E se… a Nintendo não fabricasse mais consoles?

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Por décadas a Nintendo tem sido sinônimo de videogames e sua importância na indústria é muito maior do que a de suas concorrentes Sony e Microsoft, ainda que muitos discordem. Personagens como Link, Samus, Pokémons e Kirby são altamente reconhecidos mesmo entre as pessoas que não são fãs de videogames. Poxa, não existe um ícone maior na história dos videogames do que o Mario!

Aceitemos o fato, mesmo que nem todos sejamos nintendistas, é fato que a Nintendo moldou a indústria de videogames como a conhecemos hoje. Pense em quantas não foram as contribuições da empresa para o público gamer. Desde alavancas analógicas até controles sensíveis ao movimento ou jogar com canetas: foi tudo por causa desses japoneses. Nós devemos muito para a Nintendo.

Hoje em dia a empresa não está na melhor das situações: o Wii U amargou um ano péssimo nas vendas e os concorrentes estão prestes a lançar suas plataformas (que acreditam os analistas, irão superar com folga o console da Big N). Tal cenário nos remete ao ano de 2002-2003 quando a Nintendo estava numa situação muito precária com seu GameCube, sem qualquer assistência de 3rd Parties para alavancar as vendas do console. Naqueles anos especulavam-se muito nos bastidores que a Nintendo estava seguindo o trágico caminho da SEGA, ou seja, deixaria de fabricar consoles para se dedicar exclusivamente em criar jogos.

Obviamente tal hipótese está longe de acontecer, certo? CERTO? Mas ainda assim vamos especular como a indústria de jogos eletrônicos e os jogadores reagiriam em um cenário que a Nintendo deixasse de existir.

Vamos conjecturar nessa viagem digna de chá de cogumelos:

Os game designers iriam para outras empresas

 

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Ora, de todos os cenários possíveis este é o mais óbvio. Afinal, caras como Shigeru Miyamoto, Yoshiaki Koizum, Eiji Aonuma e Katsuya Eguchi não ficariam desempregados nem se quisessem. Empresas como Sony, Microsoft, Square-Enix (ou quem sabe a Apple?) pagariam rios de dinheiro se pudessem contar com esses talentos em seus times de criação. Então mesmo que esses caras não trabalhassem mais com Mario ou Zelda, é certo que eles criariam coisas de qualidade em outras empresas. Imaginem como Fable ficaria melhor sob a direção de Aonuma ou como Sonic seria com os (caros) serviços de consultoria de Miyamoto?

Neste cenário perderíamos a Nintendo, mas as produtoras de games concorrentes ganhariam muito talento.

O fim dos jogos plataforma como conhecemos

Hoje em dia o gênero de jogos plataforma vive sob a sombra gigantesca de Mario. Outros games até têm seu espaço como Sonic, Rayman e Kirby, mas se existe uma franquia que movimentou e ainda movimenta este gênero é Super Mario.

Num cenário em que a franquia simplesmente deixasse de existir, fica claro que o gênero iria perder a força que tem. Iria perder tão rápido a força que em dois ou três anos ninguém mais iria investir em jogos plataformas. Talvez um ou outro desenvolvedor tentasse alguma coisa, mas iria cair em descrédito rapidamente e amargaria vendagens pífias. Goste ou não, Mario ainda é a grande fonte de inspiração de quem se mete em jogos do gênero.

Sony perde sua “fonte de criatividade”

sony-vs-nintendoAqui vai nosso tópico mais polêmico. A Nintendo introduziu o Wii Mote + Nunchuck e logo a Sony lançou o kit PS Move. A Nintendo criou o controle do SNES e em seguida vimos como o controle original do Playstation era parecido. Depois a Nintendo colocou uma alavanca analógica no controle do N64, a Sony colocou duas no joystick do Playstation. O Nintendo 64 tinha entrada para 4 controles, então veio o adaptador Multitap do Playstation 2. Playstation All-Stars Battle Royale é nada menos que uma cópia de Super Smash Bros. E por aí vai…

Sim, é verdade que a Nintendo não inventou todas essas coisas. A alavanca analógica, por exemplo, já existia na era do Atari 5200, por exemplo. Mas foi a Nintendo que popularizou cada um dos itens acima graças a um cuidado para garantir a qualidade muito maior do que os reais inventores originais. Após a Nintendo mostrar que as ideias podem dar certo, a Sony invariavelmente lança produtos semelhantes ou soluções que supram a deficiência de seus hardwares, a fim de torná-los mais competitivos com os produtos Nintendo. O próprio Gamepad do Wii U nem é tão inovador assim, mas nenhuma outra empresa teria a audácia de transformar um “tablet” no controle de seu videogame de mesa.

Num cenário em que uma empresa “corajosa” como a Nintendo deixe de existir, é possível que a Sony não se arriscasse tanto. O resultado disso é óbvio: a indústria dos videogames seguiria um caminho de previsibilidade irritante. Faltaria aquela companhia a investir pesado e tentar algo diferente do que já foi feito. Poderíamos dizer adeus à inovação e nos acostumarmos a jogar videogames somente da forma tradicional. Talvez a Microsoft tentasse coisas novas (lembra-se do illumiroom?), mas a Microsoft jamais conseguiria preencher o espaço de empresa inovadora que a Nintendo preenche na cabeça dos jogadores.

Tudo fica odiosamente online

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Na geração 128 bits, o Xbox já tinha a Xbox Live e a Sony já bolava sua rede online. Em contrapartida a Nintendo era cabeça dura: “nada de online para nós”, era a filosofia da empresa. Mas daí veio a sexta geração de videogames e a companhia teve de se render ao mundo online. Porém, mesmo hoje o Wii U e o 3DS não oferecem um serviço de rede online pomposo como o da Microsoft e da Sony. Porque será? Ao passo em que a PS Plus e a Live oferecem games gratuitos, tal ação não acontece na E-Shop.

