Novo estudo revive debate sobre games e violência

Um estudo conduzido pelo departamento de radiologia da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, vem para colocar mais lenha na fogueira da ligação entre violência e games.

Para o estudo foram selecionados 22 homens, de 18 a 29 anos, que não jogavam regularmente. Os selecionados foram divididos em dois grupos de 11 pessoas cada, sendo que o primeiro jogou 10 horas de games de tiro em uma semana, e não jogou na semana seguinte. O outro grupo não jogou nenhum game violento.

Os participantes passaram por ressonância magnética no início, durante e ao fim da pesquisa, a fim de analizar a interferência emocional e a inibição cognitiva.

A pesquisa teria mostrado que o grupo que jogou, durante a semana das partidas, teve uma ativação menor no lobo frontal, efeito que desapareceu na segunda semana. Ainda assim, os pesquisadores afirmam que as regiões afetadas são importantes no controle das emoções e agressividade, e foram além: “essa descoberta indica que jogos violentos tem um efeito em longo termo no funcionamento do cérebro”.

Para o site Edge, é estranho, uma vez que a amostra foi feita com um público muito pequeno, pouco diverso e que apontou que se o efeito no cérebro desaparece em uma semana, como a pesquisa prova efeitos em longo termo?

O que você, leitor, acha? Já se sentiu mais violento por jogar?

Autor: Dolemes

David de Oliveira Lemes | @dolemes | Editor do GameReporter. Professor e consultor na área de educação e tecnologia.

7 comentários em “Novo estudo revive debate sobre games e violência”

  1. É importante saber que para se obter dados assim, seria necessário uma amostra quantitativa maior de indivíduos. Também levar em consideração o histório psicólogico desses indivíduos, nível social, financeiro e etc. Outra coisa é analisar esses dados finais com outros estudos sobre a estimulação do cerébro de indivíduos usados em pesquisas sobre estimulação por esportes radicais, ou seja, testá-los em reações em que eles enfrentem seus limites, como acontece nos games. O cerebro tem uma área de emoções muitos complexa para ser determinada "culpa dos games" numa única pesquisa.

  2. O público pequeno eu concordo. Realmente são poucas. Mas quanto ao "efeito em longo termo", creio que seja da exposição prolongada e não do efeito ser longevo. Suponho. Ou seja, quanto mais tempo se joga, maior a probabilidade de tornar-se agressivo ou demonstrar alteração comportamental.

    Não concordo com essa pesquisa. Jogo desde os 7 anos – hoje tenho 30 – e não sinto que hoje sou mais agressivo devido aos jogos. Pelo contrário. As experiências com os games, me fizeram compreender realidades que, eu só experimentaria se assim o fizesse na realidade. O que seria um problema, na maioria dos casos. Conheço também dezenas (bem mais que os 18) de outros jogadores que, também não praticaram nenhuma ação violenta fora do comum.

  3. Falta do que fazer desse grupo de estudo que simplesmente quer aparecer, tenho um grupo de amigos de 10 pessoas que jogam direto jogos assim a anos e ainda não assaltamos ninguém ou coisas piores

  4. Não entendi bem o que significa "menor ativação no lobo frontal". Isso significa que perderíamos o controle das emoções ou que estamos relaxados? Alguém da área da saúde pra explicar melhor pro leigo? De qualquer forma, amostragem muuuito pequena.

  5. pq so homens? fez essa pesquisa com um budista e um musulmano radical ou ate com minha mae. pessoas gastam tempo e dinheiro com pesquisas com fundamento, mas sem resultados significativos.

  6. É sempre bom lembrar que uma hipótese científica pode ser também a estabilidade provisória de um preconceito. E isso vale para qualquer campo de estudo. A ingenuidade mais comum ocorre quando o cientista de bata branca acredita que as palavras proferidas em um laboratório têm mais validade ou nenhuma relação com aquelas que são ditas fora dele e que sustentam suposições iniciais. Em outras palavras, as mãos que operam os laboratórios onde os cientistas fazem seus experimentos e tiram suas conclusões não são inocentes e só agem porque possuem "incentivos", colaboração para agir. O próprio interesse na realização deste tipo de estudo é uma fabricação coletiva que também pode ser objeto de estudo. Uma fabricação que não surge apenas das mentes "brilhantes" de nosso cientistas. Acreditar que os jogos podem produzir comportamento violento é um fenômeno social. Alguém já viu algum estudo sobre a agressividade produzida pela prática de algumas modalidades esportivas? Eu tenho sérias razões para acreditar que estar em um tipo de futebol, competir e reunir esforços de todo tipo para ganhar um jogo requer sim uma boa porção de agressividade. Mas os esportes possuem muitos aliados a seu favor. Pra começar, são fonte de renda para muitas universidades americanas que realizam estudos sobre os efeitos dos games sobre o comportamento.

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