Chegou a hora do Halo 3

Halo 3

Por Orlando Camargo, do Acid Minds

Toda trilogia chega ao fim. E não poderia ser diferente com o aclamadíssimo título da Microsoft para Xbox 360: Halo 3.

Um dos jogos mais aguardados do ano enfim é lançado, de forma inédita, ao mesmo tempo em diversos países, inclusive no Brasil. Na madrugada do dia 25/09, em São Paulo, cerca de cem jogadores (e alguns pais) aguardavam ansiosamente na fila para colocar as mãos no último game da saga do fuzileiro master chief pela salvação da raça humana.

Com um orçamento de marketing estimado em 10 milhões de dólares, a empresa do tio Bill tenta fazer valer a sua força frente ao ganho de terreno da Sony e seu PS3, bem como da Nintendo com seu Wii (na minha opinião, o melhor dos três da nova geração).

Quanto ao jogo em si, nada de muito novo com relação aos seus antecessores, fora a dublagem em português e o lançamento simultâneo em vários lugares do mudo (fatos que, sem dúvida, poderá ser o início do reconhecimento do Brasil perante o mercado mundial de games), além da estonteante qualidade gráfica e dos inúmeros modos de jogo. Halo 3 uma é sem dúvida, uma boa opção tanto para fãs da série, quanto para os que buscam por novidades para seu Xbox 360.

Um dos poucos aspectos negativos do jogo ainda é seu preço. O jogo começa a ser comercializado em em três versões:

  • Standard: versão esta que contém apenas o jogo.
  • Limited: vem em uma embalagem especial e contém um DVD extra.
  • Legendary: versão que acompanha capacete metálico, um DVD com entrevistas, documentário e um livro ilustrado.

Os preços são um pouco salvados. Aqui custarão respectivamente: R$ 179, R$ 249 e R$ 399, Halo 3 ainda é um sonho para muitos e muitos brasileiros que, assim como nós, amam games. Para se ter uma idéia, nos EUA, o valor do jogo, pela Internet, varia entre US$ 34 – US$ 120 (aproximadamente R$ 68 – R$ 240). Será que um dia a gente chega lá?

Outra pergunta que fica aqui: quem vai comprar o jogo ainda esta semana?

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Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter. Professor e consultor na área de educação e tecnologia.

3 comentários em “Chegou a hora do Halo 3”

  1. Esse jogo vai ser a grande força da Microsoft para o XBOX 360 em relação ao avanço do PS3 no mercado dos videogames, sendo lançado apenas para o XBOX a Microsoft crê que as pessoas comprarão mais o console apenas para jogar esse jogo (Loucura total) além disso, ela tbm pretende trazer o jogo para fora do mundo dos consoles lançando talvez até mesmo desenhos animados como continuação do jogo, algo muito semelhante ao .hack

    []s Guilherme
    http://www.ingameaddiction.com

  2. Tudo novo de novo

    Como nos jogos anteriores, você passa a maior parte do tempo enfrentando criaturas ao lado de uma equipe, seja a pé ou controlando veículos. A mecânica da série, aclamada por se adequar perfeitamente ao controle, visto que os jogos de tiro em primeira pessoa sempre foram melhores no PC, continua intacta. Isto é, se você jogou algum dos episódios anteriores, já sabe o que esperar de “Halo 3”.

    Mesmo jogadores com pouca habilidade no gênero conseguirão se virar sem grandes dificuldades, graças à eficiência e à simplicidade dos controles e à mira semi-automática.

    Aqui, seu arsenal é tão limitado quanto a quantidade de munição disponível. Você pode carregar duas armas simultaneamente, sendo uma para reserva, além de diferentes tipos de granada. É possível também empunhar duas armas simultaneamente, o que impede o lançamento de granadas. A grande sacada é que todas as armas utilizadas pelos seus oponentes ou aliados podem (e devem) ser coletadas, exigindo que você realize trocas constantes.

    Há, porém, novidades: agora você pode ativar itens de defesa, como o Escudo Bolha, que forma uma esfera imóvel, impedindo a passagem de qualquer tipo de projétil; campos de força que degeneram a energia dos inimigos e muito mais. A fórmula do jogo, entretanto, é exatamente a mesma.

    Um dos elementos mais valiosos de “Halo 3”, tal como em seus antecessores, é o uso de veículos terrestres e aéreos, que não só ajudam a variar a ação como tornam tudo muito mais dinâmico, veloz e divertido. A combinação da física avançada com o design inteligente dos cenários, que raramente dificulta a locomoção dos veículos, dá ao jogador uma incrível sensação de liberdade e controle.