Mesmo que a Nintendo tentasse nadar contra a corrente, não há muito que se fazer neste aspecto, o futuro é estar conectado. Se imaginarmos que a Nintendo sempre foi meio arredia com a jogatina online e ela deixasse de existir de repente, imaginamos que seria a chance que a Microsoft e a Sony esperavam para enfim aplicar medidas DRM ferrenhas. Não que a Nintendo não tenha quaisquer medidas para combater a pirataria (sabiam que a empresa pode brickar um 3DS por qualquer motivo?), mas a BIG N sempre foi um pouco menos obcecada do que as concorrentes.

Imaginem se por acaso a Sony seguisse os passos da Microsoft e o Playstation 4 tivesse várias restrições como o Xbox One teria quando foi anunciado? Certamente os jogadores que se sentissem abusados teriam de ir para o lado da Nintendo se quisessem jogar sem grandes preocupações. Imagino que a Sony não seguiu a maré não porque não quisesse, mas porque a comunidade de jogadores foi muito clara em dizer que NÃO queria tanta frescura para jogar e trocar seus jogos, além disso, tinha a Nintendo ali do lado, né? Seria como entregar a geração na mão da concorrência…

Sem a Nintendo, talvez a Sony não se preocupasse tanto com a reação dos jogadores e assim o futuro dos jogos eletrônicos se resumisse a medidas rígidas contra a pirataria e todos os consoles fossem totalmente online…

Big N torna-se 3rd party e faz rios de dinheiro vendendo Zelda em HD

zelda-wii-uOutro cenário mais amistoso é o da Nintendo continuar a existir, mas apenas como uma empresa 3rd party, assim como a SEGA. Ou seja, dedicar seus recursos financeiros apenas na criação de excelentes jogos, mantendo uma boa parte do seu quadro de funcionários. Se anos atrás seria impensável ver Sonic em uma plataforma Nintendo, imagine o absurdo ver Super Mario Bros. no meio da coleção de um jogador de Playstation, ali dividindo espaço com algum título God of War ou Halo? No mínimo seria bizarro.

Mas nem tudo seria ruim nesse cenário: os jogos da Nintendo são de uma qualidade inegável, não por menos muitos a consideram a melhor produtora de jogos do mundo. Imaginem como seria massa ter um Legend of Zelda em HD correndo a 4K no Xbox One? Como se não bastasse, a Nintendo (mais do que a concorrência) é dona de franquias que vendem efetivamente consoles. Imagine só o quanto a Sony não pagaria para que a Nintendo lançasse Pokémon exclusivamente para a família Playstation? Ou quanto dinheiro a Microsoft não estaria disposta a pagar por um Zelda exclusivo?

Ou a Nintendo poderia recusar a oferta de lançar jogos exclusivos e lançar suas obras primas para as duas plataformas, garantindo o dinheiro de uma base muito grande de jogadores. Com certeza não faltariam compradores para Animal Crossing, Donkey Kong Country, Kirby, Metroid ou Star Fox. Ora, vejam vocês, na hora de escolher um console portátil eu escolhi o 3DS justamente porque não haveria a menor possibilidade de jogar Zelda no PS Vita. E olha que o portátil da Sony é mais poderoso. Talvez a empresa japonesa até começasse a lançar jogos para celulares. Afinal, como dizem, gráficos não é sinônimo de qualidade…

Inicia-se um leilão pelas IPs da Nintendo

auction-hammerA Nintendo está numa situação crítica neste tópico. Sem dinheiro para pagar funcionários e suas dívidas, a solução é leiloar suas IPS, tal qual a 38 Studios está a fazer com Kingdons of Amalur. Deste modo, qualquer softhouse do mundo tem a chance de botar as mãos na franquia Mario para todo o sempre e fazer com o bigodudo o que der na telha, até mesmo um Mario FPS, ou um Mario Sandbox em que pudéssemos percorrer o Reino do Cogumelo livremente e sair aloprando os goombas como se estivéssemos em um Mario GTA (com direito a roubar os carros à lá Mario Kart) e sair zoando sem culpa.

Interessados no leilão não faltariam. A Sony adoraria ter os direitos sobre Zelda a fim de fazer um crossover com Kratos, por mais bizarro e estúpido que a ideia parecesse. Já a Microsoft investiria tudo para criar um Nintendogs Kinect ou realizar o sonho de intercalar ano após ano o lançamento de Metroid e de Halo (talvez até rolasse do Master Chief entrar numa missão com a Samus). Talvez a Rare pudesse voltar a trabalhar com Donkey Kong…

A Disney seria a mais ambiciosa: tentaria comprar toda a Nintendo para algum dia lançar um Kingdom Hearts que juntasse os personagens da Square/Disney/Nintendo. Em seguida a Disney lançaria o fabuloso jogo Mickey Mouse: Adventures in Pikmin World. Outra interessada seria a Bandai Namco, que não mediria esforços para colocar os Pokémons e Digimons em um lugar comum. Consegue imaginar a bagunça?

Ah, e pode esquecer! Nunca mais seria lançado um Smash Bros.

Miyamoto faz um jogo decente e inovador com o kinect

miya1_01_thumb2Talvez o Miyamoto não tenha curtido muito o Kinect durante a E3 2010. A expressão no rosto do lendário japonês era indecifrável. Vamos assumir que Miyamoto estava curioso com o acessório do Xbox e estivesse pensando “o que se pode fazer com isso além de jogos de dança?”. Vamos imaginar que a Microsoft nutra um sonho antigo de contar com os talentos de Miyamoto-San. Vamos imaginar que nessa realidade alternativa a Nintendo caia fora da indústria e comece a fazer uma viagem pelo mundo ao melhor estilo aposentado endinheirado. De repente ele recebe uma ligação do próximo presidente da Microsoft.

