Microsoft e Sony devem estar se perguntando: mas afinal, o que eles querem?

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Era dia 21 de fevereiro de 2013 e a internet estava sendo inundada de comentários acerca da revelação da Sony ocorrida no dia anterior sobre seu videogame de oitava geração. O Playstation 4 fora finalmente revelado. Vários vídeos de demos foram demonstrados, produtores davam vivas ao poderio tecnológico da nova máquina, jornalistas tentavam entender o que fora aquela revelação e os jogadores amontoavam a rede mundial de computadores com comentários pouco animadores.

“Onde está a cara do console?”, “Esses gráficos não impressionam tanto”, “O preço será exorbitante”, “Não é mais potente que um PC de ponta”, “Onde está a retrocompatibilidade?”, e por aí foi. Estava evidente que os expectadores estavam descontentes com a apresentação do PS4, apesar de considerarem as especificações técnicas promissoras. As frases mais coerentes diziam “esperemos para ver o que a Microsoft fará”.

Dia 22 de maio de 2013. As críticas a um console recém-revelado tomaram um ar mais agressivo. Desta vez o alvo era a Microsoft e seu Xbox One. “Parece um sintonizador de parabólicas”, “Restrição a jogos usados? Não poderei emprestar meus jogos?”, “E os games?”, “Verificação online a cada 24 horas? Mas eu não tenho internet”, “Onde está o apoio aos produtores indies?”. Parecia que a comunidade gamer pegou a Microsoft de Cristo naquele fatídico dia. Inclusive sites grandes como o Kotaku e o Gamasutra se apressaram a jogar as primeiras pás de terra no console que ainda nem chegara ao mercado.

Pouco depois, centenas de sites pela internet lançavam enquetes de “qual console é o melhor?”, ao que o Playstation 4 ganhava em disparada em todas as enquetes. “Se a primeira impressão é a que fica, então Microsoft, nem lance o seu console”, já diriam amigos jornalistas. O fato é que ninguém procurou ver as qualidades das plataformas, apenas os pontos negativos.

O que as fabricantes querem?

Ora vejam bem, se nem a Sony e nem a Microsoft agradaram 100% dos jogadores no primeiro momento, então o que elas deveriam fazer? Acredito que em algum lugar de Redmond há três executivos da Microsoft tomando um café tranquilamente e comentando como quem está falando de futebol: “Mas afinal o que eles querem?”. Ao mesmo tempo, há três executivos na Sony pensando: “Se não conseguirmos lucros dessa vez estaremos liquidados”.

Quando a Microsoft se lançou no mercado de videogames caseiros a ideologia estritamente seguida pela empresa era de criar uma marca de entretenimento para toda a família. Podemos constatar isso no primeiro Xbox que já vinha com um HD interno, suporte a quatro controles e leitor de DVD, acesso à internet para partidas online, entre outras opções. Ainda que não tenha se firmado como a caixa central da sala de estar, o Xbox tornou-se um exemplo de videogame à frente de seu tempo. Com o Xbox 360 a ideologia alcançou novos ares graças à maximização da Xbox Live, às novas funções do aparelho (vídeo, internet, música, games, chamadas de vídeo etc.). Se ele sintonizasse TV eu poderia deixá-lo ligado à TV direto e não precisaria mais do receptor de TV…

Jogar games era apenas uma das variadas funções do X360, isso explica o motivo do console possuir menos games exclusivos que a concorrência. Com o Xbox One a tendência será estritamente a mesma. Acesso ao Youtube, Netflix, Skype, TV, músicas, chat e todo tipo de traquitana que eu e você gostamos de fazer na frente do computador (e da televisão) serão possíveis no Xbox One. Com todas essas funções é óbvio que a plataforma iria sofrer em algum aspecto e ele é justamente a principal função da máquina: os games. A razão dessa posição é bem óbvia: a divisão de games da Microsoft representa apenas 4% dos lucros da companhia. Porque investir pesado em games se você pode aproveitar esta divisão para vender TV a cabo, internet, filmes, música, games, telefonia, serviços, etc.?

O Playstation 4 segue também a ideologia adotada pela Sony desde o PS1, que é criar o videogame mais tecnologicamente capaz que o dinheiro possa comprar. Ainda que na geração PS1 e PS2 ele não fosse o console mais poderoso, ele apresentava os games mais desenvolvidos de sua era (God of War e ICO que o digam). Dificilmente alguma empresa teria capital e peito para bolar plataformas tão desejáveis quanto os dois primeiros videogames da empresa. Isso para não citar as séries que moldaram a indústria como a conhecemos, como Final Fantasy, Resident Evil, Tomb Raider, Metal Gear Solid, entre tantos outros, que se não surgiram no console da Sony, ao menos foram neles que se tornaram os monstros sagrados da indústria. Em suma, a Sony e a família Playstation tornaram-se sinônimo de videogame e jogos de qualidade.