    É possível escolher entre o volante, banco do passageiro e a torreta – dependendo do veículo, é claro. Independentemente da sua escolha, os soldados aliados se comportam da maneira mais sábia possível, graças à avançadíssima inteligência artificial.

    Se você escolher a torreta de um jipe, um soldado automaticamente passará a dirigi-lo, escolhendo os melhores caminhos e posicionando o veículo em locais estratégicos, que permitem a perfeita visualização do alvo. Prefere o volante? Não se preocupe, pois seus parceiros darão conta dos inimigos enquanto você dirige. A impressão é a de que eles estão sendo controlados por outros jogadores, de tão espertas que são suas decisões e reações. A ação nunca é impedida por conta da inteligência artificial (com raríssimas exceções); ela simplesmente flui.

    Aliás, não só seus aliados como todos os elementos controlados pelo computador são muito inteligentes. Durante os combates, todos procuram abrigo atrás de muretas e objetos espalhados pelos cenários. Os inimigos avançam ou recuam conforme sua investida no ataque. Diferentemente de “Gears of War”, porém, não se agacham ou atacam em posição defensiva de seus abrigos, dando margem para serem eliminados – uma opção dos desenvolvedores para tornar o jogo mais dinâmico, talvez.

    Embora avançada, a inteligência artificial não pode ser considerada um marco. Ela é apenas um grande aprimoramento da mesma encontrada no primeiro jogo da série, que já era bastante avançada para sua época.

    Alienígenas que falam sua língua

    O que definitivamente torna o jogo imperdível para qualquer entusiasta dos games é o trabalho de localização para o português, que não deve nada para as dublagens dos melhores filmes de animação da Disney. Em um jogo como “Halo 3”, que apresenta milhares de linhas de diálogo, não só durante as cenas não-interativas, mas em toda a ação, este é o melhor presente que a Microsoft poderia oferecer aos jogadores brasileiros.

    Todas as falas capturam a essência e o carisma dos personagens, como a voz sedutora e misteriosa companheira de Master Chief, o computador Cortana ou a voz monstruosa, alterada digitalmente, do Árbitro, um guerreiro Covenant que se rebelou à sua raça. Além da perfeita atuação dos dubladores brasileiros, há um ótimo equilíbrio entre o volume da música e das vozes, que permite ouvi-las com bastante clareza.

    No momento em que você ouve os gritos de guerra dos soldados durante as batalhas ou as súplicas de piedade dos alienígenas, tudo em um português claro, com uma naturalidade incrível, você tem a certeza de que o jogo valeu cada centavo investido.

    Quase não há silêncio entre os combatentes. Tudo o que acontece é comentado pelos soldados aliados ou inimigos na hora em que a ação acontece, adicionando um elemento a mais nas já dinâmicas batalhas. É impossível não rir com alguma piada direcionada ao jogador quando todos caem de um veículo por conta de sua má direção ou quando um dos atrapalhados Grunts grita: “você matou meu melhor amigo!”. São tantas frases que, acreditem, pouquíssimas delas se repetem durante todo o jogo.

    Intenso e extenso

    Dividir a aventura principal com seus amigos, compartilhar a emoção de controlar veículos em conjunto e bolar estratégias de ataque, seja em tela dividida ou via Xbox Live, é inestimável. Apesar de cooperativo, pode-se ativar um modo de competição, no qual os jogadores ganham pontos de acordo com sua performance. Aqui, será possível encontrar crânios secretos espalhados pelas fases, garantindo bônus que multiplicam seus pontos (em contrapartida, elevam a dificuldade para o jogador que fizer uso deles).

    Por outro lado, é uma pena que a campanha dure tão pouco: são aproximadamente 10 horas, que não devem se estender mesmo para os jogadores mais dedicados, já que não há itens para coletar, locais secretos ou coisas do tipo – com exceção das caveiras modo citado anteriormente. É terminar o jogo e começar novamente – ou aproveitar o gigantesco modo multiplayer.

    Há 11 mapas exclusivos para as partidas online, todos planejados especificamente para a matança em grupo. Os jogadores são recompensados com emblemas cada vez que atingem uma determinada quantidade de pontos de experiência durante as partidas. Assim fica fácil identificar o nível de habilidade de cada um.