– Alô, Miyamoto?

– Arô, tudo bem?

– Miyamoto-San, venha para Redmond, trabalhe conosco, vamos lhe oferecer US$ 50 milhões por ano.

– Não estou interessado. Não vou trabalhar com a Rare e não pretendo fazer nada com Halo ou com Fable, obrigado.

– Espere, queremos que você faça alguma coisa com o Kinect, estamos ficando sem ideias e ninguém mais quer criar jogos para ele, só a Ubisoft.

– Hum. Eu queria fazer alguma coisa com o Kinect, mas tem de ser do meu jeito e só será lançado quando ficar pronto.

– Ótimo, bem vindo a Redmond.

E assim passam-se anos desde essa ligação. A indústria já até duvida que Miyamoto esteja mesmo trabalhando em algum jogo para a Microsoft. Até que chega a E3 e Miyamoto sobe ao palco para apresentar uma nova IP para o Kinect. O mundo fica assombrado com a genialidade do game designer mais uma vez. O título vende horrores e a Microsoft consegue passar o Playstation 4. Que jogo seria esse?

A empresa continua no ramo de portáteis

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Bom, se há algo em que a Nintendo nunca pisou na bola, foi no mercado de portáteis. Mesmo com hardware inferior à concorrência, a Big N e seus títulos exclusivos sempre venderam feito água. Num cenário em que o Wii U vai mal das pernas e o 3DS segura as pontas da Nintendo não é absurdo pensar que a empresa resolvesse focar apenas no mercado de portáteis. Mas e aí o que aconteceria com os jogos da empresa?

Um caminho é que tudo e qualquer produto com o logo da Nintendo possa ser jogado apenas em consoles de bolso. Outro cenário é que a empresa crie jogos para consoles, mas em menor quantidade que no 3DS. Neste último cenário, a Sony e seu Vita seriam varridos completamente do mercado de portáteis, afinal a Big N teria pelo menos um grande lançamento por mês durante o ano todo. Pouca gente iria se interessar no Vita.

Chegaria um momento em que o 3DS precisaria de um upgrade, então seria lançado um novo console portátil muito mais poderoso e inventivo. O resto da história vocês já conhecem: por mais de duas décadas o mercado de portáteis é conhecido por um nome.

A Nintendo leva mais uma pra cova

O Xbox One e o Playstation 4 são muito parecidos, isto é fato. Há algumas peculiaridades, mas em geral as duas plataformas são PCs embutidas em caixas parecidas com videogames e entradas para joystick. Se você vai escolher uma dessas plataformas é tão somente porque acha mesmo que as especificações técnicas fazem diferença ou porque é muito fã de algum título exclusivo em específico. Pois com relação a jogos 3rd party pode apostar que as duas plataformas oferecerão os mesmos jogos.

Num cenário sem Nintendo, veríamos uma guerra de consoles em que as duas empresas concorrentes estariam fazendo as mesmíssimas coisas, sem qualquer inovação, sem se preocupar muito com jogadores casuais, enfim. Chegaria um momento em que a comunidade gamer perceberia que não faz sentido ter as duas plataformas no mercado. Lembram quando Iwata disse que o Wii é a segunda opção dos jogadores e que se todos os consumidores do PS3 e do 360 tivessem o Wii como segundo sistema estaria tudo bem?

Pois então, sem a Nintendo a guerra dos videogames seria previsível e muito aborrecida ao melhor estilo guerra de trincheiras. De qualquer forma, uma das empresas iria se sobressair nas vendas e lucros, relegando a outra o esquecimento. A empresa que saísse derrotada não veria porque continuar, visto que não conseguiria entregar um próximo novo produto diferente o bastante da rival que fizesse jus a um lançamento de console. Deste modo, a indústria de videogame sofreria a iminente hegemonia de uma única empresa fabricante de consoles. Assustador?

O fim da Nintendo leva a um novo crash do mercado

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Um cenário mais assustador ainda é o fim da Nintendo gerar um crash da indústria. Seria uma ironia e tanto, visto que quem tirou a indústria de jogos eletrônicos do buraco foi justamente a Nintendo. Sem a Nintendo a indústria poderia caminhar para o mesmo crash da época pós-Atari. Como isso poderia acontecer?

Expandindo ainda mais a megalomania do cenário anterior, vimos que haveria uma única empresa fabricante de hardware. Sem concorrência e sem nada a perder a tal empresa não se importar em deixar que qualquer produtor lance seu game independente de um controle de qualidade rígido. Afinal de contas, o desenvolvedor pagaria royalties para o dono da plataforma e sempre vai ter algum “otário” para comprar o jogo por pior que ele seja. Imediatamente a plataforma estaria entupida de jogos de baixo orçamento e qualidade duvidosa.

Chegaria uma hora que os jogadores postarão em fóruns da internet: “bons eram os dias em que anunciavam um Zelda novo. Essa série nunca teve um jogo ruim”. Depois de alguns meses que a indústria estivesse cansada de ter de escolher entre o Call of Duty genérico ou o plágio do plágio de Pokémon, as pessoas simplesmente parariam de comprar jogos. Um game seria lançado e ficaria estacionada nas prateleiras. O problema é que a percepção das massas alcançaria também os jogos AAA (“afinal de contas, mesmo que Resident Evil seja melhor que esses joguinhos aí, a Capcom vai dar um jeito de me extorquir de novo”).

