Top 5: acontecimentos que incentivaram a criação de games nacionais

Podemos dizer que o mundo dos games hoje em dia está fervendo e crescendo de maneira extraordinária. Todos os dias vemos os grandes estúdios de criação de games apresentarem incríveis jogos com gráficos ultrarrealistas e mecânica que aproximam os personagens próximos a realidade.

É notável também a força dos produtores independentes, que de certa forma estão bastante encorajados a criar jogos, mesmo que sem grandes recursos financeiros ou um patrocinador. Seja como for, o mercado de games nacional se desenvolveu muito bem.

Mas alguns anos atrás as coisas não eram assim, pois era raro encontrar algum desenvolvedor de games independente, pois apenas os grandes estúdios e distribuidoras lançavam games. Os gamers então passaram por cima e quebraram esse paradigma, e após algum tempo o mercado foi só crescendo e crescendo, como era previsível.

Trouxemos alguns acontecimentos dentro da indústria dos games que ajudaram a evoluir o mercado, assim como podemos ver hoje. Alguns mais recentes, outros nem tanto, confira:

 

5 – Lançamento dos primeiros games indies

 

Ah, os Games Indies! Talvez você desconheça a importância que estes jogos criados por poucas pessoas (ou até mesmo uma) tem sobre o mercado de desenvolvimento de games no mundo e aqui no Brasil.

Os primeiros games independentes foram lançados no início da década de 90, e só ganharam relevância e popularidade com o tempo, chegando hoje em dia a títulos tais como Minecraft, pois acredite, ele foi criado por apenas uma pessoa.

Infelizmente não sabemos exato qual foi o primeiro jogo independente que foi lançado e nem a sua repercussão e aceitação dos players que jogaram, mas sabemos que este incentivou e mostrou que nem sempre é necessário ter grandes recursos para criar um game do zero.

Com certeza foi um bom incentivo para a atual geração de programadores, certo?

 

4- Steam abre portas para os produtores independentes

 

Erinia, um dos primeiros jogos brasileiros de longo alcance.

A Steam é referência na venda de games em mídia digital para PC e possui um catálogo gigante de games e muitos usuários ativos diariamente. Em agosto de 2012, a companhia decidiu apoiar fortemente os programadores e lançou o Steam Greenlight.

Os programadores podem enviar vídeos de algumas partes do jogo que está sendo desenvolvido e o mesmo participará de um processo de votação, se obter votos suficientes ele poderá ser publicado e divulgado dento da plataforma. Apesar da concorrência que o produtor poderá enfrentar, a popularidade da plataforma fala mais alto e ainda incentiva que o desenvolvedor dê o seu máximo e apresente uma boa proposta do jogo que está criando.

Infelizmente o Steam Greenlight  foi substituído pelo Steam Direct, que se tornou uma plataforma paga e cara, mas que produtor não quer ter o seu jogo dentro da Steam?

 

3 – Primeira Game Jam

 

Brasil Game Jam – hoje em dia ela é assim, não lembrando nada a precariedade das primeiras game jams nacionais.

Uma coisa é fato: os Gamers gostam muito e estão participando cada vez mais de eventos, prova disto é a BGS, CCXP, etc..  Apesar destes eventos citados serem apenas de entretenimento, existe uma parte de gamers e desenvolvedores que colocam a mão na massa com o objetivo de criar um game em até 72 horas (ou menos)

Em meados de 2002, um grupo de jovens programadores de games se uniram para criar uma Engine que suportassem várias animações sem comprometer na qualidade e no processamento dos componentes do game. Após o período de desenvolvimento da engine, os desenvolvedores convidaram um pequeno grupo de programadores para que eles criassem vários games com o motor gráfico construído, e assim aconteceu o primeiro evento de Game Jam da história.

 

2 – Lançamento da plataforma itch.io

 

Se você é familiarizado com games indies, provavelmente conhece a plataforma itch.io, lançada em março de 2013, que permite que pequenos desenvolvedores de games publiquem seus jogos independentes para venda e download.  Hoje em dia a plataforma possui mais de 40.000 jogos em seu catálogo e ainda é possível participar de games Jam através dela.

A distribuição do game é um fator muito importante para qualquer programador, pois a plataforma de distribuição pode definir o sucesso ou o fracasso de um game, e com o crescimento e aceitação dos games indie, a itch.io está cada vez mais popular entre os gamers.

Visto que o Steam Greenlight não está mais entre nós, a melhor opção totalmente gratuita para publicação de games fica com a Itch.io

 

1 – Primeira engine comercial

 

A Blender Game Engine era assim.

Outro grande acontecimento que fez com que as pessoas tivessem curiosidade e interesse na criação de games, foi o lançamento da primeiro motor de jogo liberado para a criação de games. E isso se deve pela comodidade que o programador tem, visto que já não é necessário ter um imenso trabalho para criar uma Engine do zero, ela simplesmente já está pronta, simples assim.

Também não se sabe ao certo qual foi a primeira Engine Comercial lançada, mas acreditamos que seja a Blender Game Engine, em que foi lançado o software de código aberto após a falência da empresa, estando disponível para download até nos dias de hoje.

Texto por: Samuel Almeida

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Horizon Chase Turbo recebe novas atualizações para a nova temporada

Um dos games nacionais mais aguardados nesta temporada é sem duvidas o Horizon Chase Turbo da Aquiris Game Studios. E 2019 o clássico moderno de corrida retrô coleciona prêmios e reconhecimento desde que foi lançado e já recebeu uma incrível recepção do público e crítica. Para comemorar este feito os organizadores preparam conteúdo novo e um mega desconto na PlayStation Essentials Sale.

Possuindo o segundo jogo de corrida de 2018 com a melhor avaliação para PS4, de acordo com Metacritic, Aquiris está orgulhosa de ter seu título na PlayStation Essentials Sale – que dura até 5 de Fevereiro. Durante esta campanha, o jogo será vendido pelo seu maior desconto até então: 25% mais barato para todos os jogadores, e 35% para os membros da PS+!

Além disso, Horizon Chase Turbo está recebendo sua atualização mais esperada, incluindo:

  • O novo modo Playground;
  • Skins exclusivas para carros;
  • Novas cores;
  • Novo carro “Uno da Firma.

Vale dizer ainda que o lançamento de Horizon Chase Turbo para Switch traz um novo modo de jogo para agitar a corrida: o Playground, uma competição rotativa que traz 5 novas corridas a cada temporada. São pistas que vão ficar no ar por tempo limitado, e sempre vão trazer algo de especial para o jogo: corridas contra o tempo sem oponentes, mudanças no clima e hora do dia sobre pistas tradicionais, corridas espelhadas, nitros infinitos, restrições de garagem, etc. Espere ver chuva no deserto, vulcões entrando em erupção no Brasil, e novas regras!

As corridas vêm em níveis de dificuldade diferentes, de 1 a 5, então tem coisa para todo tipo de jogador de Horizon Chase. Cada corrida apresenta dois tipos de desafio para os pilotos atacarem: vencer os oponentes do computador já é um desafio em si, mas você sempre pode levar as coisas para o próximo nível e tentar competir com os fantasmas do placar online. Cada corrida tem seus próprios placares, Global e de Amigos, que ficam online apenas ao longo da temporada.

Sobre Horizon Chase Turbo

Horizon Chase Turbo é uma homenagem aos clássicos jogos de corrida da geração 16-bits como Out Run e Top Gear. Ele foi feito especialmente reacender a nostalgia, com música do lendário Barry Leitch (compositor das trilhas sonoras das séries Top Gear, Lotus e Rush), multiplayer local com tela dividida e uma mistura de estética retrô low-poly com jogabilidade moderna.

Para mais informação, por favor visite o site do game.

Os Piores Jogos do Mundo #04: Night Trap, o game que já nasceu trash

Era o auge da guerra dos consoles 16 bits. A SEGA era a primeira empresa a desafiar a Nintendo com chances reais de vitória. Cada uma apostava em games que mostrassem ao jogador o quanto sua plataforma era diferenciada e superior ao concorrente. Eis que a SEGA decidiu que o Genesis precisava de mais poder do que seu concorrente. A grande tendência para a época se revelava os CDs como nova mídia padrão, substituindo os cartuchos, pois eles eram mais baratos e fáceis de fabricar. A SEGA se antecipou aos concorrentes e trouxe para o Genesis o acessório SEGA CD ao final de 1991. Parecia uma vitória brilhante.

