Opinião: desenvolvedor critica a mesmice dos games

Para Masahiro Sakurai, criador de Kid Icarus Uprising e Super Smash Bros. Brawl, os games estão caindo na mesmice e que falta criatividade.

Durante uma entrevista, o designer exemplificou seu ponto de vista em games como jogos de tiro: “Descobri que, em gêneros bem firmados, os controles são sempre os mesmos. Por exemplo, em games de tiro, você vê que os jogos em primeira pessoa utilizam todos os botões do controle e sempre fazem a mesma coisa”, comentou.

Sakurai criticou o fato de que em muitos títulos parece que são trocados apenas a história e os gráficos, e todo resto mantido intacto.

A opinião de Sakurai é forte e certamente usar o gênero dos games de tiro é apenas um exemplo, com base no próprio fato de que Kid Icarus Uprising será um game baseado no estilo dos shooters. O mercado anda tão saturado com títulos que a sensação de repetição é quase lógica, principalmente se a isto for somado a insistência em continuações intermináveis de franquias que já tiveram algum sucesso.

Ao mesmo tempo, vemos que existe espaço para inovação, e mudanças em métodos de controle de jogos, como tem acontecido com o reconhecimento, obrigam repensar fórmulas gastas e criar novas soluções.

Mas, o que você, leitor, acha? Concorda com Sakurai?

[Via CVG]

Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter e do GameOZ. Professor da PUC-SP e consultor na área de educação e tecnologia.

7 comentários em “Opinião: desenvolvedor critica a mesmice dos games”

  1. Entendo e respeito o ponto do Sakurai, mas tenho que discordar em algumas partes de sua alegação. Acredito que ele já começa se equivocando ao querer comparar mesmice de um jogo e "uso" do controle. Não importa se a barra de espaço faz o personagem pular, C faz ele se agachar – o que importa é a jogabilidade, o que tudo isso em conjunto é capaz de proporcionar ao jogador.

    Provavelmente os jogos Shoot 'em Up se permaneceram com o mesmo modelo durante os anos – mesmos controles e diferentes gráficos e história, mas usar o gênero FPS não foi muito prudente, em minha opinião. Temos enredos cinematográficos, atores, dubladores, roteiristas envolvidos. Como é que pode ser dito que "apenas a história" mudou? Ela é papel VITAL em qualquer jogo! É, de fato, um gênero que precisa fornecer ao jogador muitos controles: não podemos ter um Call of Duty à la Time Crysis. Cada gênero com seu gênero, cada qual com sua criatividade.

  2. FPSs e TPSs quase todos possuem o mesmo gameplay com pequenas mudanças que vão além do visual. Jogos de esporte em geral também.

    Graças a deus que existe empresas como Nintendo, Capcom e Square que sempre estão renovando as suas franquias e lançando NOVOS jogos.

      1. O God of War é praticamente a mesma coisa desde o primeiro só trabalhando os gráficos, mas levou o para o 3D o gênero de pancadaria muito bem.
        Citei só as maiores que fazem sempre jogos novos e de qualidade, senão seria sacrilégio esquecer empresas como o Team ICO.

  3. Eu realmente não esperava que alguém atuante no grande mercado de games admitiria isso; eu agradeço Sakurai. Sei que não é fácil criar jogabilidades, e que isso era mais fácil antigamente por causa do menor número de referências, mas a repetição é realmente exaustiva. Mas é também um período de experimentação. Algo muito similar acontece há tempos com livros.
    Há quanto tempo não é criado grandes literaturas como criava Dante Alighieri, Lord Byron, Shakespeare etc.? Não é a toa que Saramago entrou pra história também. Ao invés de poucos e bons títulos num período extenso de tempo, temos repetições e reutilizações de estórias e clichês num período mínimo, produzindo literaturas como Crepúsculo e Harry Potter, que possuem intenção mais comercial do que literária.
    E os games nasceram com esse olhar comercial. Os artistas olharam para eles depois; gameart começou a se distinguir há pouco tempo. E mesmo com o olhar artístico, há poucos que olham especificamente para a jogabilidade antes de olhar o roteiro, design, animação etc. A criatividade na jogabilidade que, como diz o nome, faz o jogo, não está nem em segundo plano.
    Há quanto tempo vocês não pegam, OLHAM um controle e se perguntam: "O que esse botão faz?", volta-se para a tela e diz: "E o que eu posso fazer agora?". A jogabilidade está mastigada – e se não vem mastigada, a maioria vomita – só falta engolir.