De um lado teríamos os jogos de baixo e médio orçamento que seriam intragáveis e do outro teríamos jogos AAA com dezenas de conteúdos DLCs ou muitas vezes sem qualquer inspiração. Além dos jogos ficarem estacionados, os consoles também ficariam parados nas lojas porque ninguém vai querer comprar um videogame que só tenha jogos parecidos e jogos ruins. E assim se formaria um crash da indústria de games.

Philips cria o CD-i 2

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Esta é uma história antiga. Em meados da década de 90 a Sony queria muito fazer um leitor de CDs para o SNES da Nintendo, mas o acordo não vingou e a Sony partiu sozinha para criar o Playstation. A Nintendo temia perder o controle sobre sua própria plataforma por causa das cláusulas de contrato que tinha com a Sony, mas a ideia de ter um leitor de CDs para o SNES parecia interessante…

Após algumas conversas, a Nintendo firmou um acordo com a Philips para o desenvolvimento do tal sistema. Porém, como a história mostrou, a Nintendo não estava disposta a criar o leitor de CDs e por isso o acordo com a Philips também não deu certo. Assim como a Sony, a Philips resolveu seguir adiante e criou o CD-i. O aparelho não chegava a ser um videogame, mas sim um reprodutor de CDs interativos. O foco era mais voltado para aplicações educacionais, música e adaptações de jogos de tabuleiro. Entretanto o CD-i tinha um controle, uma clara tentativa de transformar o aparelho em um videogame competitivo.

Por causa do contrato que havia sido firmado com a Nintendo, a Philips tinha direito a utilizar personagens Nintendo enquanto o contrato estivesse em vigor, mesmo que o tal leitor não tivesse saído do papel. Assim, a Philips desenvolveu e lançou games licenciados da Nintendo como Hotel Mario, Zelda: Link: The Faces of Evil, Zelda: The Wand of Gamelon e Zelda’s Adventure. Apesar da qualidade questionável, esses títulos são lembrados por vários jogadores (nem todos com bons olhos).

Imaginem um cenário em que a Philips ainda estivesse interessada no mercado de jogos e subitamente a Nintendo deixa de existir. De repente os executivos da Philips compram as IPs da Big N e desenvolvem o CD-i 2. Um cenário dos mais improváveis.

Vita enfim deslancha no Japão

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Sem a Nintendo, a Sony finalmente tem a chance que esperava de abocanhar de vez o mercado de consoles portáteis. Mesmo que o Vita tenha poucos jogos e a qualidade deles seja duvidosa, os consumidores japoneses não teriam outro videogame para jogar o próximo Monster Hunter. Logo o console da Sony começa a explodir nas vendas e o apoio restrito que as softhouses davam ao sistema passa a ser mais efetivo.

Vários games de qualidade começam a surgir, impulsionando de vez as vendas do aparelho. Este cenário é bem plausível, mas serve para cutucar a Sony. Enquanto a Nintendo estiver por aí, dificilmente alguém vai dominar o mercado dos consoles de bolso.

Miyamoto e Aonuma criam uma nova produtora de jogos

miyaaouEiji Aonuma e Shigeru Miyamoto recusam-se a ficar parados para sempre. Mesmo sem poder utilizar os personagens de Mario e Legendo of Zelda, os dois criadores decidem continuar na indústria de jogos. Chamam alguns mais chegados da Nintendo e criam seu próprio estúdio de games para criar jogos para celulares e consoles de mesa.

Com a expertise dos game designers e a dedicação dos colaboradores, os jogos lançados mostram-se muito interessantes, arrebatando elogios da crítica especializada e o dinheiro dos jogadores. Logo as novas propriedades do estúdio Miyamoto-Aonuma vão parar em outras mídias como animes e adaptações para o cinema. Neste cenário a Nintendo deixa de existir para dar lugar a um novo e promissor estúdio cheio de gente criativa disposta a criar novas franquias. A magia não estaria totalmente perdida.

SEGA volta ao campo de batalha

Dreamcast2-TQ-600x378Disposta a manter viva a chama da inovação, a SEGA resolve que é a hora de lançar um novo videogame, pois a Sony e a Microsoft seguirão invariavelmente na mesma direção. A ideia de lançar um novo console surge numa conversa informal entre Satoru Iwata, presidente da Nintendo e Mike Hayes, presidente da divisão ocidental da SEGA, em que Iwata revela que a Nintendo está para fechar as portas. Hayes vê na conversa a chance de ocupar o lugar da antiga concorrente como a fabricante de hardwares mais voltada para jogadores casuais e recursos inovadores.

Um ano após o fim da Nintendo, a SEGA revela durante a E3 sua nova plataforma o Dreamcast 2, recheado de recursos inovadores e games interessantes. Por causa da recente proximidade da SEGA com a Nintendo (Sonic Lost Worlds é um exclusivo dos consoles Nintendo), a Big N concorda em lançar títulos exclusivos para o Dreamcast.

Logo, os antigos fãs da SEGA fazem filas para comprar o novo console, que se torna um sucesso graças ao esperado retorno de Crazy Taxi e Shenmue, que se juntam a Mario Dreamcast e Legend of Zelda no maior e melhor lineup da história dos videogames. De repente ficamos nos perguntando: porque as coisas tomarão esse rumo tão irônico???

A Nintendo leva consigo todas as suas séries

A Nintendo desaparece, mas antes de partir a empresa obriga cada um de seus colaboradores a não divulgar nada sobre o tempo que trabalharam na empresa, nem mesmo projetos secretos que seriam lançados no futuro. O motivo para tanto sigilo jamais é revelado. Cada uma das franquias da Nintendo desaparece ao mesmo tempo, no mesmo dia que a Nintendo fecha as portas. Nunca mais haveria qualquer notícia de um Pokémon novo, nem mesmo em anime!

