Para muita gente os jogos da série Burnout terminaram em Burnout 3: Takedown, por causa das drásticas mudanças que foram feitas no seguinte, Burnout Revenge. A principal delas é que o jogo ficou mais parecido com Crazy Taxi: nela você é incentivado a bater em praticamente todos os carros (com exceção de ônibus e caminhões, e carros no sentido contrário). Isso acabou com toda a tensão de evitar para evitar acidentes que os jogos anteriores tinham.
A primeira versão para PSP, Burnout Legends, peca por outra razão: mal-adaptada ao sofrível controle analógico do PSP, o controle nela é impreciso, o que aliado à baixa frame rate prejudica intensamente a jogabilidade – o que é uma pena, já que o BL é inspirado no B3.
A minha grande surpresa foi que o novo Burnout Dominator conseguiu superar isso tudo. Ainda é possível bater em carros comuns (não apenas nos rivais, como no B3), mas só de forma razoável – porradas mais bem dadas causam um acidente. Isso faz com que o jogador volte a ser cauteloso para evitar acidentes fora de hora, o que aumenta muito a adrenalina, mas que ainda possa ser agressivo o suficiente quando necessário. Veja o trailer aqui.
O jogo agora se divide em diferentes séries, cada um com um estilo de carro. A série inicial é a Classic, que tem carros diretamente inspirados em lendas como Dodge Challenger, Corvette Stingray, Thundebird e – o meu preferido – Aston Martin (o clássico, dirigido pelo Sean Connery nos primeiros 007, chamado de “Drift Classic” no jogo). As outras séries se chamam Factory (carros com um visual 80s), Tuned (yuck), Hot Rods, Super (superesportivos como Ferraris e Lamborghinis) and Dominator ( la crème de la crème do jogo).
Os cenários são todos novos, e muito bonitos – até mais do que eu esperaria do PSP. Infelizmente, uma das partes preferidas de muita gente (como a doce-e-sempre-bela Cyntia), o Crash Mode ( a.k.a. boliche com carros, a.k.a. acidente de propósito, a.k.a. tombo na seguradora) foi deixado de fora.
Há algumas novidades: a mais importante é a volta do Supercharger: quando o Boost chega ao máximo, a barra se torna azul. Torrar a barra inteira de uma só vez lhe dá “Burnout Bonus”. Se enquanto você torra o boost você continua dirigindo agressivamente, você consegue encadear um Burnout no outro – efetivamente se mantendo com boost durante toda a partida.
E conseguiram o que eu achava bem difícil: o controle analógico no PSP está perfeito, respondendo tão bem quanto no PS2 ou na Xbox. Isso, aliás, foi uma das coisas que contribuiu parar que eu achasse o jogo muito fácil: deu para transpor facilmente todas as skills adquiridas nos jogos anteriores. Com poucas horas eu já cheguei em 23%, com gold medals em todas as provas que disputei, e abertos todos os carros que foram oferecidos.
Se você gosta de jogos de corrida arcade insanos, não há outra opção: corra pro PSP ou pro PS2 (infelizmente dessa vez não há versão para a Xbox).
Eheheh, no Crazy Taxi você não é estimulado, pelo contrário, é penalizado de leve quando bate nos outros carros…
Preciso ver a versão do PSP, deve ter ficado realmente legal. Já a versão do PS2, que horror. Acho que é port direto do PSP, gráficos medonhos…
Sobre o Crazy Taxi: o que quis dizer é que Burnout Revenge é meio avacalhado, como o CT (que também teve uma queda de qualidade significativa quando introduziram o botão de “pulo” pro carro).
Sobre a qualidade do BD no PS2: É a sina dos jogos multi-plataforma, sempre se nivela por baixo. Compare, por exemplo, o primeiro Outrun, exclusivo para a Xbox, com o seguinte, que também saiu para o PS2: ao contrário do que se esperava de um jogo bem mais recente, a segunda versão é muito pior que a primeira…
E bota pior nisso. A segunda versão do Out Run pra PS2 e Xbox é simplesmente nojenta! Não tem nada da beleza da primeira versão pro Xbox, que é, pra mim, um dos jogos mais bonitos do console.
Quanto ao BD, eu dei uma brincada com ele já e adoraria jogar mais. Acho que até jogaria mais, não fosse aquele meu probleminha com o Final Fantasy Tactics… :-D Mas é um que tá na fila dos “eu prometo que vou jogar um dia”.
Belo review, muriloq!