Arte e violência

Se o videogame é mesmo um meio de comunicação e um elemento de cultura, por que poucos assuntos relevantes aparecem na forma de games? Onde estão os games sobre assuntos sérios como, por exemplo, o Holocausto nazista?

Claro que existem dezenas de jogos sobre a Segunda Guerra, mas estes têm foco apenas na violência: são na grande maioria FPSs onde o jogador é sempre um soldado lutando no campo de batalha.

Não que exista algo errado com jogos assim, eu mesmo sou um fã das séries Call of Duty e Medal of Honor, mas por que o protagonista sempre deve ter uma arma? Por que não existe um personagem de videogames como o impotente Wladyslaw Szpilman no filme O Pianista: um artista tentando sobreviver em um mundo que de repente virou de pernas pro ar? Ou como Guido Orefice em A Vida é Bela, um pai de família que é obrigado a colocar seu próprio sofrimento de lado para proteger o filho dos horrores da guerra?

Foto: Guy Ferrandis, 2002

Há dezenas de outros assuntos que envolvem um cenário de guerra, não somente a parte onde os soldados atiram uns nos outros. Todos os outros meios de comunicação já perceberam isso, apenas os videogames insistem em nos trazer somente o lado violento (o que só favorece discursos conservadores como os do maluquinho Jack Thompson).

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Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter. Professor e consultor na área de educação e tecnologia.

5 comentários em “Arte e violência”

  1. Talvez pelo… pelo robocop, terminator, a industria tenha se consagrado neste tipo de coisa. O cara que inventou o primeiro jogo com tiles com certeza era maluco. E mais louco ainda, quem inventou o xadrez. São pingos de genialidade que existiram, que com o passar do tempo se tornaram doutrinas, e sei lá, ficou nessa.

    Outro ponto interessante é a fantasia. Eu me pergunto quantas pessoas no japão ten um cabelo igual ao dos animes, sem antes ter visto um. (Tipo aqueles cabelos grandes, sabe?)

  2. Eu não sei se comentários antigos são ou não são lidos, mas o tetris, da reportagem mais acima, é uma analogia interessante das decisões sustentáveis que podem se fazer na vida real.

  3. Acredito que este paradigma dos grandes jogos de guerra com enfoque violento esteja diretamente ligado ao modo de produção capitalista: um jogo como Call of Duty custa muito caro, e para mobilizar os recursos necessários para produzi-lo deve haver uma certeza de retorno, aí entram as pequisas de mercado que constatam o óbvio: você pagaria 100 reais para movimentar um judeu por um campo de concentração de maneira inofensiva? (sim, porque em nenhum dos casos mencionados por vc eles pegam em armas) Eu com certeza não.

    Mas existem ótimos jogos com propostas não violentas no mercado, compre um video game nintendo e seja feliz. (embora sejam produções geralmente menores, e criticada pelos hardcore gamers que movem o mercado)

    Quanto a jogos com temas sérios, eles também existem.

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