Fãs entrariam em desespero, amaldiçoando os céus por ter deixado uma empresa tão queria sumir e levar consigo séries tão aclamadas como Mario e Donkey Kong. Em uma grande onda de comoção, a comunidade cria uma lápide simbólica na antiga sede da empresa. O fim da Nintendo vira notícia em todo o mundo, reverberando ainda mais que a morte do Michael Jackson. A cada aniversário de “morte da Big N”, os nintendistas se reúnem trajados de Link, Mario, Peach e Luigi para relembrar os anos dourados.

Em algum lugar da Europa executivos da Sony e da Microsoft brindam com champanhe.

A Nintendo volta por bem… ou por mal!

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O fim da Nintendo significa o fim de muitos paradigmas da indústria, na verdade uma parte da indústria morreria de fato. Neste cenário as coisas tomam um rumo inesperado, caótico, sanguinolento e embaraçante. Assim que Iwata anuncia durante o Iwata Ask que a Big N vai fechar as portas e nunca mais existirá qualquer game da empresa para qualquer plataforma (nem mesmo celulares), o mundo faz uma pausa dramática.

Os sites de notícias divulgam a informação incessantemente, agências como a Reuters cobrem o acontecimento como se fosse algo mais assombroso que a edição 2014 do furacão Katrina. O Jornal Nacional dedica um bloco inteiro para falar das contribuições da empresa para os jovens. Em contrapartida, sites de fofoca como o TMZ e tabloides britânicos trazem notícias como “O que Miyamoto comeu antes de Iwata dar a notícia”, ou “Confira fotos da Carlota na praia, uma das Booth Babes da Nintendo na E3 2001”. Revistas de games trazem a emblemática capa preta. Creepypastas como a do Majora’s Mask tornam-se mais populares que a novela da Globo.

Em meio a essa onda de comoção, fãs da Nintendo criam campanhas no Kickstater para trazer a empresa de volta. Porém, todo o dinheiro arrecadado é em vão. Logo os enlutados fãs da Nintendo iniciam uma onda coletiva de suicídio, o detalhe é que cada um dos suicidas comete o ato com um boné do Mario na cabeça. Outra onda nintendistas apoia a causa, mas acredita que o ato é muito extremista, preferindo organizar greves de fome através de grupos no Facebook.

A hashtag #voltabign torna-se a mais utilizada no Twitter e no Facebook, o Google e o Yahoo anunciam que a palavra “Nintendo” é a mais pesquisada da história da internet. Jovens rebeldes picham a Triforce nos muros das cidades como se fosse um novo símbolo de anarquia. A polícia bate nos manifestantes que vão até a Av. Paulista protestar contra o fim da Nintendo (nos protestos, a frase mais gritada é “It’s me, Mario”). Charles Martinet e Miyamoto dão inúmeras entrevistas na BBC e até no Fantástico para tentar acalmar os ânimos. Mas tudo é em vão.

Com a situação descambando para pior, o governo japonês não vê outra solução a não ser ressuscitar a Nintendo para garantir o futuro da nação nipônica. O governo então cria um fundo de ajuda que angaria bilhões de dólares que são doados para a Nintendo. Deste modo, a Big N retorna à ativa e a indústria segue firme e forte. Os protestos, vandalismos e suicídios cessam imediatamente.

E vocês achavam que a Nintendo não estava com nada?

Top 10: os melhores momentos da E3 2013

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A E3 2013 foi uma das mais espetaculares de toda a história, afinal tivemos conferência bem acaloradas, principalmente da parte da Sony e da Microsoft que não mediram esforços para provar que seus novos sistemas valem o investimento quando forem lançados no final do ano. Para isso, mostraram vários jogos exclusivos e funcionalidades interessantes para seus consoles.

Muitos costumam dizer que empresa “tal” venceu a E3, balela em minha opinião. Quem venceu foram os jogadores que agora possuem vários prós e contras antes de adquirir sua nova plataforma. De qualquer forma, isso não quer dizer que a E3 não tenha tido seus momentos mais brilhantes. Resolvemos eleger nossos 10 momentos favoritos da maior feira de games do mundo. Confira:

10 – Battlefield 4

Era mais do que esperado que o novo shooter da DICE fizesse sua aparição, porém a forma com que ele apareceu realmente foi de deixar muita gente de boca aberta. Para delírio da plateia, a produtora mostrou nada menos que 64 jogadores em uma guerra total ocorrendo em cenários urbanos. Como se não bastasse, o visual de está de tirar o fôlego. Quem assistiu sentiu a sensação de “eu quero isso”.

9 – Killer Instinct

Quando a Microsoft anunciou que iria mostrar sua nova “Caixa X” durante a E3 2013 as pessoas estavam um tanto quanto céticas do que estava por vir, principalmente depois da primeira aparição do novo console. A Microsoft já havia sinalizado que iria mostrar vários jogos, mas ninguém poderia imaginar que depois de quase 15 anos Killer Instinct fizesse seu retorno triunfal. Foi bem bonito e empolgante ver como o jogo se encontra em seu estado atual. O breve teaser serviu para reavivar várias lembranças da juventude, nos tempos em que a Rare era uma das melhores produtoras do mundo. Este momento poderia ter ganhado uma posição melhor em nosso ranking não fosse revelado que o jogo é de graça, mas todos os personagens exceto Jago serão pagos. Microsoft não seria melhor lançar o jogo completo e cobrar o preço normal? Posteriormente você poderiam fazer igual a Capcom e cobrar por conteúdos adicionais…

8 – Metal Gear V: Phantom Pain (e Hideo Kojima surgindo mais uma vez no palco da MS)

Hideo Kojima, o mítico produtor da franquia Metal Gear, tomou mais uma vez o palco da E3 para anunciar uma nova entrada de sua franquia milionária. A contragosto de quem já associou a série à marca Playstation, Kojima apareceu no palco da Microsoft, assim como ocorreu na época do anúncio de Metal Gear Rising. Desta vez, ao invés de um jogo à parte da série principal, o produtor foi ao evento para revelar muitos detalhes de uma nova aventura do lendário Solid Snake. Pelo trailer deu pra ver que o game será nada menos que épico.

