Excelência em gráficos pode atrasar games, diz professor

Recebemos em nosso email uma mensagem do leitor Natanael Rabelo, que escreve para os blogs Sem rare candy e Nukesports.

Natanael entrevistou o professor Roger Tavares, do Senac, game designer e especialista em games que palestrou durante a ESWC. A entrevista foi publicada em seu blog e com certeza vale a leitura.

Nela, Roger aborda alguns aspectos importantes do mercado de games no Brasil e diz, sabiamente, que tudo que acontece por aqui é reflexo das ações dos próprios jogadores, fala um pouco sobre a proibição de games, os esportes eletrônicos e uma parte que nos chamou bastante atenção aqui no GameReporter: a busca incessante por excelência em gráficos.

Partilhamos da opinião do professor de que a busca extrema por gráficos pode ser problemática para a criatividade em jogos e a evolução dos games. “Essa evolução só dos gráficos é uma coisa que ajuda muito a indústria, em especial a de hardware, mas traz pouco benefício ao jogo”, afirmou o professor, que critica também a tentativa da indústria de seguir um caminho complementar ao cinema.

Roger Tavares cita, é claro, exceções à regra, de jogos que conseguiram excelência em gráficos sem abandonar uma evolução real na mecânica de jogo ou na maneira de contar a história, como Crysis e F.E.A.R.

Agora perguntamos, você acha que a busca por gráficos cada vez melhor deveria ser prioridade nos games?

[Via Sem rare candy]

Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter e do GameOZ. Professor da PUC-SP e consultor na área de educação e tecnologia.

7 comentários em “Excelência em gráficos pode atrasar games, diz professor”

  1. Poxa galera, isso é um negócio que esta me deixando cabrero, o metal gear do PS3 ja demorou muito tempo para ser feito, em um video game d enova geração queremos jogos com gráficos muito bons, por isso que ando pesquisando muito na internet sobre isso, assim como vocês, o pessoal do Gamecast (www.gamecast.com.br), fizeram um programa falando da nova-nova geração dos game e um dos pontos cruciais foi exatamente isso o tempo que se leva pra fazer os games.

    Abraço.

  2. Na verdade, levando pro lado da matemática, a quota de desenvolvedoras interessadas em um bom design ainda é grande, claro existem lá as que ganham nome pelos gráficos… porém, a conduta dos players é que atrai esse tipo de situação… “atraso” não é só a respeito de tempo, mas de evolução, muitos jogos pré-3D ainda estão entre as melhores criações do ponto de vista do design…

  3. Bom, eu sou viciado no single player do Quake1. Nenhuma das suas sequências chegou aos pés do feeling que o original teve, mesmo com todas as suas “excelências” gráficas ;P

    Há um mês atrás eu comecei a jogar o Halo1, e me pergunto por que é que todos os jogos que saíram depois não conseguiram bater a sua jogabilidade e diversão, mesmo com todas as suas “excelências” gráficas ;P

    As prioridades num game deveriam ser a jogabilidade, o feeling e a diversão. Todo o resto deveria vir depois!

  4. Acredito que a busca pro gráficos cada vez melhores é um caminho sem volta e que, de certo modo, tem seus benefícios, pois digamso que é o “cartão de visitas” de um jogo. Mas dar prioridade apenas a isso é dar um tiro no pé. Gráfico sozinho não segura um jogo e não mantem um jogador por muito tempo. Com uma visão mais comercial, sim, gráfico é tudo, poque é isso que basicamente vai gerar a venda. Mas e depois? Vai ser apenas mais um jogo no meio de tantos. O problema maior é, mais uma vez, a visão à curto prazo das grandes distribuidoras que preferem vender várias cópias rapidamente, mas não garantir uma vida longa ao título. O que interessa para o mercado de games não são cópias e sim títulos.

  5. Acabei de defender meu mestrado falando exatamente sobre qualidade dos gráficos. Inclusive o prof Roger, participou de minha banca.
    Concordo com ele em muitos aspectos, mas não vejo que a eveolução dos gráficos tenham sido apenas negativas para a perda da jogabilidade. Acho que essa evolução se dá pelo fato do grande avanço tecnológico conseguido pela indústria, mas não atrapalha os desenvolvedores em criar jogabilidades que possam ser aliadas com estes gráficos impressionantes.
    Acredito, que para alguns jogos ele faça muita diferença, mas para outros pouco importa. Pensem no PONG, vai ser sempre aquilo e mesmo assim ainda é divertido jogar. Se colocar gráficos impressionantes, vira tênis.
    Jogos de simuladores fazem bom uso de gráficos melhorados, enquanto outros jogos, não necessitam dessa qualidade toda.
    Não acho que seja importante, apenas deve ser usado como o sal, bem usado, não faz mal.

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