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Eu adoro paciência Spider

Paciência Spider Renato Degiovani, especial para o GameReporter

É de longe um dos melhores jogos que já joguei em toda minha vida. E não, não pretendo que você o adore também. Leia(se ler) apenas e tão somente como um desabafo de jogador inveterado.

Lá pelos anos 80, por volta do primeiro deles, tive contato com essas maquinetas infernais e o fantástico mundo dos games. Acredite, era tudo muito diferente do que é hoje. Joguei de tudo, desde os primeiros “blocks” até os mais loucos adventures em texto puro.

Depois vieram os gráficos, sons e finalmente o 3D. Também fui da legião de adoradores do Wolf3D e Duke Nuken, não sem antes ter queimado muito a mufa no Knight Lore e no Gunfright (os dois primeiros isométricos que detonaram esta técnica).

Com o tempo os jogos foram ficando mais pesados, mais imersivos (a palavra de ordem da atualidade) e mais… mais. Mais vi (admirado) do que joguei esses massives comedores de recursos. Pra falar a verdade e sendo absolutamente honesto, o último dos 3D FPS que joguei mesmo, pra valer, com meus próprios dedos, foi o Penumbra (ainda aqui na máquina de onde escrevo esses ASCIIs e que devezenquandalmente eu arrisco mais uma tentativa).

Obviamente ele está ao lado de dois amigos inseparáveis: Combat Flight Simulator e Silent Hunter, porque afinal de contas (como dizia o poeta), voar e navegar abaixo da linha dagua é preciso.

Por que então o raios do paciência Spider?

Porque está lá. Sempre esteve. Em todos os outros micros aqui ao lado, inclusive nos 3 netbooks (sim, sou fanático por netbooks e não escondo isso de ninguém). É só instalar um XP e crau: o safadinho está lá. Abre instantaneamente e não precisa de internet. Não precisa de placa de vídeo macetada e muito menos de driver (que você não acha em lugar algum mesmo). Nem conta em distribuidor e muito menos grana pra jogar.

Eu apenas abro, jogo o desafio intermediário (fácil é muito fácil e difícil é dose pra leão) e pimba. Passou-se algum tempo; desviei o pensamento do problema que estava estressando os neurônios e fiz uma micro pausa (um lance pra quem fica muito tempo diante de um computador jogando ou não).

Viciei e já contei pelo menos 10 partidinhas num dia normal, de baixa produtividade. Esse tipo de jogo realmente detona com a sua produtividade e merecia um estudo à parte.

Então, quando vejo muito do ultimo grito da moda, me pergunto: será que sou o único que percebe um mundo ultra sofisticado e divertido, para o qual a maioria torce o nariz? Não que eu não goste dessas maravilhas modernas, mas venhamos e convenhamos: jogo é jogo e fim de papo.

Renato Degiovani é o primeiro projetista de jogos brasileiro a criar e produzir profissionalmente um jogo de computador em língua portuguesa, no início da década de 1980. Foi colaborador e Diretor-Técnico da primeira revista brasileira de microcomputadores, a Micro Sistemas. Atualmente é editor e produtor do site TILT online, onde escreve artigos técnicos de programação e design de jogos, bem como cria os jogos comercializados pelo site.

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