7 – Versus XIII é XV e Kingdom Hearts III existe mesmo!

Se você vê a Square Enix em algum evento, o que você espera? Sim, algo relacionado a Final Fantasy. Desta vez a Publisher nipônica mostrou aquele que era conhecido como Versus XIII, àquele jogo que já estava no status “lendas da internet”. O título foi apresentado de forma triunfal, e depois de muito CG (ao melhor estilo Nomura). Ao que parece os combates serão muito dinâmicos e os gráficos estão de matar. Para surpresa de muitos, Versus XIII tornou-se FFXV, mostrando que a Square considerou que o título não deve ser associado a FFXIII (ah, será que devemos esquecer todo aquele blá blá blá de 2006 quando anunciaram a tal Fabula Nova Crystalis?).

Quando a grande bomba parecia já ter sido detonada, eis que mais uma franquia de peso resolveu dar as caras no evento: Kingdom Hearts 3 ressurgiu após 7 anos desde o lançamento de seu antecessor, mostrando que nada daquilo que foi prometido, foi esquecido. O teaser não revelou nada, porém deu pra notar que Sora estará envolvido novamente também para entusiasmar os fãs da franquia. A despeito do que a apresentação deixou parecer, o game não é exclusivo das plataformas da Sony. Uma pena que a atual geração não viu um Kingdom Hearts

6 – Mega Man vs Mario

Apesar de ter sido bastante humilde, a apresentação da Nintendo na E3 foi boa e serviu pra mostrar que coisa boa vem aí, deixando claro que a Big N tem muito gás para manter a chama do Wii U acesa. Em um desses momentos de brilhantismo, pudemos ver o simpático robô azul da Capcom surgir na apresentação. O mais estranho (e a melhor parte dessa história) foi que a aparição de Megaman foi para encarar o Mario no novo Super Smash Bros para Wii U (e também para o portátil 3DS). A aparição de Megaman não foi como muitos esperavam (em um novo game próprio), porém serviu para matar as saudades de um dos personagens mais icônicos de todos os tempos. A pergunta que não quer calar: será que depois de correr com o Sonic, o bigodudo da Big N também tem peito para encarar o Megaman?

5 – X

Você conseguiu jogar Xenoblade? Ele foi um dos últimos títulos lançados para o Wii. Se sim, parabéns, pois você jogou um dos melhores jogos já criados para o console revolucionário. Mas a coisa não termina aí, agora é a vez do Wii U receber a franquia, rebatizada apenas de “X”. O jogo é fruto dos mesmos criadores da obra mencionada anteriormente, ou seja, espere por um game de visual incrível e uma proposta bastante promissora de jogabilidade. Sem dúvidas este foi um dos melhores momentos desta E3.

4 – Saúdem a Estação de Jogos 4

Da parte da Sony o que mais era esperado sem duvidas era a primeira aparição pública do PS4. E a promessa foi cumprida para matar a curiosidade da comunidade sonysta.  O novo console mostrou-se não apenas um titã em suas configurações, mas também em dimensões: ele é grande. Como se não bastasse, ele possui um design questionável, principalmente pelo escarcéu que a comunidade fez depois de ver o design do Xbox One (as duas plataformas têm algumas similaridades). De qualquer forma, consideramos o aparelho bem simpático e certamente apostamos que ele vem ai com muitos jogos pra dar e vender (principalmente vender).

3 – Indie Games para PS4

Se por um lado a Microsoft não deu muita bola para os criadores de jogos independentes, por outro a Sony não se fez de rogada e mostrou que vai dar suporte a esses criadores no Playstation 4. Faz todo o sentido: games indie estão ganhando cada vez mais espaço. Foi muito agradável ver a Sony dando alto suporte para este tipo de desenvolvimento, pois além de jogos AAA que já foram anunciados, a empresa garantiu que haverá muitos jogos “menores”. Se você curte jogos indie, já sabe uma plataforma que vai apoiá-los.

2 – A segunda chance de Mirror’s Edge

Quem jogou o primeiro Mirror’s Edge sabe que o título não é lá essas coisas. Além disso, games com o conceito apresentado por ele costumam ficar apenas no primeiro titulo, mas sempre existem jogadores que gostam de coisas diferenciadas e fazem coro por uma nova empreitada. Mostrando que dá ouvidos aos seus consumidores e que todos merecem uma segunda chance, a Electronic Arts anunciou o segundo jogo da série. O melhor (ou não): somente será lançado quando tudo estiver pronto (quer dizer que o primeiro não estava?).

1 – A grande trolada da noite

A conferência da Sony estava sólida o bastante, apesar de alguns momentos bem bocejantes. Falava-se sobre o Playstation 4 aqui e ali, mas sem tocar no fator preço. Eis que ao estilo “Serginho Malandro”, um slide bastante sugestivo revelou: US$ 399, mostrando que o preço americano será similar ao de outros continentes, como o europeu. O preço é menor que o preço do Xbox One, o que garantiu alguns aplausos para a Sony. Como se não bastasse, outro slide gigante revela que o Playstation 4 terá suporte a jogos usados, ao contrario da sua concorrente direta. Mais aplausos e ovações.  E foi assim que se encerrou uma baita apresentação da Sony na E3. Mas, se houve um momento digno de ficar registrado na memória foi o vídeo mostrando como se empresta jogos no novo console:

Colaboração: Victor Candido

 

Microsoft e Sony devem estar se perguntando: mas afinal, o que eles querem?

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Era dia 21 de fevereiro de 2013 e a internet estava sendo inundada de comentários acerca da revelação da Sony ocorrida no dia anterior sobre seu videogame de oitava geração. O Playstation 4 fora finalmente revelado. Vários vídeos de demos foram demonstrados, produtores davam vivas ao poderio tecnológico da nova máquina, jornalistas tentavam entender o que fora aquela revelação e os jogadores amontoavam a rede mundial de computadores com comentários pouco animadores.

“Onde está a cara do console?”, “Esses gráficos não impressionam tanto”, “O preço será exorbitante”, “Não é mais potente que um PC de ponta”, “Onde está a retrocompatibilidade?”, e por aí foi. Estava evidente que os expectadores estavam descontentes com a apresentação do PS4, apesar de considerarem as especificações técnicas promissoras. As frases mais coerentes diziam “esperemos para ver o que a Microsoft fará”.

Dia 22 de maio de 2013. As críticas a um console recém-revelado tomaram um ar mais agressivo. Desta vez o alvo era a Microsoft e seu Xbox One. “Parece um sintonizador de parabólicas”, “Restrição a jogos usados? Não poderei emprestar meus jogos?”, “E os games?”, “Verificação online a cada 24 horas? Mas eu não tenho internet”, “Onde está o apoio aos produtores indies?”. Parecia que a comunidade gamer pegou a Microsoft de Cristo naquele fatídico dia. Inclusive sites grandes como o Kotaku e o Gamasutra se apressaram a jogar as primeiras pás de terra no console que ainda nem chegara ao mercado.

Pouco depois, centenas de sites pela internet lançavam enquetes de “qual console é o melhor?”, ao que o Playstation 4 ganhava em disparada em todas as enquetes. “Se a primeira impressão é a que fica, então Microsoft, nem lance o seu console”, já diriam amigos jornalistas. O fato é que ninguém procurou ver as qualidades das plataformas, apenas os pontos negativos.

O que as fabricantes querem?

Ora vejam bem, se nem a Sony e nem a Microsoft agradaram 100% dos jogadores no primeiro momento, então o que elas deveriam fazer? Acredito que em algum lugar de Redmond há três executivos da Microsoft tomando um café tranquilamente e comentando como quem está falando de futebol: “Mas afinal o que eles querem?”. Ao mesmo tempo, há três executivos na Sony pensando: “Se não conseguirmos lucros dessa vez estaremos liquidados”.

Quando a Microsoft se lançou no mercado de videogames caseiros a ideologia estritamente seguida pela empresa era de criar uma marca de entretenimento para toda a família. Podemos constatar isso no primeiro Xbox que já vinha com um HD interno, suporte a quatro controles e leitor de DVD, acesso à internet para partidas online, entre outras opções. Ainda que não tenha se firmado como a caixa central da sala de estar, o Xbox tornou-se um exemplo de videogame à frente de seu tempo. Com o Xbox 360 a ideologia alcançou novos ares graças à maximização da Xbox Live, às novas funções do aparelho (vídeo, internet, música, games, chamadas de vídeo etc.). Se ele sintonizasse TV eu poderia deixá-lo ligado à TV direto e não precisaria mais do receptor de TV…

Jogar games era apenas uma das variadas funções do X360, isso explica o motivo do console possuir menos games exclusivos que a concorrência. Com o Xbox One a tendência será estritamente a mesma. Acesso ao Youtube, Netflix, Skype, TV, músicas, chat e todo tipo de traquitana que eu e você gostamos de fazer na frente do computador (e da televisão) serão possíveis no Xbox One. Com todas essas funções é óbvio que a plataforma iria sofrer em algum aspecto e ele é justamente a principal função da máquina: os games. A razão dessa posição é bem óbvia: a divisão de games da Microsoft representa apenas 4% dos lucros da companhia. Porque investir pesado em games se você pode aproveitar esta divisão para vender TV a cabo, internet, filmes, música, games, telefonia, serviços, etc.?

O Playstation 4 segue também a ideologia adotada pela Sony desde o PS1, que é criar o videogame mais tecnologicamente capaz que o dinheiro possa comprar. Ainda que na geração PS1 e PS2 ele não fosse o console mais poderoso, ele apresentava os games mais desenvolvidos de sua era (God of War e ICO que o digam). Dificilmente alguma empresa teria capital e peito para bolar plataformas tão desejáveis quanto os dois primeiros videogames da empresa. Isso para não citar as séries que moldaram a indústria como a conhecemos, como Final Fantasy, Resident Evil, Tomb Raider, Metal Gear Solid, entre tantos outros, que se não surgiram no console da Sony, ao menos foram neles que se tornaram os monstros sagrados da indústria. Em suma, a Sony e a família Playstation tornaram-se sinônimo de videogame e jogos de qualidade.

Com o Playstation 3 a história seguiu adiante, ainda que em menor escala (em relação à superioridade). Tecnologicamente o PS3 não estava muito à frente do Xbox, mas já tinha funções que deixavam o concorrente pra trás como Bluray e o Chip Cell. O poderio tecnológico encareceu a plataforma e dificultou o desenvolvimento de games, entretanto a Sony seguiu adiante com seu plano de criar o aparelho de videogame definitivo. De entregar aos criadores de games a plataforma com menos limitações possíveis.

Com o Playstation 4 teremos novamente a mesma coisa: games em alta resolução aplicados às boas ideias provenientes da concorrência, ou seja, sensores de movimento, toque, multiplayer online, compartilhamento, entre outros. Para os gamers hardcore ao extremo não haverá outra plataforma mais desejável que o PS4, enquanto que para os amantes de serviços, que por acaso também gostam de videogame, não haverá nada mais cômodo do que o Xbox One no centro da sala de estar. Simples assim, encare os fatos.

