiência de Toren peca pela falta de polimento, além disso, é normal encontrar bugs aqui e acolá. Infelizmente o excesso de problemas tira o brilho de Toren já que o seu visual é um dos principais pontos fortes.
Pode-se traçar uma comparação com o recente Assasin’s Creed Unity, da Ubisoft, pois ambos são jogos que de tão carregados de bugs tornam-se irritantes em movimento, mas perfeitos quando parados. Outro ponto a mencionar é a duração do jogo: duas horas de jogo não é necessariamente um defeito se a experiência for satisfatória, algo que não acontece em Toren. A aventura em seu geral é rasa. Ela tenta ser épica, mas tropeça em seus quesitos técnicos. Se você quer sentir como a indústria de jogos brasileiros está evoluindo, vale a pena e por isso vale a aquisição. Mas se você é do tipo mais exigente, é triste dizer que Toren não é seu jogo.
Pontos fortes: as influencias de Fumito Ueda funcionam.
Ponto fraco: a aparente falta de polimento final comprometem os quatro anos de produção.
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