Com o Playstation 3 a história seguiu adiante, ainda que em menor escala (em relação à superioridade). Tecnologicamente o PS3 não estava muito à frente do Xbox, mas já tinha funções que deixavam o concorrente pra trás como Bluray e o Chip Cell. O poderio tecnológico encareceu a plataforma e dificultou o desenvolvimento de games, entretanto a Sony seguiu adiante com seu plano de criar o aparelho de videogame definitivo. De entregar aos criadores de games a plataforma com menos limitações possíveis.

Com o Playstation 4 teremos novamente a mesma coisa: games em alta resolução aplicados às boas ideias provenientes da concorrência, ou seja, sensores de movimento, toque, multiplayer online, compartilhamento, entre outros. Para os gamers hardcore ao extremo não haverá outra plataforma mais desejável que o PS4, enquanto que para os amantes de serviços, que por acaso também gostam de videogame, não haverá nada mais cômodo do que o Xbox One no centro da sala de estar. Simples assim, encare os fatos.

Playstation 4: indo dois passos à frente

Agora voltando à pergunta que intitula este texto: o que a comunidade quer realmente? Gráficos de ponta? A resposta é o Playstation 4. E mesmo que os gráficos da plataforma não pareçam tão melhores que os do PS3 ou de um PC turbinado, resta esperar o tempo passar. Foi assim com o PS3, lembra? Basta comparar a primeira leva de games com os últimos títulos 1st party que chegaram ao mercado.

Imaginem como será a próxima geração de God of War ou algum game do Team ICO daqui alguns anos quando os desenvolvedores estiverem familiarizados com o sistema? Serão nada menos que fantásticos, na certa. Imaginem as possibilidades de jogatina com o novo controle e a nova câmera integrada. Ou então com a conectividade com o Vita. Tá aí uma baita oportunidade de melhorar as vendas do portátil e melhorar a biblioteca de jogos do aparelho de bolso. Com o PS4 e o Vita a Sony finalmente realizará os planos de criar dois consoles irmãos. E sabem do que mais, a maior parte do poder de processamento do PS4 estará dedicada a rodar jogos!

Claro que todo esse poder terá um custo, e certamente ele não caberá em todos os bolsos (como é de praxe). Além disso, a Sony ainda não garantiu nada que não fará algum bloqueio a games usados e tão pouco falou sobre os novos planos para a PSN. Então, antes de achar que o PS4 é mais “amigável”, é melhor pensar de novo. Afinal de contas videogames são negócios e a Sony não tem andado com boa saúde financeira ultimamente e o lançamento de um novo videogame costuma consumir algumas verdinhas do cofre. Entretanto, como já disse, o Playstation 4 será voltado à nata dos jogadores, àqueles que estão dispostos a investir numa máquina que tem tudo para durar por uns 10 anos no mercado.

Xbox One: todo o mundo do entretenimento num só lugar

Por outro lado, se a comunidade está esperando uma caixa faz tudo a escolha óbvia é o Xbox One, afinal de contas (assim como nesta atual geração), os games multiplataforma não serão muito diferentes entre as duas plataformas e de qualquer modo os games do Xbox One deverão ser bons o bastante. Alguém tem dúvidas de que com tanta memória e poder de processamento ele não é capaz de rodar um game do calibre de Heavy Rain da Sony? Até melhor, meus caros. O Kinect melhorado e o melhor controle já dão à Microsoft dois grandes trunfos para agradar tanto os party gamers quanto os jogadores hardcore.

Além disso, não podemos ignorar o fato que as grandes franquias não irão abandonar uma plataforma tão lucrativa tão cedo. Call of Duty: Ghost já é uma realidade. E se jogos multiplataforma não é a sua praia, não se preocupe: a Microsoft anunciou que investiu cerca de US$  bilhão com as novas IPS exclusivas, então só nos resta esperar que os produtores façam jus a tanto dinheiro aplicado em seus serviços. E por fim, o Xbox One deverá ser mais barato que o Playstation 4, então os gamers menos afortunados que não quiserem ficar de fora do jogo por muito tempo deverão recorrer a esta máquina.

