Opinião: pirataria no mundo e no Brasil

pirataria_200Um estudo da BSA (Business Software Alliance) descobriu que a pirataria de softwares (e isto inclui games) está em crescimento mundial. Em 2008, 41% dos softwares de computadores pessoais do mundo inteiro eram pirateados, contra 38% em 2007.

A estimativa é de que o prejuízo apenas nos softwares instalados é US$ 53 bilhões, uma cifra gigante que empresas deixaram de lucrar vendendo softwares originais. Acredita-se que o aumento também seja devido ao aumento de venda de computadores para os mercados da China e Índia, mas o interessante ainda está por vir.

Em um artigo publicado pela The Escapist, o jornalista Pedro Franco chama o Brasil de “uma nação de piratas”, afirmando que por aqui, o mercado da pirataria em games é pelo fato de que os videogames são adquiridos ilegalmente.

Franco, que é brasileiro, comenta que até meados de 90 o mercado era promissor, mas um aumento nas taxas (que foram elevadas a tal ponto que 45% do preço de um game pode ser considerado imposto) fez com que o “mercado alternativo” crescesse e dominasse 94% de todo o espaço do setor.

Infelizmente, o artigo está apenas em inglês, mas leva a reflexão. Recomendamos a leitura aqui.

Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter e do GameOZ. Professor da PUC-SP e consultor na área de educação e tecnologia.

5 comentários em “Opinião: pirataria no mundo e no Brasil”

  1. Isso corta o meu coração ler. Eu fico pensando se essas empresas de primeiro mundo não tentam compreender a realidade global.
    É óbvio que a pirataria cresce nos países subdesenvolvidos, tanto nos países que produzem como nos países que consomem.
    Isso é algo que cresce cada vez mais. É fácil atacar a pirataria como um fim, ou mesmo acusar um país de ser pirata, é deprimente.
    Quando voce vai para os Estados Unidos, que a população tem um bom poder de compra, um CD de Play 2 é achado por 10 dólares, jogos para PC um pouco mais caros. Os mesmos jogos aqui no Brasil é 200 dólares, aqui é um país que tem uma população a margem da economia da sociedade, o que dirá outros países de terceiro mundo?
    Por que essas empresas não fazem lobby, para reduzir os impostos? Por que não estudam estratégias aos países onde a pirataria é alta. Isso é um reflexo social. Não adianta fazer a mesma coisa que se faz nos países oriundos, a realidade é outra , o mercado é outro. Para mim quem foi mais ou menos bem sucedido, foi a SEGA, quando partiu para mercados que não eram dominados pela Nintendo, como Brasil e Europa, se adaptando a cultura local e associando a empresas nacionais. O maior exemplo disso é o Master System com os jogos na Memória, mas mesmo assim comprar um Play 2 destravado é mais barato e mais atrativo.
    A pirataria infelizmente acaba servindo uma função social. Imagine por que em países desenvolvidos não existe isso? Por que a pirataria não conseguiria competir com a oferta, por que não a procura disso. Além do que nesses países é maior a oferta de emprego, serviços sociais, lazer e entretenimento. Não defendo a pirataria, mas não vejo ela como algo isolado, enquanto as mega-empresas criticam a pirataria, acusam um fato isolado, e todos os fatos que levam a isso?
    Sabe, existe uma idéia dentro do pensamento do economista Inácio rangel, que diz: atacar os nós de estrangulamento. Se existe um problema como a pirataria, o que leva a ela? Desemprego? Carência social? Bem se essas empresas quisessem uma solução real e não só lucros, elas buscariam resolver a questão no cerne do problema, menos impostos, indústrias instaladas aqui, ajudariam diminuir o desemprego e tudo mais.
    Enfim isso é uma das coisas que penso, me revolta essa análise simplista, de quem desmerece para querer comprar mais barato.

  2. Para acabar com a pirataria é so diminuir a ganancia e baixar os preços dos softwares e hardwares.

    Se o brasil eh o pais da pirataria a culpa não é da população; Ninguem pode ser idiota suficiente para comparar um DS de 120 dolares por 1300 reais no mercado legalizado e 500 reais no mercado sujo.

  3. Enfim,

    Acredito que pela minha juventude poderia dizer uma grande besteira, mas:

    Pouca vergonha. O mundo é, infelizmente, regido pelo capitalismo. Não acredito que a pirataria seja um problema dos países subdesenvolvidos.
    O Brasil é uma pouca vergonha, afinal comprar um psp “legalmente” pode custar seus rins. Ilegalmente pode acabar te custando um dedão do pé ou algo menos importante.
    Pior ainda, acredito piamente que devemos piratear, de bom grado. Ou poderiamos, como ja aconteceu na história desse país, sair as ruas em protesto, quebrar tudo e parar a Rua da Consolação pedindo taxas de importação mais justas (se a CUT-pouca-vergonha faz, pq não os gamers?).
    Pior ainda, digo isso como estudante de desenvolvimento de games.
    Mas o que eu não vejo ninguém comentar, a pirataria prevalece, ok. Mas quantas de tantas pessoas não tem o steam instalado no pc, jogando cs, ou tf 2? Tudo da mais alta originalidade, pago em dóllah no cartão internacional, que não paga imposto de importação.
    Se mais empresas tivessem esse tipo de serviço disponível de compra digital, não seria, ao menos, uma solução temporária e prática?

  4. Dados novos, história velha. Não vou discutir todos os aspectos que resultam na pirataria, ninguém gosta de ler posts tão longos… só o principal: IMPOSTOS MUITO ALTOS. O combate a pirataria no Brasil é baseado em “descer a porrada” nos vendedores, quando deveria ser “descer a porrada” em políticos.

    Eu entendo que político aqui só toma uma ação se resultar em lucro, só não entendo porque não vêem que nesse caso abaixar o preço resultaria em lucro maior pra todo mundo. Afinal, o único que lucra com a venda do game pirata é o vendedor. Podemos vender games por R$150,00 para 1 milhão de pessoas (chutando) ou por R$20,00 para 180 milhões (preços acessíveis a todos).

    É simples, não tem que forçar muito a cabeça para perceber, as vezes parece que um deputado perde um dedo cada vez que os impostos de qualquer coisa caem…

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