Com a organização da Games for Change, do Media Education Lab e grande mobilização de professores engajados em projetos que façam uso de novas tecnologias, a cidade de São Paulo sedia a segunda edição do Gelly Jam, um desafio para que desenvolvedores criem um game em apenas três dias. A ideia é colocar a mão na massa para criar games educativos.
O Gelly Jam já começou para dizer a verdade, foi no dia 30 de agosto, mas ele continua nos dias 13 e 14 de setembro, com a intenção de reunir desenvolvedores interessados em criar projetos de cunho educacional através da gamificação.
“Decidimos ampliar e prolongar a experiência de imersão no uso criativo de games na educomunicação após verificar na prática o impacto das oficinas na prática dos professores envolvidos”, afirma Gilson Schwartz, diretor da G4C no Brasil e curador, ao lado de Alexandre Sayad (MEL), da “Gelly Jam”.
Além da oportunidade de desenvolver um projeto inovador e fazer novos contatos, os participantes da Gelly Jam recebem uma cópia digital do livro (recém-lançado) “Brinco, Logo Aprendo: Educação, Videogames e Moralidades Pós-Modernas” do Prof. Gilson Schwartz, além de licenças dos games “Conflitos Globais”, “Ludwig” e “FazGame” e por fim, a adesão anual à comunidade “Games for Change no Brasil”. Esta adesão concede descontos em atividades da Games for Change até agosto de 2015.
Além da Game Jam, há outras atividades como oficinas e palestras que buscam explicar tendências da gamification na educação, com Alexandre Sayad e Bruna Waitman; e debate sobre a cultura dos games e a educomunicação digital, com Gilson Schwartz, diretor da Games for Change.
Quem tiver interesse em participar dos eventos, basta entrar em contato através de email para contatogellyjam@gmail.com e verificar disponibilidade e custo. Ou ainda entrar no site do evento. O Gelly Jam é uma rara oportunidade de conhecer e interagir com pessoas que querem levar os videogames para as salas de aula sem preconceitos.
A Bienal do Livro de São Paulo agitou a cidade e, como não poderia deixar de ser, os videogames estão devidamente representados no evento. Durante a Bienal foi lançado o livro Brinco, logo aprendo: educação, videogames e moralidades pós-modernas de Gilson Schwartz. O livro traz algumas reflexões das relações entre o brincar, fazer e pensar, combinando perspectivas de economia, filosofia, tecnologia e educação.
Lendo assim não parece um conteúdo voltado para fãs de videogames, entretanto a obra tem muito a ver com o hábito de jogar, pensar e agir. A obra conta que o videogame é uma das etapas mais avançadas da tendência econômica e política da sociedade da informação. Isso não apenas no conteúdo, mas também nos principais “jardineiros” do conhecimento (os intelectuais), que perdem a sua função em face de máquinas (hardware), sistemas (software) e redes.
Pois, como ressalta o autor: “a disseminação de games e da educomunicação tornou-se rapidamente uma visão hegemônica em todo o mundo. Governos apostam em ecossistemas educacionais como ferramentas de superação da crise financeira, que é também crise do trabalho e da identidade do sujeito autônomo que confia e depende da ampliação incessante da democracia de massa. Bibliografia e links na internet completam esse percurso”.
A ideia básica do livro é substituir o mantra “penso, logo existo”, em prol de uma nova forma de pensamento concreto baseado em “brinco, logo aprendo”. Apresenta-se no livro como os jogos eletrônicos auxiliam no aprendizado.
O conteúdo do livro Brinco, logo aprendo é bastante reflexivo e foi idealizado Schwartz, que é economista e sociólogo formado na USP. O dinheiro das vendas do livro serão destinadas às ações da Games for Change no Brasil. A Games for Change é uma iniciativa que celebra os jogos eletrônicos como formas autênticas de promover bons costumes, conscientização e a cidadania de seus usuários.
Ótima notícia! O evento Games for Change chega a sua terceira e aguardada edição entre os dias 29 de novembro a 1 de dezembro. O evento, conhecido por revelar games educativos e bem intencionados, é organizado pelo grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento da USP e terá como um dos pontos altos o lançamento do game austríaco Ludwig, que chega ao país em parceria com o UOL Jogos.
O Games for Change 2013 reunirá profissionais do mercado e pesquisadores das principais áreas do conhecimento humano para debater o impacto e importância dos games na saúde, sociedade, aprendizagem, inovação tecnológica, etc. Além disso, haverá espaço pra debater a realidade aumentada, computação em nuvem e mobilidade, ou seja, o evento promete trazer muita inovação e informação.
