Certamente você já ouviu a velha baboseira de que videogames em excesso podem levar a comportamento agressivo nas crianças. Ainda que não tenha qualquer embasamento científico, não é raro pessoas de certo prestígio repetir a velha falácia desde os anos 80. Entretanto, a Pesquisa Game Brasil – que está em sua 6º edição – mostrou que 41% dos brasileiros discordam que jogos digitais levam ao comportamento agressivo.
A Pesquisa Game Brasil disseca o cenário atual do mercado de games com diversas abordagens dos hábitos de consumo nas principais plataformas de jogos. E serve para dar mais credibilidade e visibilidade para a nossa amada indústria. A pesquisa é realizada pelo Sioux Group, Blend News Research e ESPM, através do Gamelab e do Go Gamers.
A nova edição repetiu a mesma metodologia dos anos anteriores, mostrando dados não apenas do Brasiol, mas também da América Latina. De acordo com os organizadores, a pesquisa fo realizada em fevereiero deste ano e consistiu em entrevistas realizadas com 5110 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal e no México, Argentina, Chile e Colômbia. Alguns dados servirão para mostrar como os jogos eletrônicos são visto na atualidade e qual o comportamento dos pais mais preocupados terão frente a essa mídia tão pungente. Por exemplo, 48% dos pais concordam que “deve-se evitar que as crianças joguem antes de dormir”.
“Isso mostra que os pais ainda estão inseguros com relação ao tema” aponta Matheus. “Muitas pesquisas científicas entendem que os jogos digitais influenciam seus jogadores, mas que a responsabilidade sobre um fenômeno comportamental não pode recair sobre uma única fonte de influência, existindo diversas outras questões contextuais do sujeito que devem ser avaliadas para chegar a alguma conclusão consistente”.
Outro assunto que deixam pais divididos, sejam eles jogadores hardcore ou não, é a influência que os jogos digitais possuem na aprendizagem de seus filhos. Mesmo entre os pais gamers, a opinião é dividida: 37,6% discordam (parcialmente ou totalmente) que os jogos possam atrapalhar, enquanto 41,6% concordam (total ou parcialmente).
“Nossa hipótese é que os pais observam o comportamento dos seus filhos, que podem direcionar mais esforço aos jogos do que às tarefas da escola. Os jogos digitais provavelmente acabam servindo de escape para crianças e adolescentes, mascarando outros problemas sobre a falta de interesse sobre o conteúdo escolar” complementa o professor.