    @BrcTrlg
    "Temos enredos cinematográficos, atores, dubladores, roteiristas envolvidos. Como é que pode ser dito que "apenas a história" mudou? Ela é papel VITAL em qualquer jogo! "

    O processo de produção de games está perto do perfeito atualmente (para grandes empresas). Isso ocorre porque a intenção é essencialmente comercial, e não criativa. O que o Sakurai critica, é a criatividade na jogabilidade.
    O papel vital em qualquer jogo é a jogabilidade. E jogabilidade não é somente os botões da interface e ações e interações possíveis em jogo, é também o método de controle mecânico (ou seja, o controle) pelo qual ela é feita.
    Se roteiro, produção cinematográfica e qualidade audiovisual fosse tão essencial para um jogo, hoje ninguém mais jogaria Tetris e jogos similares, e também não existiria esse enchente de jogos em flash na Internet. Essa é minha opinião.

    @Shinka
    "Graças a deus que existe empresas como Nintendo, Capcom e Square que sempre estão renovando as suas franquias e lançando NOVOS jogos."

    Se você pegar um jogo e mudar o enredo, você tem no novo jogo, mas não uma nova jogabilidade. Nenhuma empresa escapa da repetição que Sakurai critica, inclusive as pequenas (mas especialmente as grandes).
    Aproveitando a citação dessas empresas, um gênero que sofre constante repetição de jogabilidade e não foi citado é o RPG (e consequentemente o MMORPG). Os primeiros jogos definiram a base, alguns alteraram levemente um ou outro elemento, mas a base é a mesma. Nunca vi a tentativa da criação de uma nova forma de funcionamento, uma nova engine para RPGs e MMORPGs. A franquia Final Fantasy é um ótimo exemplo disso, a mudança principal na jogabilidade é o sistema de habilidades (porque se não mudassem isso, provavelmente teria chegado na 13º franquia com bem menos público).

    Essas são minhas opiniões. Até mais.

  4. Não sei se o pessoal vai concordar comigo, mas eu acerdito que tudo está caindo na mesmice (dos jogos aos filmes).
    Da para ver isso nos próprios filmes.As histórias são sempre as mesmas, só mudando o título e os personganes.
    Avatar por exemplo, é um ótimo filme quando falamos em computação gráfica, mas a história do filme é fraca, caída, repetitiva e sem criatividade.
    Indo para os games, eu acredito que ele não foi bem interpretado quando abordou a questão da jogabilidade (pegando os jogos de FPS como exemplo).A jogabilidade dos jogos em si, são iguais desde que existe o Atari.A diferença é que namaioria dos jogos de FPS não se muda praticamente nada.Quando eu digo não mudar praticamente nada vai desde as armas que o personagem usa até o modo de combate.A última "revolução" nesse tipo de game, na minha opinião, foi o CS, que apresentava uma idéia de combate completamente diferente dos jogos daquela época.Hoje os jogos de FPS se contentam em se só um CS com gráficos modernos.
    Entertanto isso não está apenas nesse tipo de game.Na verdade ele está em todos os tipos de game e sempre foi assim.Se formos analisar, na época do Snes e Genesis, uma grande quantidade de jogos eram iguais aos do Mário ou do Sonic.Quem dúvida é só procurar.
    Essa mesmice só vai acabar quando o público começar a ficar enjoado de ver sempre a mesma coisa.Daí eles colocam algo inovador e a mesmice começa de novo.

    Não sei se o pessoal concorda comigo, mas esse é o meu ponto de vista.

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