É óbvio que a necessidade de acessar a Live todos os dias e a obrigação de pagar taxas por jogos usados chegam a ser abusivas. Entretanto temos de entender duas coisas que matutam na cabeça dos executivos da Microsoft: quem ainda não tem acesso à internet nos EUA? Poucos. Tão poucos que nem se deve considerar. Afinal de contas, se um rapaz tem dinheiro para comprar um Xbox, então é natural que também disponha de recursos para acessar a internet. Tem quem aposte que a Microsoft está se tornando uma gigante das telecomunicações graças ao Skype e a Xbox Live, será?

Não gostou do Playstation 4 ou do Xbox One? Tem a Nintendo, ué?

E por outro lado tem a Nintendo que aposta na tradição, inovação e suas franquias de peso. Apesar das vendas do Wii U terem sido modestas, ainda dá tempo da plataforma se recuperar antes da chegada dos concorrentes se Nintendo anunciar games que todos querem jogar na E3 2013. O Wii U não é um videogame como outro qualquer graças ao GamePad, que mescla o controle à um tablet. Do Wii U não precisamos nos alongar, afinal ele já está no mercado há algum tempo. Resta dizer que apesar das piadas reverberadas na web, a Nintendo ainda sabe das coisas. Não por acaso o Wii está alcançando a casa de 100 milhões de unidades vendidas, ficando á frente dos concorrentes PS360.

Menos reclamações e mais jogos, por favor!

O resumo deste cenário é que cada uma das três empresas bolou uma estratégia diferente. Cada uma corre em uma direção diferente. É até estranho pensar que essa é uma disputa de videogames como foi a geração 128 bits ou a disputa entre X360 e PS3. O que os jogadores querem? Ninguém pode responder pelo coletivo, mas eu sei o que eu quero e sei que uma das três empresas atende minhas necessidades, assim como tenho certeza que uma delas atende às suas necessidades e a dos seus vizinhos. No mais, tenho certeza que todas essas empresas sabem onde estão pisando e apostaram suas fichas após muitas análises de mercado.

Nesta geração temos três opções de compra, basta escolher o que melhor se enquadra na visão de nova geração de videogames. É melhor do que ficar reclamando que empresa X tem um videogame ruim, ou que empresa Y pisou na bola com uma nova plataforma. Faça sua escolha e torça pelos bons jogos, pois é isso o que nós todos esperamos, certo?

 

 

E aí, o que você quer?

Unreal Engine 4 rodando em tempo real no Playstation 4

Unreal Engine 4

O Playstation 4 certamente terá um dos hardwares mais poderosos que o mundo da próxima geração de videogames. Basta analisar a notícia de que a Unreal Engine 4 não estará no Wii U, mas estará no PS4 para saber que o próximo videogame da Sony estará à frente da tecnologia Nintendo.

Durante a revelação do videogame a Sony falou um pouco sobre as especificações técnicas e em seguida apresentou vários vídeos demonstrativos do poder do aparelho. Entretanto, como todos sabem, os vídeos não rodavam no novo console e serviam mais como base do que a comunidade gamer podia esperar do console.

Porém, recentemente, a comunidade gamer teve a oportunidade de conferir como a nova Unreal Engine 4 rodará no PlayStation 4 graças a esta demo técnica em tempo real que você confere no vídeo abaixo:

O vídeo não mostra a riqueza de detalhes e o foto realismo vistos com a Fox Engine, entretanto tem seu grau de complexidade e impressiona. Evidentemente ao passar dos meses os desenvolvedores conseguirão lidar melhor com a tecnologia, mas com esta demo dá para ter ideia do que esperar da próxima geração, certo?

Playstation 4: o futuro é agora!

Playstation 4

O futuro chegou! Com certeza você já deve ter ouvido este clichê em algum lugar para se referir a novas máquinas, computadores, celulares ou videogames, certo? Pois bem, é justamente com esta frase que dou início a este texto sobre o Playstation 4, pois em vários aspectos ele parece avançado em seu tempo.

Como todos sabem, a Sony anunciou oficialmente no último dia 20 de fevereiro de 2013 a produção de seu 4º videogame de mesa a ser lançado até o final do ano. Durante o evento Playstation Meeting a empresa nipônica aproveitou quase duas horas para falar sobre o novo controle, as novas capacidades sociais do aparelho e 11 demos de jogos que devem chegar junto ao lançamento da plataforma.

