Game Reporter no Festival Baixo Centro

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Você já leu aqui no GameReporter que no dia 6 de abril de 2013 aconteceu um debate acerca de games serem considerados cultura. E o GameReporter marcou presença nessa discussão que aconteceu durante o Festival Baixo Centro.

O Festival Baixo Centro é um Festival de Rua Colaborativo que aconteceu pela segunda vez esse ano. Em 2012, o Festival teve 130 iniciativas. A edição de 2013 contou com mais de 500. Este evento foi financiado através do crowdfunding e sua campanha no Catarse levantou mais de R$ 70.000 para as diversas atividades que tomaram conta da região central da cidade de São Paulo durante duas semanas. Todas as atividades propostas no Festival foram feitas pelos próprios idealizadores. E os responsáveis por realizar esse debate sobre games vieram do Curso Técnico de Programação de Jogos Digitais da ETEC Vila Madalena.

A conversa ocorreu na Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, teve duração de quase duas horas e tinha previsão de início para as 14hs. Porém, por conta do não funcionamento das linhas da CPTM, o debate só começou por volta das 15hs. O debate contou com 12 participantes, de formações e profissões diversas mas que de sua própria maneira gostam (e muito) de video games e acreditam que eles representam muito mais do que um simples passatempo.

Começamos nossa conversa assistindo alguns vídeos para melhor contextualizar o motivo de estarmos reunidos. Vimos a declaração da atual Ministra da Cultura, Sra. Marta Suplicy, onde ela afirma que não considera jogos como itens culturais. Assistimos também trechos de gravações de desenvolvedores independentes brasileiros (um deles sendo a Thais Weiller, uma das responsáveis pelo famoso Oniken). Nestes curtos takes, os desenvolvedores expuseram suas opiniões sobre essa questão e compartilharam um pouco de sua experiência profissional para desbravar o selvagem mercado que é o cenário de desenvolvimento independente brasileiro.

Após os vídeos, começamos o debate propriamente dito. Primeiro circundamos o tema buscando uma definição em comum sobre o que é cultura. Este exercício foi bem interessante pois embora todos alí presentes acreditassem que games são cultura, tivemos que nos despreender um pouco dessa opinião já formada para refletir sobre algumas questões fundamentais para esta discussão.

Chegando a um consenso, seguimos para a próxima etapa no debate onde cada um expôs sua opinião ou algum aspecto sobre o tema que gostaria de compartilhar e o grupo reagia e comentava essa posição, sempre focado em agregar conteúdo à discussão. Pessoalmente, achei essa a melhor parte do debate pois foi muito recompensador ter uma conversa sobre um tema tão pessoal e familiar com outras pessoas que também se sentem da mesma forma como eu e são tão apaixonadas por video games, jogos, entretenimento digital e cultura como um todo.

Não só isso, como todos que estavam lá se mostraram dispostos a conversar, a aprender com o ponto de vista alheio e se tornar parte da solução trocando experiências e pontos de vista sobre o tema, sem aquele famigerado “mimimi” que infelizmente nos acostumamos a ler nos comentários pela internet.

Ao final do debate, cada um dos presentes escreveu em tiras de papel o que achou de mais marcante ou recompensador da conversa que levou quase duas horas para acabar. Você pode ver todas as anotações no meu Facebook.

Para finalizar, os organizadores desta conversa nos mostraram parte de um vídeo intitulado “Game também é cultura?” contendo o discurso de encerramento da Sra. Lúcia Santella, professora de Pós-Graduação na PUC-SP no Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural que aconteceu em dezembro do ano passado.

Motivado pela conversa que tivemos neste debate fiz o vídeo abaixo sobre o tema resumindo os acontecimentos mais relevantes sobre esse tema até agora: a declaração da Ministra da Cultura, algumas das respostas mais importantes que tivemos até o momento além de dar minha opinião sobre a pergunta título deste post.

Caso você prefira áudio a vídeo, segue abaixo a gravação que fiz do evento: