Por Renato Degiovani, especial para o GameReporter
Tem dias que a gente entra na mãe de todas as redes, navega, navega, navega (tomando a dose diária de html) e se pergunta: pô, não tem mais nenhuma novidade por aqui? Vai daqui, vai dali e parece que é sempre mais do mesmo.
Mas não na segunda-feira.
Em todas elas, diga-se de passagem, porque na segunda feira tem Nerdplayer para assistir. E se você gosta de games, gosta de novidades, gosta coisas inéditas, é jovem e é nerd, então não pode perder essa produção absolutamente e absurdamente engraçada.
Produzida por Alexandre Ottoni, vulgo Alottoni ou simplesmente “o” Jovem Nerd, o Nerdplayer vai ao “ar” todas as segundas pelo site Jovem Nerd ao lado de produções igualmente hilárias como o Nerdoffice, Nerdcast e o Matando Robôs Gigantes. Aliás, produções essas premiadas em várias modalidades nos mais tradicionais concursos da websfera, como Youpix, Ibest, Vmb, etc.
Curiosamente, a mais nova, mais inusitada e mais contundente produção do grupo de “nerds” não é a mais destacada e nem mesmo a mais premiada. Então por que essa farofa toda? O que tem de tão engraçado assim num vlog sobre determinados games?
Precisamente, meu caro leitor, é preciso ver para crer, ou melhor, entender como uma ideia que nem é tão inédita assim (fazer um vídeo falando sobre o jogo que gosta) consegue extrapolar todos os limites da modernidade e produzir um humor sutil, fino, inteligente e acima de tudo moderno.
Falando numa linguagem mais crítica, o Nerdplayer extrapola a narrativa emergente do jogo a tal ponto que se torna algo totalmente novo. Não é o jogo, não é uma crítica ao jogo, não é uma apresentação do jogo e acima de tudo não é uma babação de ovo sobre o jogo, mas uma hilária experiência “de vida” de um jogador.
Quais jogos? Isso realmente não importa para quem curte o Nerdplayer (e eu não nego que curto desde o primeiro episódio que apareceu dentro do Nerdoffice). Para falar a verdade, não jogo nenhum dos jogos usados como tema e a maioria deles nem me daria ao trabalho de jogar.
A produção existe e se justifica por si só como um produto moderno, focado nas modernas tecnologias de produção cultural das mídias “internéticas”. Algo para ser pensado, estudado e compreendido na sua totalidade, como uma nova forma de expressão.
O grupo do Jovem Nerd parece ter acertado em cheio na receita do bolo, ainda mais com a adição das edições de vídeo do “Gaveta”. Ninguém precisa jogar ou sequer conhecer o jogo para entender o que está acontecendo. Alguns episódios da série produzida desde novembro de 2011 são simplesmente antológicos, tais como:
- NerdPlayer 8 – Battlefield 3 – O poder da matemática!
- NerdPlayer 12 – Minecraft – NERD TOWER!
- NerdPlayer 14 – Skyrim – Sou todo seu, Lydia!
- NerdPlayer 15 – Shadow of the Colossus – Fúria lésbica assassina
- NerdPlayer 18 – Assassin’s Creed Revelations – A Mulher Descalça
- NerdPlayer 29 – Syndicate – Me chipa que eu gamo!
- NerdPlayer 32 – Just Cause 2 – NerdAss
É evidente que nem todos os episódios atingem o mesmo grau de excelência e embora o Alottoni divida a participação em alguns deles com seu parceiro de outras produções (Azaghal) e/ou convidados, os episódios mais engraçados são justamente aqueles em que ele produz sozinho a apresentação.
Enfim, vale a pena conferir pois é diversão garantida. E mais, justamente na segunda feira.
Renato Degiovani é o primeiro projetista de jogos brasileiro a criar e produzir profissionalmente um jogo de computador em língua portuguesa, no início da década de 1980. Foi colaborador e Diretor-Técnico da primeira revista brasileira de microcomputadores, a Micro Sistemas. Atualmente é editor e produtor do site TILT online, onde escreve artigos técnicos de programação e design de jogos, bem como cria os jogos comercializados pelo site.
Pois é, eu sou um que assiste NerdPlayer e não pensa em jogar nem metade dos jogos que eles jogam (detesto FPS), mas me divirto pra c****** mesmo assim.