Mas para vender acessórios, era necessário criar jogos que mostrassem para que ele servia e foi aí que surgiram os famigerados interactive movies (ou FMV), games com estética de filmes, algo que um cartucho da época era incapaz de fazer. Infelizmente esse tipo de jogo não se tornariam populares por sua qualidade, mas sim pela atuação vergonhosa dos atores e conceitos terríveis. Um dos jogos que selariam a má fama do gênero e causaria uma revolução na indústria dos jogos eletrônicos seria justamente o Night Trap, o nosso game do dia.

Lançado em 1992 pela própria SEGA, Night Trap tinha a missão de mostrar o poderio do recém-lançado SEGA-CD. Ele foi, aliás, o primeiro filme interativo do sistema. Entretanto seu desenvolvimento remete ao histórico crash dos videogames de 1983. Nolan Bushnell, fundador da Atari e outros desenvolvedores mantinham a esperança de que a indústria fosse se recuperar, mas para isso seria necessário que ela fosse reinventada, oferecesse mais do que os jogadores estavam acostumados a ver. Nesse ínterim, Bushnell e Tom Zito (outro desenvolvedor da época) foram apresentados a um dispositivo capaz de reproduzir até quatro vídeos em VHS simultaneamente. O dispositivo era conhecido como NEMO (Never Ever Mention Outside). A ideia seria intercambiar as cenas de acordo com a vontade do usuário com apenas um comando.

 

A ideia por trás do jogo

A equipe precisava criar uma demo para apresentar a Hasbro, uma das possíveis investidoras do projeto. Assim surgiu o conceito de que o jogador deveria monitorar câmeras de vigilância para descobrir algum crime, o que deu origem ao jogo demo Scene of the Crime, em que o jogador deveria descobrir o responsável pelo sumiço de dinheiro. Stephen Hassenfeld, CEO da Hasbro na época, ficou encantado com o projeto e autorizou um generoso investimento para o desenvolvimento da tecnologia e novos games.

A primeira ideia foi criar um game interativo licenciado do filme A Hora do Pesadelo, porém o acordo foi por água abaixo, o que levou a equipe de Tom Zito a se decidir por apostar no conceito de um ambiente bem vigiado sendo invadido por bandidos. Daí surgiu a ideia de que a casa de um bilionário guardava dinheiro e uma gangue de ninjas tentaria assaltar o imóvel, porém teriam seus planos frustrados pela filha do bilionário e seus amigos que estavam dando uma festa. A Hasbro estava preocupada com a possibilidade de o público ficar insatisfeito dada a violência que um roubo pode causar. Então a equipe da Digital Pictures decidiu substituir os ninjas por vampiros, que ao invés de dinheiro estava atrás de sangue!?

O atores foram contratados e os desenvolvedores foram orientados pelo diretor James Riley sobre o desenvolvimento esperado. Em apenas 16 dias as filmagens foram feitas e o trabalho de montagem levou apenas seis meses para dar cara de videogame. Apesar dos problemas de produção, os obstáculos foram superados e Night Trap estava pronto para chegar ao NEMO (rebatizado como Control-Vision) em 1989, junto de Sewer Shark, outro projeto da Digital Pictures. Entretanto, para desapontamento da equipe, a Hasbro decidiu cancelar o hardware devido aos altos custos de produção.

Em dado momento foi sinalizado que a Sony poderia comprar os direitos do game para lançar no sistema Super NES CD-ROM, porém o acordo não vingou. Zito então se aproximou da SEGA, que parecia mesmo disposta a lançar um leitor de CD para o Genesis. Os direitos de distribuição passaram para a companhia japonesa e o game passou do formato VHS para o CD em pouco tempo. Cinco anos após sua criação, Night Trap finalmente fora lançado em 1992.

 

O gameplay segue a linha do enredo

Qual não foi a surpresa dos jogadores do SEGA-CD ao colocar o disco para rodar ao perceber que a aventura era extremamente desinteressante. Aqui você toma o papel de um agente especial que deve monitorar uma mansão cheia de garotas em poucas roupas. Ao todo são seis ambientes a serem monitorados. O objetivo é ativar armadilhas para capturar qualquer um que ameace a segurança das garotas, tomando cuidado para não prender as garotas ou outros agentes por acidente. Outra coisa a se fazer é prestar atenção nas falas das moçoilas a fim de obter pistas e entender a história. Você é livre para trocar a visão da câmera a todo momento. O game tem todo o jeitão de filme B com humor pastelão e atuações debochadas. Esse é o ponto positivo (se você gostar desse tipo de filme).