    Tirando a campanha principal, são 9 modos de jogo online, que vão dos mais básicos (Assassino e Capturar a Bandeira) aos mais criativos, como o Bola Maluca, em que você deve segurar a bola o máximo que puder, sem ser eliminado. Como se a variedade já não bastasse, há ainda a opção Fornalha, que permite personalizar os mapas, adicionando objetos, armas e veículos a partir de modelos básicos, através de uma interface simples e intuitiva. A brincadeira se torna ainda mais divertida quando você disponibiliza seus mapas personalizados para outras pessoas jogarem e avaliarem.

    Outra função divertida é o modo Cinema, o qual disponibiliza um “replay” de suas últimas partidas, permitindo ver as cenas de ângulos diferentes, capturar telas, salvar os melhores momentos e compartilhar com outros jogadores.

    As opções, variações e possibilidades de jogo online são tantas que compensam a curta duração do modo campanha, adicionando um número ilimitado de horas de pura diversão.

    Dando vida a um Universo

    Um dos aspectos de “Halo 3” que mais geraram polêmicas foram os gráficos: a comparação inevitável com “Gears of War”, que há pouco ainda era o carro-chefe do console do Xbox 360, fez com que muitos jogadores torcessem o nariz para o visual do jogo da Bungie. A verdade é que embora “Halo 3” não possua cenários tão ricos em detalhes quanto os de “Gears of War”, seus ambientes são infinitamente mais espaçosos e limpos. O que não significa, de maneira alguma, que seus gráficos sejam inferiores.

    A primeira missão se passa, logo de cara, em uma floresta densa com detalhes belíssimos, como cachoeiras majestosas e ribanceiras que dão vista para áreas imensas. Aliás, grande parte do jogo acontece em ricos ambientes naturais, com terrenos cheios de elevações, cercados por montanhas. Os detalhes são preservados mesmo a longa distância, como, por exemplo, no comando de uma nave: é possível ver uma ilha inteira do alto, intacta, sem um polígono a menos.

    A iluminação merece ser destacada: além de todo objeto visível projetar sua própria sombra de maneira realista, as texturas refletem a luz conforme o material. Estas, por sua vez, são tão definidas que em momento algum se transformam em borrões quando você se aproxima demais.

    Não há nada mais prazeroso em um jogo de ação do que ver seus inimigos sendo arremessados longe pelo impacto de uma explosão. Talvez por isso mesmo, “Halo 3” seja tão divertido. Sua física é tão precisa e ao mesmo tempo exagerada que uma única explosão é capaz de mandar não só inimigos, mas quaisquer objetos ao redor pelos ares. Veículos e certos objetos se deformam e se quebram aos pedaços, quando atingidos em cheio.

    Como qualquer superprodução de entretenimento, o som também é marcante. As músicas combinam a imponência das grandes composições orquestradas, percussão de tambores e os sons eletrônicos que dão clima de ficção-científica. E o melhor: estão tão interligados à ação do jogo, acompanhando sem um único deslize o momento em que os combates começam e terminam, que dão a impressão de que você está participando de um grandioso filme de Hollywood. Contudo, a música poderia estar mais presente – há momentos em que o silêncio predomina em segundo plano.

    Os efeitos sonoros aproveitam ao máximo os home theaters, transformando sua sala ou quarto em um verdadeiro campo de batalha, com o som de armas lasers e explosões para todos os lados.

    Próximo à perfeição

    Com tantas qualidades, torna-se difícil “pescar” aspectos ruins em “Halo 3”. Um deles pode ser sentido por qualquer um que não tenha jogado os títulos anteriores: por mais bem contada que seja, a história da série não é retomada para contextualizar o jogador iniciante. Embora isso não o impossibilite de acompanhar e se emocionar com os eventos do jogo, haverá momentos difíceis de se compreender.

    Outro detalhe não muito sério, mas que deve ser mencionado, é a dificuldade de saber para onde se deve ir em determinadas missões. Geralmente, há um alvo que indica o destino, porém o jogador não conta com uma seta que aponta o caminho exato para alcançá-lo, cabendo a ele explorar todo o local – o que não é algo necessariamente ruim. Há momentos um pouco piores, nos quais não existe nenhum tipo de indicação, podendo facilmente desnorteá-lo.

    A experiência proporcionada pelos modos campanha e multiplayer é, sem dúvida, uma das mais intensas, divertidas, emocionantes e memoráveis dos jogos de tiro em primeira pessoa, sem exagero. Como já dissemos, não espere por algo realmente novo, e sim, por um game minuciosamente equilibrado, que não deixa a ação cair na repetição em momento algum e que, principalmente, não frustra o jogador.

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