[Off-topic?] Vingadores: o melhor filme do ano, sem exagero

O melhor filme do ano. Parece exagero? Não é. Eu poderia até terminar esta resenha aqui, mas como não passaria de um tweet e eu não quero trollar os leitores, vamos lá (mas sem spoilers, claro).

Joss Whedon prometeu e cumpriu. Tudo o que o criador da série televisiva Buffy não estava conseguindo fazer nos últimos tempos na telinha (apesar das excelentes premissas, Firefly e Dollhouse não conseguiram emplacar – ainda que esta última tenha merecido uma segunda temporada), ele realizou, e com folga, em Os Vingadores.

Se você não viu nenhum dos filmes anteriores dos super-heróis Marvel produzidos desde Homem de Ferro, pare de ler esta resenha agora e se atualize. Os Vingadores é definitivamente O FILME TRANSMÍDIA, ou seja, um filme cuja narrativa não se esgota nele próprio – a história é redonda e fechada, mas para você entende-la cem por cento é preciso conhecer bem os heróis e ter visto os filmes anteriores, a saber: Homem de Ferro 1 e 2, Thor, Capitão América (as cenas pós-créditos inclusive, pois elas são as peças que vão encaixando os filmes e dando sentido a todos eles, preparando o terreno para a obra-prima que está estreando nos cinemas agora).

E o que é Os Vingadores, afinal? Para quem conhece quadrinhos, é a história de como os maiores heróis da Marvel se uniram para combater uma grande ameaça, mas repaginada para o século vinte e um: se na versão clássica Loki manipulava o Hulk e o fazia provocar uma serie de estragos nos EUA, fazendo com que os heróis se juntassem para combater a ameaça e descobrissem que, se separados já são bons, mas juntos são ainda melhores, nesta versão Loki ainda é o vilão, mas Hulk (que desta vez está EXCELENTE, tanto na versão de CG quanto na ótima interpretação do Bruce Banner de Mark Ruffalo) já começa do lado dos mocinhos, que, além dos já citados acima, contam com o Gavião Arqueiro e a Viúva Negra. Desta vez, entretanto, Loki manipula outro Vingador (não vou contar qual), o que dá um tom sombrio à história desde o começo.

E o eixo em torno do qual a trama gira é o Tesseract, aquele objeto azul brilhante já visto em Thor e Capitão América e que é mais conhecido pelos fãs de HQs como o Cubo Cósmico. Esse objeto confere poder absoluto ao seu dono, e a confusão toda começa aí, porque Loki o rouba da SHIELD e Nick Fury (agora sim, Samuel L. Jackson em toda a sua glória) recruta todos os heróis com os quais tem contato para formar a Iniciativa Vingadores e resgatar o objeto. Claro que o grupo não se dá bem de cara (as discussões entre eles são ótimas, principalmente as que envolvem Tony Stark – Robert Downey, Jr. deve ter pedido isso no contrato, porque rouba todas as cenas com as melhores piadas e tiradas do filme), e o conflito fica maior ainda quando Thor entra na história e exige não só Loki para julgamento em Asgard, como também o próprio Tesseract, porque (lembram do filme Thor?) com Odin o objeto estava mais seguro.

Mas se pensam que o último parágrafo conteve spoilers, vocês não sabem de nada. O filme tem duas horas e vinte e dois minutos (que passam voando, você nem sente) de ação, diálogos inteligentes e narrativa coerente, e, o principal: equilíbrio. Cada personagem tem momento certo para aparecer, se sobressai bem na hora em que tem que se sobressair, e o espectador não fica em momento algum com a sensação de que tem herói sobrando ou faltando na película. Joss Whedon é patrão bom: super-heroi com ele trabalha o tempo todo, não pendura o paletó na cadeira.

A batalha pelo Cubo Cósmico gera uma considerável dose de suspense: nós sabemos (sabemos?) que nenhum Vingador vai morrer, mas e o resto dos personagens? O filme não tem só ação, mas momentos de suspense daqueles em que o espectador mal se segura na poltrona. Batalhas na Terra, no espaço, com ameaças conhecidas e desconhecidas – e a famosa cena pós-créditos (acharam mesmo que não ia ter? Fiquem até depois do fim, por favor), onde fica mais do que claro que, SIM, haverá Os Vingadores 2. E, se for metade do que o primeiro foi (este resenhista é de um otimismo incurável), será sensacional. Porque Os Vingadores já é o melhor filme do ano.

Autor: zeroabsoluto

Fábio Fernandes é Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professor dos cursos de Jogos Digitais e Tecnologia e Mídias Digitais dessa universidade. Jornalista e escritor, é autor dos livros Interface com o Vampiro (Writers, 2000), A Construção do Imaginário Cyber: William Gibson, Criador da Cibercultura (Anhembi Morumbi, 2006) e Os Dias da Peste (Tarja Editorial, 2009). Traduziu mais de cem obras entre livros e graphic novels, entre as quais Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, Neuromancer, de William Gibson, e A Era das Máquinas Espirituais, de Ray Kurzweil. Realizou pesquisa de pós-doutorado na ECA-USP sobre o Twitter e a linguagem pós-humana. É membro do conselho do grupo Visions of Humanity in Cyberculture, Cyberspace and Science Fiction, da Oxford University. E fã confesso de ficção científica e quadrinhos.

10 comentários em “[Off-topic?] Vingadores: o melhor filme do ano, sem exagero”

  1. Texto sensacional e conseguiu me deixar ainda mais no hype de ver o filme, se é que isso é possível… =)

    Verei com certeza nesse final de semana.

    PS: chamei meus amigos pra ver e eles recusaram. E ainda se dizem nerds… #nerddadepressão

  2. Só faltou dizer que o ultimo filme do Hulk também é prólogo para o Vingadores. Após os créditos o Nick Fury também aparece para falar com o Banner.

    1. disparado o melhor filme do ano melhor cena do filme o hulk dando pau no loki nunca ri tanto no cinema ehehe

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