Conheça Antifa, o game que quer ensinar os gamers a combater o fascismo

Antifa

O reino de Dumpland está em apuros! Um líder verborrágico usou sua influência política e sobre os meios de comunicação para perpetuar seu discurso fascista sobre este reino. Centenas de pessoas acabaram aprisionadas em celas por falar contra o governo e os canais de TV parecem presos à imagem hipnótica dos discursos inflamados desse líder. Cabe a um jovem revolucionário combater esse governo controverso utilizando apenas uma máscara de gás e coquetéis molotov para combater o político. Esta é a premissa de Antifa, o jogo do estúdio indie Wobbly Dev, cujo objetivo é justamente trazer um discurso político para os jogos eletrônicos.

Antifa é o herói que dá nome ao jogo e seu antagonista é o líder político Humpel Dumpty, uma analogia clara ao 45º Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O vilão do game conseguiu utilizar sua influência para entupir os televisores com seus discursos inflamados e – não satisfeito – colocou seus capangas para calar quem se opõem a sua ideologia. Para libertar a população, Antifa deve destruir as TVs com a imagem de Dumpty  e derrotar os capangas saltando sobre suas cabeças. No mundo de Dumpland não há meio termos: para derrotar o fascismo é necessário lutar.

A sátira não passa despercebida e graças a seu tom humorado angariou as atenções dos jogadores, tanto de opositores de Trump quanto dos apoiadores, o que gerou revolta de muita gente pela internet assim que ficou disponível na plataforma itch.io. A jogabilidade e o estilo gráfico não deixam enganos: a inspiração foi Super Mario World, da Nintendo. Inclusive algumas caixas devem ser destruídas para obter suprimentos para continuar a luta, tais como os coquetéis molotov.

Suas mecânicas são básicas, ou seja, progredir da esquerda para a direita e saltar sobre as plataformas para desviar dos capangas, destruir as TVs ou derrotar os inimigos. Ainda que pareça simples, não é muito simples se adaptar aos comandos, pois os controles não são muito responsivos (até lento). Ao final das fases, o jogador deve confrotar sub-chefes, que são analogias aos grandes fascistas da América do Norte. Durante a jogatina o jogador passa por prisões, esgotos, cidades etc, até chegar na infame Dumpel Tower e enfrentar Dumpty pessoalmente.

“O impulso por trás de fazer o jogo Antifa foi simplesmente a falta de jogos de computador abertamente antifascistas”, disse Wobbly Dev para o site VICE, com tradução pela Vice Brasil. “Considerando o entendimento equivocado geral da importância histórica e contemporânea do movimento antifascista, eu queria fazer um jogo que fosse acessível, fofo e inconfundivelmente antifascista em seu conteúdo.”

A jogabilidade é a coisa menos relevante de Antifa, pois o foco mesmo é o conteúdo. A ideia básica é que os fascistas comandados por “Dumpty” devem ser confrontadas pelas pessoas comuns, caso desejem ver a liberdade novamente.

“A primeira fase da prisão é só o começo dos horrores”, diz Wobbly Dev. “As próximas fases vão revelar um mundo maior contra o qual o jogador tem que lutar.”

Abaixo tem o trailer de Antifa:

Autor: Luiz Ricardo de Barros Silva

Luiz Silva, jornalista de games formado pela Universidade Paulista. Já escreveu para as revistas da Tambor Digital (EGW, Gameworld), para o site Player 2 entre outras coisas. "Sou um entusiasta por videogames, apesar de jovem já tive até um Atari, minha série favorita é Silent Hill".

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