Playstation 4: indo dois passos à frente

Agora voltando à pergunta que intitula este texto: o que a comunidade quer realmente? Gráficos de ponta? A resposta é o Playstation 4. E mesmo que os gráficos da plataforma não pareçam tão melhores que os do PS3 ou de um PC turbinado, resta esperar o tempo passar. Foi assim com o PS3, lembra? Basta comparar a primeira leva de games com os últimos títulos 1st party que chegaram ao mercado.

Imaginem como será a próxima geração de God of War ou algum game do Team ICO daqui alguns anos quando os desenvolvedores estiverem familiarizados com o sistema? Serão nada menos que fantásticos, na certa. Imaginem as possibilidades de jogatina com o novo controle e a nova câmera integrada. Ou então com a conectividade com o Vita. Tá aí uma baita oportunidade de melhorar as vendas do portátil e melhorar a biblioteca de jogos do aparelho de bolso. Com o PS4 e o Vita a Sony finalmente realizará os planos de criar dois consoles irmãos. E sabem do que mais, a maior parte do poder de processamento do PS4 estará dedicada a rodar jogos!

Claro que todo esse poder terá um custo, e certamente ele não caberá em todos os bolsos (como é de praxe). Além disso, a Sony ainda não garantiu nada que não fará algum bloqueio a games usados e tão pouco falou sobre os novos planos para a PSN. Então, antes de achar que o PS4 é mais “amigável”, é melhor pensar de novo. Afinal de contas videogames são negócios e a Sony não tem andado com boa saúde financeira ultimamente e o lançamento de um novo videogame costuma consumir algumas verdinhas do cofre. Entretanto, como já disse, o Playstation 4 será voltado à nata dos jogadores, àqueles que estão dispostos a investir numa máquina que tem tudo para durar por uns 10 anos no mercado.

Xbox One: todo o mundo do entretenimento num só lugar

Por outro lado, se a comunidade está esperando uma caixa faz tudo a escolha óbvia é o Xbox One, afinal de contas (assim como nesta atual geração), os games multiplataforma não serão muito diferentes entre as duas plataformas e de qualquer modo os games do Xbox One deverão ser bons o bastante. Alguém tem dúvidas de que com tanta memória e poder de processamento ele não é capaz de rodar um game do calibre de Heavy Rain da Sony? Até melhor, meus caros. O Kinect melhorado e o melhor controle já dão à Microsoft dois grandes trunfos para agradar tanto os party gamers quanto os jogadores hardcore.

Além disso, não podemos ignorar o fato que as grandes franquias não irão abandonar uma plataforma tão lucrativa tão cedo. Call of Duty: Ghost já é uma realidade. E se jogos multiplataforma não é a sua praia, não se preocupe: a Microsoft anunciou que investiu cerca de US$  bilhão com as novas IPS exclusivas, então só nos resta esperar que os produtores façam jus a tanto dinheiro aplicado em seus serviços. E por fim, o Xbox One deverá ser mais barato que o Playstation 4, então os gamers menos afortunados que não quiserem ficar de fora do jogo por muito tempo deverão recorrer a esta máquina.

É óbvio que a necessidade de acessar a Live todos os dias e a obrigação de pagar taxas por jogos usados chegam a ser abusivas. Entretanto temos de entender duas coisas que matutam na cabeça dos executivos da Microsoft: quem ainda não tem acesso à internet nos EUA? Poucos. Tão poucos que nem se deve considerar. Afinal de contas, se um rapaz tem dinheiro para comprar um Xbox, então é natural que também disponha de recursos para acessar a internet. Tem quem aposte que a Microsoft está se tornando uma gigante das telecomunicações graças ao Skype e a Xbox Live, será?

Não gostou do Playstation 4 ou do Xbox One? Tem a Nintendo, ué?

E por outro lado tem a Nintendo que aposta na tradição, inovação e suas franquias de peso. Apesar das vendas do Wii U terem sido modestas, ainda dá tempo da plataforma se recuperar antes da chegada dos concorrentes se Nintendo anunciar games que todos querem jogar na E3 2013. O Wii U não é um videogame como outro qualquer graças ao GamePad, que mescla o controle à um tablet. Do Wii U não precisamos nos alongar, afinal ele já está no mercado há algum tempo. Resta dizer que apesar das piadas reverberadas na web, a Nintendo ainda sabe das coisas. Não por acaso o Wii está alcançando a casa de 100 milhões de unidades vendidas, ficando á frente dos concorrentes PS360.

Menos reclamações e mais jogos, por favor!

O resumo deste cenário é que cada uma das três empresas bolou uma estratégia diferente. Cada uma corre em uma direção diferente. É até estranho pensar que essa é uma disputa de videogames como foi a geração 128 bits ou a disputa entre X360 e PS3. O que os jogadores querem? Ninguém pode responder pelo coletivo, mas eu sei o que eu quero e sei que uma das três empresas atende minhas necessidades, assim como tenho certeza que uma delas atende às suas necessidades e a dos seus vizinhos. No mais, tenho certeza que todas essas empresas sabem onde estão pisando e apostaram suas fichas após muitas análises de mercado.

Nesta geração temos três opções de compra, basta escolher o que melhor se enquadra na visão de nova geração de videogames. É melhor do que ficar reclamando que empresa X tem um videogame ruim, ou que empresa Y pisou na bola com uma nova plataforma. Faça sua escolha e torça pelos bons jogos, pois é isso o que nós todos esperamos, certo?

 

 

E aí, o que você quer?