Os problemas começam ao analisar os aspectos técnicos: o gameplay é realmente muito ruim. As armadilhas eram realmente pouco responsivas, de modo que o jogador somente pode ativá-las quando o código de acesso estiver correto. Existem seis códigos de acesso e eles mudam constantemente. Para descobrir o código correto você deve prestar atenção nas falas dos personagens, o que obriga o jogador a levar a sério uma trama completamente nonsense. Se você não levar as coisas a sério é extremamente difícil prosseguir no game. São 90 minutos de puro pastelão e controles disfuncionais.

Neste momento você deve estar pensado “mas, ei, este jogo nem é tão ruim. Nem mesmo é um verdadeiro videogame”. Ao olhar as notas de Night Trap, fica claro que o jogo não foi mal recepcionado pela crítica. O que elege o game como um dos piores do mundo não são os controles ruins, dificuldade desbalanceada ou as atuações risíveis, mas sim seu legado na cultura pop. Night Trap foi um dos jogos que culminaram na criação do ESRB, órgão que regulamenta os jogos eletrônicos por faixa etária.

 

Mulheres nuas, vampiros e a ira do Senado

Aquele que parecia apenas mais um jogo tosco da SEGA logo se viu alvo do senado americano que na época estava de olho em jogos considerados violentos, tais como Doom e Mortal Kombat. No caso de Night Trap, os políticos americanos não viram com bons olhos uma casa repleta de mulheres seminuas sendo atacadas por vampiros. De acordo com os senadores, a semi-nudez era desnecessária e o grafismo era muito real, podendo assustar crianças. Lembre-se que nos anos 90 os videogames eram considerados meros brinquedos. O Estado acreditava que os jogos eletrônicos deveriam ser regulamentados antes que a mente das crianças fossem danificadas permanentemente.

Ainda que a SEGA e a Digital Pictures tivessem reclamado bastante das acusações, a pressão pública e uma esperta edição de vídeo colocou a percepção pública contra Night Trap. Uma garota sendo atacada por vários homens no jornal da noite não era nada legal de se ver, pior ainda se tais imagens fossem a reportagem do mais novo game que seu filho estava vidrado. Assim, a SEGA foi obrigada a tirar Night Trap do mercado.  Posteriormente ele voltaria às lojas com versões para SEGA CD 32X, 3DO, PC e Mac, porém a percepção pública era de que o game era um festival de monstruosidade e violência. Já os 400 mil jogadores que compraram o game sabiam da verdade: Night Trap valia mais pelo valor histórico do que pela sua qualidade em si.

 

O legado de um “filme B”

Em 1993 o senado venceu a disputa contra os videogames e pouco depois decidiu-se pela criação da ESRB (Entertainment Software Rating Board), que ditaria quais games podem ou não ser jogados por crianças. Anos após seu controverso lançamento, Night Trap foi eleito um dos piores jogos de todos os tempos pela revista EGM. Já o site GamesRadar disse em 2014 que o título era mais parecido com um teste de paciência do que com um videogame. Qualquer lista de piores jogos do mundo acabam mencionando Night Trap, seja pelos aspectos técnicos ou pela polêmica que ele esteve envolto. Concluímos que se as críticas não foram tão ruins na época é devido ao fato de que para a época ele realmente parecia algo inovador, não apenas um protótipo.

Night Trap pode ser redimido pelo fato de ter pavimentado terreno para um novo gênero de games menos interativos. Até mesmo podemos citar ele como fonte de inspiração para Five Nights at Freddy’s e uma dúzia de jogos em que o jogador é mais espectador do que atuante. Recentemente saiu uma versão comemorativa dos 25 anos do jogo para Xbox One e Playstation 4, que a exemplo do original, deve ser evitada, a menos que você não tenha dó do seu dinheirinho.

 

Abaixo tem um vídeo de Night Trap:

 

https://www.youtube.com/watch?v=B2bJ9PG209o