Do leitor: você conhece o Mario Segale?

O leitor Bruno Russo Lembo nos enviou um texto sobre Mario Segale, o primeiro senhorio da Nintendo of America que teria “emprestado” o nome para o mais famoso mascote do mundo dos games.

“Quando a Nintendo of America estava sendo criada, o Minoru Arakawa (fundador e presidente da Nintendo of America na época) notou uma semelhança entre o protagonista do jogo Donkey Kong e um cara chamado Mario Segale. Resolveram então apelidar o personagem de Mario. Mario Segale tinha alugado o armazém onde ficaria temporariamente a empresa, um local em Seattle.

E esse é o único documentário que fala “Mario Segale” porque o autor David Sheff escreveu um livro sobre videogames de 1994 e colocou seu nome dele errado. A Nintendo continuou chamando pelo nome errado, talvez como estratégia para não ter problemas maiores.

Mas verdade veio com a descoberta de um site que publicou o histórico de alunos de 1952 e, como Mario Segale nasceu em 1934, foi confirmado que era ele mesmo. Quase 30 anos depois, um jornal de Seattle falou sobre a família de Segale, que em 1993 teria declarado não ter visto um tostão em royalties, os direitos pagos pelo uso de imagem.

Shigeru Miyamoto, que criou o personagem, se esquiva, dizendo que o verdadeiro nome do personagem seria Mr. Vídeo, um plano de usar o mesmo personagem em todos os games criados. Uma história estranha, que nem a Nintendo, nem a família Segale conseguiram esclarecer até hoje.”

O que você acha? A Nintendo deveria pagar royalties por usar o nome de seu primeiro senhorio em seu mascote?

Do leitor: um olhar mais aprofundado nos games

Nosso leitor Felipe Neves de Almeida nos mandou este texto, em que dá dicas para quem quer se aprofundar em aspectos mais interessantes dos games. Vale a pena ler e assistir, tanto se você quer trabalhar com jogos como se você é só um gamer curioso.

“Com a evolução dos games passamos a ficar mais exigentes, um bom game não é apenas divertido, ele satisfaz uma série de expectativas sensoriais, criativas ou comunicativas, é algo complexo que atinge diversas áreas de conhecimento. Games oferecem experiências capazes de nos marcar, mudar e fazer pensar, transmitindo algo substancial, chamando a atenção de pesquisadores, repórteres, e pensadores em geral dispostos a tocar nesse aspecto mais profundo dos games, entusiasmados pelo grande impacto que esta mídia mostrou ter em nosso tempo. Porém, mais recentemente surgiram aqueles dispostos a discutir games num formato mais próximo da web, através de uma comunicação mais rápida e visual, mais próxima da geração que abraçou games como parte de sua cultura, um formato de certa forma revolucionário.

Começando pelo mais recente, há apenas 4 meses surgiu no youtube TheGameLocker, onde seu criador estreou o quadro “Games Worth Remembering” (tradução livre: Games que vale a pena serem lembrados) com o propósito de apresentar games que ele considera oferecerem uma experiência criativa, única e original ao jogador. Em seus vídeos (5 até o momento, apresentando nível qualidade crescente) ele apresenta os games em questão e fornece os argumentos que justificam sua escolha tudo feito com base em um roteiro inteligente, um ritmo agradável e seguindo um modelo inspirado num quadro mais antigo e famoso (que aparentemente também influenciou sua escolha de nome), chamado The Game OverThinker.

The Game OverThinker existe desde 2008 e recentemente tornou-se parceiro do site ScrewAttack (anexo ao GameTrailer), nele Bob Chipman discute diversos assuntos relacionados a games e a cultura ao seu redor, constantemente citando filósofos e abordando assuntos polêmicos, tudo de forma inteligente e bem argumentada. Bob Chipaman pode ser muito parcial e até mesmo polêmico, mas é difícil não concordar com ao menos 90% de tudo que ele fala em seus vídeos, dado a maestria com que ele comunica e justifica suas idéias. Até o momento seu blog abriga 35 vídeos, dos quais 11 foram selecionados para aparecer no site ScrewAttack.

Por último, mas não menos importante, há um terceiro quadro que segue um modelo similar, foi criado por Daniel Floyd, pode ser encontrado no canal de kirithem, no youtube, inspirado em parte por Zero Ponctuation, um bloco de resenhas pertencente ao site The Escapist, para uma aula de história da arte. Foi uma alternativa encontrada por ele às tradicionais apresentações de Power Point, após uma apresentação similar para outra de suas aulas ele passou a se associar ao game designer James Portnow, que tornou-se um co-escritor dos vídeos, deixando o conteúdo mais profissional. Além dele Leigh Alexander foi convidada para um episódio que discute a audiência feminina nos games. Recentemente Daniel Floyd criou um blog onde ele publica o progresso sendo feito no desenvolvimento de seus vídeos além de abordar diversos assuntos relacionados a games.

Os três quadros possuem uma coisa em comum: eles constituem um modelo de comunicação inteligente, capaz de transmitir conteúdo de forma agradável e compatível com o formato estabelecido pela web, além de possuir um roteiro muito bem escrito que mistura comunicação verbal e visual. É algo que vale a pena ser incentivado e tomado como exemplo. Todos eles, em especial TheGameLocker que começou a pouco tempo, merecem nosso apoio e contribuição, nem que seja na forma de uma simples congratulação em suas páginas.”

Do Leitor: workshop com Matt Costello

O leitor Matheus Borges, da MadFX, compareceu ao workshop de Matt Costello sobre criação de roteiros para games e escreveu para a gente suas impressões sobre o profissional e a oficina.

“O Matt Costello é um cara muito inteligente e criativo, que trabalhou como roteirista em projetos de games gigantes como Doom 3 e Rage e que nem por isso é arrogante. Pelo contrário, o cara é super gente fina.

O mais legal do workshop foi que ele não foi apenas uma palestra na qual o cara vai lá na frente e fala sem parar. Foi um curso de 18 horas para poucas pessoas sobre como fazer uma apresentação para conseguir vender um projeto de game. Cada equipe fez seu próprio projeto e o mais legal é que o Matt fez parte de cada grupo, sentava junto, ouvia as idéias, dava suas sugestões. No final todos os grupos tiveram que fazer suas apresentações para tentar “vender” os projetos para ele.

E saiu um projeto mais bacana que o outro. Todos os grupos muito criativos com idéias realmente muito bacanas e originais. Não posso falar dos projetos porque são sigilosos, mas posso garantir que vai sair muita coisa bacana do pessoal que participou desse workshop.

Espero que cada vez mais tenham eventos como esses no Brasil. E pra quem ainda não viu, fizeram uma entrevista com o cara no dia do evento.”

[Atualização] No blog Planet Gamer, Sabrina Carmona, outra leitora aqui do nosso blog, deu mais uma visão da palestra de Matt Costello, confira.