A primeira coisa a chamar a atenção é o Dual Shock 4 que mantém o mesmo visual dos controles anteriores, porém desta vez conta com um painel táctil na parte frontal, bem semelhante ao utilizado no PS Vita. A Sony não falou muito sobre este aspecto do controlador, mas dá para esperar que as funções não serão tão profundas quanto as do Wii U. A Sony garantiu também que o PS4 dará suporte ao PS Move, PS Eye e ao PS Vita. Infelizmente os controles do PS3 não poderão ser utilizados no “4”.

O interessante mesmo é que mesmo mantendo o design da família Dual Shock, o novo controle ganhou novas funções como o botão Share que permite aos jogadores compartilhar momentos ingame de forma rápida e intuitiva. Outra mudança significativa é a fusão dos botões Start e Select, além disso, os gatilhos e botões analógicos foram redesenhados a pedido de produtores e jogadores. O controle tem um formato mais côncavo para se adaptar melhor as mãos dos jogadores, deste modo ele é um pouco mais semelhante do controle do Xbox 360. Fora isso, o controle mantém os botões tradicionais e o sensor de movimentos baseado em seis eixos.

O Playstation 4 em si sequer deu as caras, porém a gigante do entretenimento fez questão de falar sobre o hardware. Basicamente ele é tão poderoso quanto um PC para jogo, mas não é nem de longe a máquina mais potente para jogatina. Ele conta com um processador criado pela AMD em parceria com a Sony que traz CPU e GPU integrada. O processador tem oito núcleos de 64-bit X86 baseado na arquitetura Jaguar da AMD. A intenção da Sony era desenvolver uma plataforma mais fácil de desenvolver do que o poderoso e problemático Cell.

A GPU apresenta desempenho máximo de 1,84 TFLOPS, em outras palavras o PS4 tem bastante poder a ser utilizado em gráficos e simulação. Muitos sites descreveram o potencial da plataforma como “impressionante”. O mais incrível mesmo é a memória Ram com seus incríveis 8GB GDDR5, permitindo um potencial 16 vezes maior que o do Playstation 3. De acordo com a imprensa internacional, a resolução padrão dos jogos do PS3 será de 1080p. A mídia padrão continuará sendo os discos Blu-Ray. No meio dessa sopa de letras e números da arquitetura, o PS4 terá ainda um chip secundário que possibilitará aos jogadores fazer download de jogos mesmo com o aparelho em modo stand by.

Apesar das características de hardware serem consideradas poderosas, há muitos analistas e jogadores especulando que o próximo videogame da Microsoft poderá ser mais impressionante. Contudo isso não deverá ser verdade, no mais os dois videogames deverão contar com uma arquitetura muito semelhante, enquanto que os PCs de ponta ainda continuarão sendo melhores em desempenho. Essas especulações e torcidas de nariz se devem em muito ao fato de a Sony ter mostrado games insossos durante sua apresentação.

A Sony aproveitou para exibir alguns jogos como Knack, Driveclub, Killzone Shadow Fall, inFamous Second Son, The Witness, Deep Down, Destiny da Bungie e o supercomentado Watch Dogs da Ubisoft. Desses aí os mais apresentáveis foram Watch Dogs que também chega para a atual geração, e The Witness da Capcom que parece misturar as premissas de Dragon’s Dogma e Lost Planet. Além desses jogos foram anunciados um port de Diablo III e um novo (porém não informado) Final Fantasy.

Muita gente considerou que faltou uma bomba para o console ou vídeos mais empolgantes. De fato o vídeo do novo Killzone não era tudo isso, porém vale lembrar que tudo não passava de demos técnicas de um videogame que nem sequer começou a ser explorado pelos produtores. O consenso é que o que foi mostrado do PS4 poderia ser feito no PS3.

A Sony ficou de revelar mais sobre o novo console na E3 deste ano. A expectativa é que até lá o console tenha uma cara e mais jogos apresentáveis e com uma demonstração concreta de grande salto, afinal dá para perceber pelo hardware que a máquina pode bem mais do que mostrou no Playstation Meeting. E para aqueles que levantam a bandeira de PCs ou de consoles a recomendação é para baixar sua bandeira a meio mastro, pois as plataformas PC e videogame estão ficando cada vez mais parecidas. O Playstation 4 é apenas o primeiro a evidenciar essa quebra de barreiras.

O próximo player a mostrar sua plataforma será a Microsoft e de acordo com rumores isso deve ocorrer em abril de 2013 pouco antes da E3. Vamos aguardar pois o futuro dos jogos eletrônicos já está nossas portas. É esperar e acompanhar de perto!

E você, o que achou do novo Playstation 4?