A programação se dará na ECA e no Centro de Práticas Esportivas da USP e é previsto ainda oficinas de criação de jogos (as famosas Jams) e variados debates. Um dos destaques é a presença do presidente mundial do Games for Change, Asi Burak, criador do game Peace Maker (que retrata o conflito árabe-israelense), e Jörg Hofstätter, criador do lançamento Ludwig.
“Games são objetos complexos, interdisciplinares e transmidiáticos. Seu impacto tem sido crescente, especialmente em áreas tidas como alheias ao entretenimento como educação, cultura, saúde, meio-ambiente, segurança e defesa. O Festival é uma referência única na América Latina para quem está atento à gamificação. Vamos apresentar e debater tendências, mas também oferecer oficinas de game design e lançar produtos de ponta como Ludwig, game patrocinado pelo Ministério da Educação da Áustria e pela Prefeitura de Viena“, explica o Diretor para América Latina da rede Games for Change e professor da Escola de Comunicações e Artes – ECA da USP, Gilson Schwartz.
O trailer de Peace Maker:
Como sempre, o Games for Change busca a transformação da sociedade contemporânea. Inclusive a própria USP busca se transformar em uma instituição mais adepta de mídias globalizadas. Esse é um dos eixos do projeto de pesquisa “Wish – World Innovation and Sustainability Helix”.
“O desafio maior da USP é enfrentar o jogo da globalização. No campo da cultura digital, percebemos que as relações entre a universidade, a inovação e o desenvolvimento social exigem o enfrentamento de questões onde o futuro da tecnologia depende tanto das novas formas de entretenimento e cultura quanto do domínio das chamadas “hard sciences” para gerar novos modelos. Os games são um exemplo dessa fronteira interdisciplinar da sustentabilidade“, explica Guilherme Ary Plonski, coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Política e Gestão da Tecnologia e da Inovação Sustentável (PGT), da Faculdade de Economia e Administração da USP, coordenador do WISH.
As palestras serão organizadas por tema em três trilhas que ocorrerão ao mesmo tempo, sendo elas Impacto, Aprendizagem e Inovação.
As palestras e debates estão organizados tematicamente em três trilhas que ocorrerão simultaneamente: Impacto, Aprendizagem e Inovação. Na trilha “Impacto” os convidados discutirão os vícios e virtudes dos games e das novas interfaces narrativas da cultura digital, seus efeitos e riscos em áreas como saúde, ativismo político, empreendedorismo, transformação de mercados e modelos de publicidade. Além de professores e pesquisadores, são esperadas as participações de ativistas do Brasil e do exterior, além de outras organizações, como, por exemplo, o Ludens, grupo de pesquisa do Departamento de História e o Núcleo de Pesquisa em Saúde Integral da Criança e do Adolescente da Universidade Federal Fluminense.
Já a trilha da Aprendizagem visa mostrar como os games podem ser úteis na era da educação, mostrando como a forma lúdica serve para engajar alunos de diferentes idades e níveis escolares em determinado campo do saber. Tal aspecto poderá ser vivenciado pelos participantes através de teste dos games nos laboratórios da ECA. Um dos games desse meio é o retromencionado Ludwig, que será distribuído em parceria com o UOL Jogos e o Boa Compra.
“Adotamos nos projetos de aconselhamento e orientação pedagógica da Cidade do Conhecimento na USP a expressão “edugamificação” para designar esse horizonte transmidiático em que os jogos e o entretenimento tornam-se o centro da experiência pedagógica digital“, afirma o Curador do Festival e líder do grupo de pesquisa que representa a rede Games for Change no Brasil, Gilson Schwartz.
Com relação aos games da trilha da Inovação, basta dizer que as discussões girarão em torno da relação entre games e mudanças no paradigma na produção e consumo de tecnologia. “O tabuleiro digital será ultrapassado pela Internet das Coisas, onde jogar um game digital terá impacto no mundo real, a própria realidade física interconectada funcionará como um tabuleiro em tempo e tamanho reais”, disse José Roberto Amazonas, professor da Escola Politécnica que vai abordar a convergência entre gamificação e a Internet das Coisas.
Por fim, a Games for Change também irá abordar a convergência entre games e diferentes suportes audiovisuais como cinema e televisão. Ou seja, será uma oportunidade única de conferir o quanto os games evoluíram até chegar onde estão e como eles podem mudar o cenário mundial e influenciar outras mídias. Compareça!
Abaixo o trailer de Ludwig:
III Festival Games for Change América Latina
Escola de Comunicações e Artes da USP
29-30 de novembro de 2013
Seminário Pré-Festival: “I Seminário Internacional de Iconomia: Os Games na Helix Global”